quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Regresso às origens

Várias vezes aqui referi a minha pequeníssima e, infelizmente, agora, quase deserta aldeia.

Valham-nos alguns resistentes que por ali se mantém. Não foram eles, seria guarida de fauna e flora autóctone, na melhor das situações ou pousio de más intenções na pior das hipóteses.
Sempre que ali vou, retempero-me. Encho os pulmões de ar puro, embebo o olhar em verdes paisagens ululantes dos cantares do rio Tuela a caminho do Tua.

Inspiro-me. Liberto-me e liberto as minhas tristezas escondidas que o mundo não precisa conhecer. Torno-me mais eu, sem subterfúgios, sem máscaras.
Continuo a amar a paisagem mais do que qualquer coisa.
Sinto-me grão daquela seara ancestral, coberta por tantos sofrimentos, alegrias, dores, lágrimas...
Ali nasci. Ali se enterraram os que me tornaram quem geneticamente sou.
Pertenço. Não sou de ninguém, mas sou deste lugar único a que não desprezo mas que abandonei há muitos anos.
Regresso quando posso. Poucas vezes piso este chão de vinhas que a filoxera destruiu. Muitas memórias se perderam e outras se encontram às "Vinhas Velhas" onde, persistentemente, teimam algumas videiras, depois de séculos de absoluto abandono.

Aqui deixo estas imagens de Brito de Baixo, concelho de Vinhais, distrito de Bragança, em Trás-os-Montes, Portugal.
Maria Cepeda

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