segunda-feira, 16 de abril de 2012

Se sei que não tenho resposta...

se esta vontade de chorar me abandonasse poderia, talvez, sorrir-te
como quem tristemente sorri sorrisos que não são seus
mas que não o sendo são-no tão certamente
como a certeza de existir, neste mundo, paralelo, talvez...

se a realidade de agora é tão exasperante
porque não me exaspero, não me revolto
contra todos os desvarios desta gente?

se sei que não tenho resposta
para perguntas destas
porque, insistentemente, pergunto?

olhos marejados do mar que amo
quase tanto como os montes onde nasci
agrestes, áridos, belos como só a pedra nua sabe ser...

se não fossem as básicas cravelinas,
teimosas, ladinas, batidas pelo ululante vento,
contador de todas as histórias
que seria de mim?

Mara Cepeda

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