segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

António Costa defendeu em Vinhais que descentralização promove desenvolvimento




Primeiro-ministro considera que o país só prospera se nenhuma parte dor deixada para trás.
O primeiro-ministro, António Costa, passou sábado pela Feira do Fumeiro de Vinhais, onde afirmou que o concelho é um bom exemplo do impacto que a descentralização pode ter no desenvolvimento regional.
O chefe de governo considera que dar mais competências às autarquias pode ajudar a valorizar a economia dos respectivos territórios. Elogiando o autarca de Vinhais, referiu que ao longo dos três mandatos Américo Pereira “muito contribuiu para o desenvolvimento da sua terra e isso é um bom sinal daquilo que é o novo papel dos autarcas, o de valorizarem os seus recursos próprios, os seus produtos naturais, dinamizarem a economia do seu território”.
O primeiro-ministro falou de “um papel novo das autarquias” e sustentou que “dar às autarquias mais meios, mais recursos e mais competências é ajudá-las a contribuírem ainda mais para o desenvolvimento regional e do país”.
António Costa agradeceu aos que sabendo das dificuldades de viver em Trás-os-Montes, “de onde é difícil chegar aos grandes mercados, não desistem de estar na sua terra”. Para o primeiro-ministro é necessário promover o que há de melhor em cada região, porque, acredita “é valorizando os seus produtos que mais se valoriza território e mais se desenvolve o país”.
“E se nós queremos todo um país mais próspero, com uma economia melhor, com a riqueza mais bem distribuída por todos, nós não podemos deixar nenhuma parcela do território nacional por desenvolver e temos de puxar pelo melhor de cada uma das regiões”, adiantou ainda.

Passos destaca vitalidade da feira
Por Vinhais passou ainda este fim-de-semana o presidente do PSD e ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que abordou também o tema da descentralização, frisando que, apesar de ter “ouvido as intenções do Governo”, “para já o PSD foi ainda o único partido que apresentou mesmo projectos na Assembleia da República”.
O líder do principal partido da oposição sublinhou o impacto económico da feira e justificou a visita com “a grande vitalidade” que o certame mantém
“É um evento que atrai pessoas de quase todo o país e, de certa maneira, é uma forma de promover produtos que são regionais, que de certo modo trazem valor acrescentado a esta região”, sublinhou.
O presidente da Câmara Municipal de Vinhais, Américo Pereira, destacou a importância deste certame que é “uma montra de produtos” e adiantou que sector que movimenta mais de 6 milhões de euros ao ano. “As empresas e pessoas que participam no certame não trabalham somente para estes quatro dias, trabalham todo o ano”, acrescentando que representam “mais de trezentos postos de trabalho directos”. O autarca destacou ainda que o impacto da Feira do Fumeiro de Vinhais está patente “nos 400 expositores instalados na feira e na hotelaria lotada, em Vinhais e em concelhos limítrofes”.

Capacidade hotelaria lotada
Na 37.ª edição da feira do fumeiro de Vinhais, participaram cerca de 400 expositores, a maioria a vender os melhores produtos da região, com destaque para o fumeiro, que, como é tradição, é pouco para a procura.
Isso mesmo confirmou Idalina Afonso que participa na feira há mais de 20 anos.“Já vendi muito, chouriças já não tenho, já tenho clientes certos de há muitos anos”, explicou a expositora.
Natália Vaz, de Fresulfe, diz que o segredo “é temperá-los e afumá-los bem”. Leva todos os dias um novo carregamento de fumeiro que produz em casa e diariamente esgota.
Também Maria Alice Alves não se queixa das vendas. Participa na feira desde a primeira edição, em 1981 e garante que escoa tudo. “Nunca me sobeja nada, ainda precisava de mais, temo muito bons fregueses”, referiu.
Este ano, a organização estima que cerca de 70 mil pessoas tenham visitado o certame de Vinhais, uma das feiras do fumeiro mais antigas do país.

Criação de Agrupamento de apoio a produtores de carne de raça Bísara
Organizar a produção de carne de suíno de raça Bísara com Denominação de Origem Protegida (DOP) e ajudar a colocá-la no mercado, é o objectivo do Agrupamento de Produtores de Carne de Suínos Bísaros. Esta entidade viu a sua sociedade comercial constituída dia 10, durante a feira do fumeiro de Vinhais.
Este é um agrupamento criado para colmatar as dificuldades na venda da carne e que segundo Carla Alves, da Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara, “é preciso de juntar a oferta dos produtores e depois comercializar tudo junto, porque até hoje não conseguimos ter um local onde pudéssemos ter a compra da carne de Bísaro DOP”, explica. Depois de ter sido constituída a sociedade comercial, o passo seguinte é pedir o reconhecimento como agrupamento de produtores. Carla Alves considera essencial que exista uma estrutura de comercialização “ para conseguir aceder a fundos comunitários, fazer candidaturas para promoção, para comercialização e até mesmo para o funcionamento do próprio agrupamento”.
Entre outras coisas, vão responsabilizar-se pela comercialização, garantia do escoamento da carne, apoio na compra de alimentação e medicamentos para os animais.
Há uma procura crescente do produto e Carla Alves garante que a produção da região tem capacidade para crescer caso o mercado assim o exija. As explorações na região são 200, a maioria de pequenos produtores.
O documento que vai dar origem ao agrupamento foi assinado por 20 produtores, pelo Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o presidente do município de Vinhais, o Director Regional da Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, e o Director-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Fernando Bernardo, havendo ainda várias autarquias que manifestaram interesse em fazê-lo.

Escrito por: Jornalista Olga Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com

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