29/12/23 POR LUSA
CULTURA BRAGANÇA
A reorganização
anunciada para museus e monumentos em junho teve forte contestação no distrito
de Bragança, com os autarcas dos dois concelhos transmontanos a rejeitaram a
transferência destas competências.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, apresentou nessa
altura a criação de duas novas entidades, a entrar em funções no início do
próximo ano.
Uma delas é a Museus e Monumentos de Portugal, "uma entidade
pública empresarial responsável pela gestão dos museus, monumentos e palácios
nacionais", pode ler-se na página oficial da internet do ministério.
Foi ainda criado o instituto público chamado Património
Cultural, "que tem como objetivo a salvaguarda, investigação, valorização
e divulgação do património imóvel e imaterial", explica-se na mesma nota.
Em resposta às questões colocadas via correio eletrónico, o
Ministério da Cultura detalhou à Lusa que o Museu do Abade de Baçal (Bragança)
e o Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro), ficam a partir de 1 de
janeiro sob gestão da Museus e Monumentos de Portugal.
Já a Domus Municipalis e o castelo da cidade de Bragança
passam na mesma data para o Património Cultural.
Contactado pela Lusa, o presidente da câmara municipal de
Bragança, Hernâni Dias, mostrou-se satisfeito.
"Era a solução que defendíamos. (...) A vitória é sempre
aquela que faz com que o nosso território não seja desvalorizado", afirmou
o autarca.
"Defendemos os interesses do nosso concelho, do nosso
distrito e da nossa região. (...) E quando sentimos que há propostas que vão
contrariar essa intenção, obviamente que lutamos contra elas", disse ainda
Hernâni Dias.
A posição é acompanhada por Helena Barril, autarca de Miranda
do Douro.
"Estamos muito satisfeitos com esta decisão por
parte do Governo. Faz, sobretudo, justiça a esta zona do país. Valeu a pena
toda a nossa união em torno desta causa. É um reconhecimento para as entidades
e para o Museu Terra de Miranda (...), declarou a presidente.
Para Jorge da Costa, diretor do Museu Abade de Baçal, o
anúncio também foi "uma grande alegria".
"São dois espaços culturais emblemáticos [o museu e a
Domus Municipalis] e desta importância nacional. Garantirá a continuidade de
todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido".
A Lusa tentou uma reação da diretoria do Museu Terra de
Miranda, mas sem sucesso.
Após o anúncio desta intenção, várias foram as manifestações
contra na região. Além das autarquias e das direções dos equipamentos culturais
em causa, outras vozes discordantes se juntaram, como a Comunidade
Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes ou o Movimento Cultura da Terra de
Miranda, que se mostraram descontentes com a passagem, que não chegou a
acontecer, da gestão para os municípios, que consideraram uma desqualificação
do património.
Retirado de: www.noticiasaominuto.com
Sem comentários:
Enviar um comentário