Torre da Princesa, Brigantia e Benquerença serão os três agrupamentos de escolas que, até ao final de Maio, deverão ser criados no concelho de Bragança.
A proposta partiu do grupo de estudo da Carta Educativa do concelho, foi apresentada à Câmara Municipal que propôs o documento à Direcção Regional de Educação (DREN), que deu o seu aval. Isso mesmo foi comunicado à autarquia e às escolas na quinta-feira, por uma delegação da DREN.
Esta proposta prevê a aglutinação do agrupamento Paulo Quintela (jardim de infância, primeiro, segundo e terceiro ciclos) e do Emídio Garcia (terceiro ciclo, secundário e profissional), bem como a do agrupamento Augusto Moreno e Abade de Baçal (que inclui Izeda) e a criação de um terceiro agrupamento, que resulta da passagem do Centro Escolar de Santa Maria para a alçada da Escola Secundária Miguel Torga.
“É uma política que vem do anterior Governo, com unidades organizacionais maiores. Muitos professores começavam a ficar com horários zero e com a escolaridade obrigatória alargada a 12 anos havia a necessidade de constituir um percurso sequencial para os alunos”, explicou ao Jornal Nordeste Henrique Ferreira, o coordenador do grupo de trabalho da Carta Educativa, que inclui mais cinco elementos.
Outra das alterações é a possibilidade de estas unidades poderem mudar de nome. Assim, provisoriamente, a Miguel Torga está a ser denominada Torre da Princesa, a Abade de Baçal e Augusto Moreno de Brigantia, enquanto Emídio Garcia (antigo Liceu) e Paulo Quintela formam o agrupamento Benquerença.
O aparecimento de um terceiro agrupamento no concelho numa altura em que a política governativa aponta para concentração de meios, explica-se, no entender de Henrique Ferreira, pela “lógica territorial”.
“A requalificação das escolas Emídio Garcia e Abade de Baçal exerceu uma pressão enorme sobre a Miguel Torga. Havia que a dotar de condições para competir com as duas restantes. Para além disso, é uma forma de não fechar a zona histórica da cidade, cada vez mais carente de estruturas e serviços”, frisa Henrique Ferreira.
Henrique Ferreira admite hipótese de fechar um estabelecimento na cidade
No entanto, nos últimos dez anos assistiu-se a uma quebra na natalidade do concelho que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, ultrapassa os 17 por cento. Mesmo assim, o coordenador da comissão de revisão da Carta Educativa acredita que ainda há alunos suficientes para manter os três agrupamentos na próxima década. “Actualmente temos cerca de 4500 alunos no concelho. Dentro de dez anos ainda teremos 3700. A partir daí é que penso que será necessário fechar um estabelecimento”, acredita Henrique Ferreira.
Esta proposta vai agora ser debatida pelas escolas, mas dentro de 15 dias este processo de revisão estará em marcha.
Só depois de haver acordo nesta questão de fusões é que deverá avançar, então, por parte da DREN, uma redefinição da rede escolar, ficando definidas quantas turmas serão atribuídas e a que escolas.
Só depois disso é que as escolas se vão pronunciar, mas os primeiros sinais mostram uma aceitação desta proposta. No agrupamento Augusto Moreno, o mais afectado por perder o controlo do Centro Escolar de Santa Maria, a questão será debatida hoje em Conselho Geral, com pais e professores.
Mesmo assim, há quem acredite que a questão dos horários zero de professores no concelho (ou seja, horários em que não há nenhuma hora atribuída, por falta de alunos), ainda não ficará resolvida.
Retirado do site www.jornalnordeste.com
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