sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Museu de Arte Sacra de Vinhais

O Museu de Arte Sacra de Vinhais está inserido no conceito de ecomuseu e foi criado há dois anos. É composto por oito núcleos que abarcam áreas diversas pelo concelho todo. Estes oito núcleos abrangem patrimónios arquitectónicos, arqueológicos, festas e romarias e água, considerada medicinal, usada pelos antigos em tratamentos.Estes núcleos foram escolhidos entre as 105 aldeias do concelho, num território com cerca de 700 Km2 onde foram assinalados alguns pontos de interesses desses núcleos. 
É dentro do núcleo museológico que está inserido o Museu de Arte Sacra da Ordem Terceira de São Francisco, considerado a “jóia da coroa” dos equipamentos culturais de Vinhais. Este projecto, para além das salas de exposição, integra as Capelas dos Senhores dos Perdidos e da Oração de Jesus no Horto, a Igreja do Seminário e a de São Francisco. O objectivo da Câmara de criar um conceito de ecomuseu, para além de marcar a diferença no distrito por ser o único com estas características, foi tentar aproveitar melhor os seus recursos naturais e humanos, passando o território a ser visto como um museu vivo, para atrair mais turistas. O conceito é que haja uma interacção entre o visitante e a comunidade.
A Igreja de São Francisco, um complexo do século, foi majestosamente edificada assim que foi autorizada a construção de um convento franciscano em Vinhais. Esta estrutura é dividida em duas partes, uma delas onde está a Igreja que pertence à Ordem III de S. Francisco e é a única com estas características no concelho. Ali podem ver-se frescos antigos bem conservados, as cores continuam vivas e os elementos decorativos parecem querer narrar os seus séculos de existência.Composta pelo primeiro piso e o piso intermédio está a Galeria Central onde se encontra a exposição permanente onde h. Neste museu todas as salas para visitar estão interligadas, pertencem a edifícios e organismos diferentes. A ligação faz-se pelos corredores, num chão de madeira que range crónicas antigas. A Galeria Central dá-nos acesso ao Coro da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, conhecida pela “Igreja Grande”. Este pertence ao Seminário de Vinhais, antigo Convento de São Francisco.
Descendo umas escadas de pedra até ao rés-do-chão (recepção) há uma colecção de crucifixos e está exposta uma peça mensal, sendo substituída por peças de outras igrejas do concelho através do acordo celebrado com a Diocese, ou a particulares proprietários de objectos de arte sacra em casa e que emprestam. 
É a “peça do mês”. Do rés-do-chão, por uma entrada estreita e com um cheiro intenso a água benta, tem-se acesso também à Capela de Nossa Senhora das Dores, uma capela pequena, mas muito bonita em termos de talha e escultura e com uma intensidade de sofrimento quase real quando se vislumbra o altar. A santa em tormento com sete flechas cravadas num corpo que “derrama” fios de sangue. Por cima da cabeça está Cristo na cruz. Uma das particularidades desta capela está exposta sob forma de ex-votos, que serviam de oferenda aos milagres realizados. 

O museu encerra apenas às terças-feiras e, desde a sua abertura, que o número de visitantes tem vindo a crescer significativamente graças a excursões de turismo sénior e a escolas e turistas de todo o país que alimentam um recurso turístico cada vez mais divulgado e conhecido no distrito de Bragança. A aposta na cultura na região transmontana supera as expectativas de quem a visita e exemplos disso é o Museu de Arte Sacra de Vinhais.

in:welcomenordeste.net
Retirado do blogue "Memórias... e outras coisas", de Henrique Martins 

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