quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sem fazer alarde

parecem meninos
calcorreando poeiras
cósmicas, talvez,
pois só os meninos
sabem os porquês

os montes observam
em mudo silêncio
todas as palavras
levadas pelo vento

todas consumidas
pela escassez do tempo
sussurram segredos
nas lufadas de vento

quantos segredos
escondem as palavras!
impacientes
cuidam de pensar
que o tempo se esgota
em horas de calar

e quais borboletas
batem as asas
fingindo flores
de incertezas tantas
cai
a noite
entoando cantos

como se folhas fossem
uma por uma, penduro-as
nas árvores onde
sem fazer alarde
dançam ventanias!

ninguém responde

Mara Cepeda

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