terça-feira, 23 de agosto de 2011

Uma vida sem cor

Dor de gente,
Inconsciente dor.
Vegeta somente
Uma vida sem cor.

Na impossibilidade
De viver sem ideais
Não há vazios
De acabar,
De preencher.

No vácuo que existe
E é triste
Vivem o negro,
Duro viver
As toutinegras
Que não tentam ser.

Pode mover-se
Fingindo marés
Em prisão contida
Sem riso nem vida.
Vegeta somente
A pedir guarida.

Sem voz,
Na garganta enclausurada,
Rumoreja,
Não sabendo porque
O que a alguém
Sobeja.

Descoberta a razão
As coisas acontecem
É olhar sem ver
É olhar para mim
E apenas olhar
O mesmo olhar sem fim.
Sem direitos seus,
De olhos vendados
Para evitar dispersão
É preciso ver sempre
Na mesma direcção.

Olhar prá frente
Para trás é que não!
Olhar para o lado
É perder o norte
É sonhar ilusão.

É pressentir outras vidas
É aspirar vagos perfumes
De deusas iguais.
É ter nos teus braços
Sabores irreais.

É ser quem se é
E tentar até
Que a vida sorria
Aquilo que não é.

Mara

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