Não me adulteres o pensamento
que eu queria só de leitura,
esquecimento.
Não quero preocupações,
hoje não,
talvez amanhã de manhã
eu seja outra que não a que lê em solidão.
Talvez seja mulher.
Agora só quero ser o que leio,
pedra,
montanha,
mar revolto,
onda que quebra violentamente na praia,
bacalhoeiro à deriva nos mares do norte.
Tudo, menos ser quem sou...
relutante na resposta,
desatenta,
obrigada,
forçada
e tu.
Terei, talvez,
uma lápide
no cemitério da terra onde vivo.
Mara Cepeda
Mara Cepeda
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