segunda-feira, 12 de março de 2018

MINISTRO-ADJUNTO GARANTE QUE VALORIZAÇÃO DO INTERIOR “NÃO É UMA QUESTÃO DE MODA”


Responsáveis da Unidade de Missão para o Interior referem que cerca de 60% das medidas já estão no terreno.
1500 milhões de euros de investimento empresarial e 8000 postos de trabalho criados são alguns dos números que resultam das medidas de apoio ao interior.
O balanço foi feito pelo Ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, dia 2, em Mirandela, numa reunião do conselho consultivo da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI). O governante acredita que a atenção e políticas de apoio ao interior não são apenas uma moda. “A valorização do interior e coesão territorial estão no programa de governo como pilares da governação. No final de 2017, os sistemas de incentivos empresariais com discriminação positiva a favor dos territórios de baixa densidade já tinham apoiado 1500 milhões de euros, com comparticipação de 844 milhões de euros, no interior, com a criação 8 mil postos de trabalho, desde grandes projectos até uma miríade de projectos ao abrigo do sistema de incentivos ao empreendedorismo e emprego. Temos que ver qual é o impacto que a prazo estas medidas vão começar a ter, mas seguramente não é uma questão de moda nem começou há seis meses”, frisou.
O Ministro Adjunto referiu ainda que através do incentivo à contratação de médicos já se fixaram de 150 clínicos em territórios carenciados.
O coordenador da UMVI, João Paulo Catarino, adiantou ainda que 60% das 164 medidas do Programa Nacional de Coesão Territorial foram já concretizadas e estão no terreno. “A prova de que as nossas medidas foram pensadas de forma sensata e exequível é que no fim deste ano e pouco temos 60% do plano concretizado, de medidas que estão hoje em vigor ou concretizadas”, destacou.

Falta de representação

O presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros, que esteve presente na reunião como convidado, alertou para a falta de representação de Trás-os-Montes na UMVI. Apesar de não considerar que tal seja “um mau sinal”, Fernando Barros deixa o alerta porque entende que a região devia “estar mais bem representada”. “O interior norte deveria ter uma grande representação porque é importante que problemas que existem sejam resolvidos, como a ligação do IC5 a Espanha”, sustentou.
Ainda assim, o presidente da câmara de Vila Flor, considera positivo que com a Unidade de Missão se esteja a “falar muito do Interior”.Perante o reparo, o ministro Adjunto explicou que “o conselho consultivo da Unidade Missão, quando foi criado em Dezembro de 2015, incluiu representantes dos parceiros sociais e dos territórios, da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e das freguesias, a ANAFRE”.
Por sua vez, o coordenador da UMVI, João Paulo Catarino admite que “faria sentido, o poder local ter uma representação mais significativa”, mas explicou que quando a UMVI foi criada “o legislador terá entendido que a ANMP e a ANAFRE representariam neste órgão todas as comunidades e câmaras municipais”.
E perante os pedidos do autarca de Bragança de criação de um estatuto de interioridade para a região, com condições semelhantes ao de insularidade nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, Pedro Siza Vieira referiu apenas que “as regiões de baixa densidade já beneficiam de um conjunto de discriminações positivas nos sistemas de incentivos, fiscalidade, apoios à fixação de médicos e outros profissionais”, adiantando que o governo está “a trabalhar noutras medidas” e concluiu dizendo que “a regionalização das regiões autónomas não existe no continente por razões históricas e não vale a pena estar a discutir o assunto”.
Escrito por Jornalista: Olga Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com

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