terça-feira, 3 de maio de 2016

Finalmente, primavera!

Que ela não se estrague e que venha para ficar. As maias vão florindo, montes pintando de amarelo e branco, disputando o espaço com urzes, carquejas e estevas com as "cinco chagas de nosso Senhor" como dizia, em todas as primaveras, a minha avó Maria.




Dá gosto sentir o sol, agora carícia, na pele ávida de calor, que se começa a destapar dos agasalhos do inverno que, agora, talvez se vá até dezembro.
Domingo fomos até à Torre de Dona Chama, terra do nosso amigo Ernesto Rodrigues, grande escritor, ensaísta e investigador.
Almoçámos no restaurante "A Gruta" e fomos servidos com muita simpatia e boa comida caseira. Para os amantes de sobremesas recomendo o saboroso bolo de chocolate com profiteroles, de comer e chorar por mais.

Um passeio pela vila permitiu-nos apreciar a beleza simples e antiga da localidade. Tivemos pena de ver o abandono de algumas casas que, em ruínas, não tardarão a cair.


É passeio a repetir para respirar Trás-os-Montes, Terra Quente, suspirando Trás-os-Montes, Terra Fria.
Paragem em Agrochão para visitar um tio que está no lar de idosos, alguma nostalgia nos olhares que nos sentiam e contentamento por ver interação dos utentes com quem os visita. Tranquilidade, boas instalações, bons quartos. Simpatia e disponibilidade.
O Serro de Penhas Juntas, inconfundível, marca a paisagem e prende o olhar. Paro algumas vezes para o fotografar e captar a sua essência, mas é longe e apenas o seu característico relevo se faz notar.
Sinto-me dali, minha aldeia é tão perto!
















A estrada impunha-se. Era necessário cumprir os compromissos previamente acordados, com hora certa para chegar.
Na cidade também se nota, para minha alegria, primavera pela porta, em perfeita e espontânea harmonia. Se nada mais o dissesse, o meu arbusto azul o faria. Veja-se o exemplo da sua exuberância, cheirando a mel que as abelhas recolhem sem descanso, todo o dia.     



Maria Cepeda

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