Maria Clara, conforme combinado, à hora certa,
encontrava-se, acompanhada pelo pai, à porta da escola com uma pequena pasta
onde levava pouco mais do que um caderno e um estojo.
O seu coração batia ligeiro, querendo saltar pela boca, tal
era a aflição de enfrentar aquele mundo novo e enorme. A escola era muito
grande, pelos seus padrões absolutamente gigantesca. Olhou para o pai com o
olhar assustado como que a perguntar se podia voltar para casa. O pai sorriu o
seu melhor sorriso.
- Não tenha medo filha. Você vai ver que a escola é
maravilhosa e depressa você vai se habituar. Vai correr tudo bem. Tudo vai dar
certo.
Timidamente, a menina acenou com a cabeça. Estremeceu ao som
do toque de entrada. Apertou com força a mãe quente que amparava a sua e o pai,
baixando-se, fixou nela o olhar meigo e sereno e disse-lhe:
- Hoje você vai viver um dia muito diferente daquilo que
conhece. O colégio é grande, são muitos alunos, muitos professores, muita
gente. Os seus colegas vão olhar pra você insistentemente. Não tenha medo. Não
fique envergonhada. É normal, também te estão estranhando. Tenha calma e se
tiver dúvidas fale com a professora.
Deu-lhe um beijo, entrou com ela no edifício e levou-a à
sala de aulas. Falou brevemente com a professora e saiu.
Maria Clara sentou-se afogueada, o coração aos saltos. Estendeu
o olhar pela sala e pelos colegas mais próximos e ouviu a voz da professora a
chamá-la. Deu um salto na cadeira e balbuciou um quase inaudível "Sim
senhora professora?"
- Vem aqui querida. Vou apresentá-la à turma.
Perante a insegurança da aluna, insistiu...
- Não tenha medo, venha.
Levantou-se trémula e dirigiu-se hesitante para o estrado
onde se encontrava a docente que a apresentou à turma. Por sua vez, cada um dos
colegas se apresentou.
Se lhe perguntassem o nome dos colegas, não saberia
dizê-los. Apenas fixou o da sua colega da direita, Carolina e a da esquerda,
Vilma.
Começou finalmente a aula.
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