quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

DISFUNCIONAL


De soslaio
esgazeiam o olhar
que anseia
Menina,
por te ver passar.

O amor é quase uma prisão.

Vivem enclausurados 
na mais alta torre
de imaginários cárceres 
castelos medievais.

Escava fossos de proteção.

A ferrugem dilacera
a engrenagem
que, moribunda
e austera
é disfuncional.

O coração ensombrece.

A paz
lentamente
escurece.
Desce dos telhados,
das paredes,
quase chão.

O pôr-do-sol diz que não.

Maria Cepeda
Livro "Flor Azul"

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