sábado, 13 de setembro de 2014

Quase outono

Ontem, amor
vivi para ti, toda, inteira
tão longe e tão perto de mim
daquela maneira crisálida,
casulo, caverna,
enfim...

Hoje, vivo este outono,
folhas baloiçando ao vento,
ténue momento de adeus
vermelhas, amarelas, castanhas,
tão tristes como os olhos meus.

Amanhã, amor
viverei para ti,
sempre eu e tu,
tão meu como o vento que passa
cantando a sua canção.

Se houver amanhã
e ainda cá estivermos
daremos as mãos
calaremos a voz
e no horizonte seremos nós.

Neste fim de verão
que anseio sereno
fim de tarde de cálido sol
a menina corre 
o seu riso de cristal
diz que a vida não faz por mal.


Maria de Jesus Cepeda (Mara Cepeda)

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