domingo, 14 de janeiro de 2024

Museus Abade Baçal e Terra de Miranda continuam a ser geridos pelo Estado

Colocava-se a possibilidade de serem geridos pelos municípios, mas, depois de várias contestações e consulta pública, a medida não se chegou a concretizar

Jornalista: Ângela Pais



O Museu Abade Baçal e a Domus Municipalis, em Bragança, e o Museu Terra de Miranda, em Miranda do Douro, vão continuar a ser geridos pelo Estado.

No ano passado, quando foi anunciado a reestruturação da Direcção-Geral da Cultura, colocou-se a hipótese de, a partir de 2024, estas três estruturas passarem a ser geridas pelos municípios, mas as câmaras e os diretores dos museus mostraram-se contra essa possibilidade.

Depois da consulta pública, ficou decidido que continuam a ser geridos pelo Ministério da Cultura.

O diretor do Museu Abade Baçal considera que “se fez justiça”, uma vez que o equipamento “sempre esteve ligado à tutela do Estado”. “Agora faz parte da Museus e Monumentos de Portugal, porque é o grande museu da região, não tenho a menor dúvida, e portanto seria uma despromoção deste equipamento e da Domus Municipalis, mas tudo acabou por ficar no lugar certo”, frisou Jorge da Costa.

Para a diretora do Museu Terra de Miranda, integrar o equipamento no município seria “um desprestígio”. Por isso, Celina Pinto considera que foi feito o correto, já que a gestão do Estado trará benefícios. “É proveitosa toda esta sinergia que se cria ao serem 38 equipamentos que trabalham em articulação. Enquanto que o museu ao ser municipalizado, a instituição fica a trabalhar sozinha. Na área da museologia é muito proveitoso ouvir os pares, trabalhar em conjunto, articular formas de trabalho, de investigação e não faz sentido estar a dividir equipamentos de Lisboa do resto do país”, defendeu.

Também a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, se mostrou satisfeita com a decisão, uma vez que entende que “pelas competências da câmara municipal não passa a gestão do Museu da Terra de Miranda”.

Contactámos o presidente da Câmara de Bragança, que na altura também se tinha manifestado contra a possível alteração, mas não foi possível obter qualquer declaração.

O Museu Abade Baçal, a Domus Municipalis de Bragança e o Museu Terra de Miranda eram geridos pela Direcção-Geral da Cultura. No entanto, a direção sofreu uma reestruturação e, desde 1 de Janeiro, que se dividiu em duas entidades, a Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, e o Instituto Público Património Cultural, com sede no Porto.

Os três equipamentos da região estão agora integrados na Museus e Monumentos de Portugal.

Retirado de www.jornalnordeste.com

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