Colocava-se a possibilidade de serem geridos pelos municípios, mas, depois de várias contestações e consulta pública, a medida não se chegou a concretizar
Jornalista: Ângela Pais
O Museu Abade Baçal e a Domus Municipalis, em Bragança, e o
Museu Terra de Miranda, em Miranda do Douro, vão continuar a ser geridos pelo Estado.
No ano passado, quando foi anunciado a reestruturação da
Direcção-Geral da Cultura, colocou-se a hipótese de, a partir de 2024, estas
três estruturas passarem a ser geridas pelos municípios, mas as câmaras e os
diretores dos museus mostraram-se contra essa possibilidade.
Depois da consulta pública, ficou decidido que continuam a
ser geridos pelo Ministério da Cultura.
O diretor do Museu Abade Baçal considera que “se fez
justiça”, uma vez que o equipamento “sempre esteve ligado à tutela do Estado”.
“Agora faz parte da Museus e Monumentos de Portugal, porque é o grande museu da
região, não tenho a menor dúvida, e portanto seria uma despromoção deste
equipamento e da Domus Municipalis, mas tudo acabou por ficar no lugar certo”,
frisou Jorge da Costa.
Para a diretora do Museu Terra de Miranda, integrar o equipamento
no município seria “um desprestígio”. Por isso, Celina Pinto considera que foi
feito o correto, já que a gestão do Estado trará benefícios. “É proveitosa toda
esta sinergia que se cria ao serem 38 equipamentos que trabalham em articulação.
Enquanto que o museu ao ser municipalizado, a instituição fica a trabalhar
sozinha. Na área da museologia é muito proveitoso ouvir os pares, trabalhar em
conjunto, articular formas de trabalho, de investigação e não faz sentido estar
a dividir equipamentos de Lisboa do resto do país”, defendeu.
Também a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena
Barril, se mostrou satisfeita com a decisão, uma vez que entende que “pelas
competências da câmara municipal não passa a gestão do Museu da Terra de Miranda”.
Contactámos o presidente da Câmara de Bragança, que na altura
também se tinha manifestado contra a possível alteração, mas não foi possível
obter qualquer declaração.
O Museu Abade Baçal, a Domus Municipalis de Bragança e o Museu
Terra de Miranda eram geridos pela Direcção-Geral da Cultura. No entanto, a
direção sofreu uma reestruturação e, desde 1 de Janeiro, que se dividiu em duas
entidades, a Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, e o Instituto
Público Património Cultural, com sede no Porto.
Os três equipamentos da região estão agora integrados na Museus e Monumentos de Portugal.
Retirado de www.jornalnordeste.com
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