terça-feira, 11 de outubro de 2011

Procura

Talvez que o mar imenso me conduza à minha alma líquida de ancestrais marinheiros e as contradições de que sou feita, amenizem.
Estava frio na noite do mar.
O calor que sinto não teme frios e o mar é um rio muito grande que me conduz ao país que procuro.
Esta distância semeada de crateras lunares não é fácil de percorrer e as praias estão cheias de corpos ao sol.
O amanhã, talvez seja uns olhos azuis e tristes que conheço, já velhos mas belos, com a dignidade de uma rosa que morre sem dobrar e os cabelos brancos, são as ondas deste mar.
Esmorece a vontade numa tarde de calor, dia de trabalho em tempo de férias. A piscina está repleta de corpos que se espraiam no verde relvado de poucas árvores e são felizes mesmo assim.
É tão fácil ser feliz quando esqueço a procura de mim!
Já quando quase fui feliz, não fazia parte daquele lugar onde nasci.
Já ali, era um ser incompleto, já ali destoava da paisagem que tanto amo.
Já ali, entre montes e poucos vales, entre socalcos imperfeitos, corriam aragens do mar tão longínquo que nunca alcancei.
O avô marinheiro que a água tragou chama por mim no reino de Neptuno.
Não irei. Fico contigo, pois tanto faz ser aqui como além.
Se o dia passa e a noite levanta, para que fingir fugas sem fim?

Mara

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