quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

REGIÃO PERDE 50% DO PESO NA PRODUÇÃO DE AZEITE


Nos últimos 10 anos, Trás-os-Montes caiu ainda mais na percentagem de produção nacional.
O peso de Trás-os-Montes na produção nacional de azeite passou de 30 % para 16 % na última década. A região continua a ser a segunda maior produtora neste sector, mas tem perdido cada vez mais terreno para o Alentejo. Os dados foram avançados no encontro das Cooperativas Olivícolas, que decorreu dia 12, em Macedo de Cavaleiros. 
Segundo a secretária Geral da Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas e Olivicultores, a FENAZEITES, Patrícia Falcão, o Alentejo tem apostado cada vez mais nesta cultura. “Não significa que a produção de azeite [em Trás-os-Montes] tenha descido muito, o que acontece é que, no resto do país, nomeadamente no Alentejo, a produção subiu imenso, daí a quebra nos valores de produção de 2007 para 2016 e da representatividade que passou de 30% para 16% no total nacional. A principal causa é mesmo o grande aumento de produção no Alentejo”, destacou. Já o Alentejo, o maior produtor nacional, é actualmente responsável por 71% da produção nacional, quando, em 2007, produzia 45%.
Perante este cenário o Secretário-Geral da Confagri, Francisco Silva, entende que “combater o Alentejo em quantidade é muito difícil ou até mesmo impossível” e por isso a aposta dos olivicultores transmontanos tem de ser na qualidade. “É necessário melhorar cada vez mais e promover a qualidade, os métodos de produção, o tratamento nos lagares, a apresentação dos produtos, o marketing, ou seja, um conjunto de actividades que têm que estar sempre activas, fazendo também uso das novas tecnologias e da comunicação social”, considera.
O encontro promovido pela FENAZEITE em parceria com a Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros serviu ainda para discutir a PAC (Política Agrícola Comum) pós 2020. O ex-ministro da agricultura, Arlindo Cunha, avançou que estão previstos ajustamentos na distribuição dos apoios aos agricultores. “Vai haver uma continuidade da política actual mas vai haver ajustamentos sobretudo no sentido de que a distribuição dos apoios da PAC seja mais equitativa e justa principalmente no pagamento directo aos agricultores. Haverá uma maior preocupação em relação ao mundo rural que está muito doente, em toda a Europa mas sobretudo em Portugal”, afirmou o antigo governante.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com

Sem comentários:

Enviar um comentário