sábado, 22 de outubro de 2011

Chuva

Deslocam-se fantasmas
No vento
Quais adagas bárbaras
Que me dilaceram o peito

Chove
Talvez
Serenamente
A dor que trago sem jeito
Sufocada em grito mudo
Que enjeito

Chove
Copiosamente
Este sinal de agora
No tempo sem hora
Que quero prender
Em mim
E não ser

Vento
Brisa
Vendaval
Ferrarri sacramental
O sossego
Transforma-se
Em maresia
Maré-cheia
Olhar cheio de areia
Lágrimas doces de sereia
Bátegas grossas

Mara Cepeda

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