sábado, 9 de julho de 2011

Colaboração

Para uma verdadeira expansão dos sentimentos.
Para uma real amostragem da vida.
Para uma efectiva independência das opções políticas, progressistas e solidárias.
Porque entendemos que a sensibilidade é naturalmente livre. Diz respeito a cada um e todos a deverão sentir.
Porque entendemos que a participação tem de ser superior e ultrapassar toda a manipulação, coberta sob qualquer pretexto.
Porque mostrar a verdade quotidiana é uma necessidade visceral da vida.
Entendemos que assim, a palavra COLABORAÇÃO atingirá a sua verdadeira dimensão e significado.
Esta é a forma de hoje começarmos a falar vida.
Este é o cartão de visita de uma região em esquecimento.
A continuação de um estudo do que é possível fazer no Nordeste transmontano, onde para além da verdade quotidiana, se pensa em termos de sensibilidade.
Sensibilidade sem a qual não se pode pensar em progresso, que não é comício nem panfleto.
Que papel caberá neste momento a esta ideia ou outras que se formem no Nordeste?
Uma pergunta que é perfeitamente lógico colocar-se, ao pensarmos que Trás-os-Montes é agitado por um vendaval amplamente discutível e indefinido. Caberá um papel essencialmente de informação honesta e fundamentada, a abertura do diálogo franco, sempre possível.
Pretendemos actuar tendo em linha de conta a experiência, o conhecimento, a vivência exacta das personalidades convidadas. Sabemos da importância do amor que nutrem pela sua terra, mas também sabemos que nos tempos que correm existem preocupações mais prementes e essenciais, onde as incertezas dos dias que virão incomodam e desassossegam novos e velhos, cultos e menos cultos, ricos e pobres…
Não queremos com isto ser pretensiosos, pensar que somos nós que vamos fazer a diferença, mas queremos ter a pretensão de poder transmitir esperança a quem quase já não a tem. Transmitimos apenas o resultado do nosso esforço. Da forma como o orientarmos e no-lo receberem, assim será considerado.
Queremos, sequentemente, um programa interventivo, dinâmico e que revolte as águas deste marasmo em que nos encontramos.
Queremos a nossa quota-parte na luta pela caracterização verdadeira dos factos e evolução consciente dos mesmos.
Estamos aqui porque não queremos estar isolados. Teremos todo o gosto em que fiquem ligados a nós. Só assim nos sentiremos bem. Queremos o intercâmbio com aqueles que têm basilarmente os mesmos objectivos. Esta região não merece o abandono a que está votada.
Que este seja um pequeno contributo para nos pôr, definitiva e realmente no mapa desta Europa que se quer unida e única.

Marcolino José Cepeda

3 comentários:

  1. Felicito a Mara e o Marcolino, os autores deste blog, que promete constituir-se como mais um marco em prol da cultura do nordeste, divulgando ´o sentir` de alguns dos notáveis deste "reino maravilhoso". Parabéns
    Alice Lopes

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  2. Que este vosso Blogue, seja mais uma pedrada no charco.
    Se essa pedrada fizer molhar, nem que seja com umas gotas de água, a "cabeça" daqueles que não se apercebem que estão a ajudar a matar, lentamente, a nossa ruralidade, em detrimento de modernices de duvidosa utilidade...já será, sobremaneira, um marco.
    "Alguns dos esquecidos"...daqueles com os dedos engelhados, algumas daquelas vestidas de preto e sem esperança, sem médico, sem fisioterapeuta, sem policiamento e segurança...sozinhas numa ruela com mais 10 casas desabitadas...uns cães, uns gatos...agradecem mais uma pedrada no charco.
    E...quando morre um homem ou uma mulher nas nossas aldeias...não virá ninguém a fazer a compensação do número...muito menos das gentes...
    Estes homens e mulheres NOTÁVEIS, abandonados a seguir a todos os Natais a todas as Páscoas e a todas as férias de Verão...que lutaram e trabalharam uma vida inteira sem nada pedir em troca...agradecem o vosso empenho e dedicação. Tenho a certeza!
    Força Marcolino e Mara.

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  3. Quem nos dera, Henrique, que ao de leve, com o roçar das asas de uma borboleta, conseguíssemos acordar a calmaria das águas em que nos encontramos.
    Sim! São notáveis esses homens e mulheres que labutam nas nossas aldeias, todos os dias das suas sofridas vidas, alimentando um único objectivo que é ter o melhor que a terra dá, para mimar, nas quadras festivas e férias de verão, os seus filhos e netos imigrados e que, depois, abandonados e sós, alimentam nos seus corações, a esperança de os ver voltar enquanto ainda estão vivos!
    Quando alguém morre, é, a todos os níveis, insubstituível. Não há compensações possíveis. Só resta a imensa tristeza de ver os pequenos desertos em que se transformam as nossas aldeias.
    Só resta o desassossego de saber que, o nosso povo mais genuíno e puro, já quase não existe.
    A grande concentração de população na faixa litorânea, acabará por nos transformar em Jangada de Pedra, sem rumo certo.

    Bem hajas Henrique
    Marcolino e Mara

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