Em dia de fecho desta edição celebra-se o Dia
do Amor, também chamado de Dia de São Valentim ou dos Namorados. Não podíamos
deixar de sair à rua para perceber o comportamento em relação ao consumo.
Falámos com empresários do ramo da hotelaria, ourivesaria e flores. Estes
depositam as suas expectativas nestes dias nomeados, mas é certo que os
recentes impactos globais da pandemia de COVID-19 têm afetado criticamente as
pessoas. Os empresários sentem que os clientes estão preocupados não só com a
saúde, mas especialmente com situação financeira. Serão apenas essas as razões
para que esta época não ter correspondido à de anos anterior? Estudos apontam
que a restrição da prática social tem gerado amplamente limitações no
dia-a-dia, especialmente para os familiares que foram obrigados a viver juntos
durante o confinamento. Os que não foram “obrigados” a viver juntos,
“digitalizaram” as suas relações, o que leva a que o melhor presente do Dia dos
Namorados seja um post bem repimpado nas redes sociais. Quem não gostou nada
destas novas “modas” foi o nosso comércio tradicional. Se considerarmos os
benefícios do confinamento, o tempo em família pôde ser obtido como um factor
essencial que ajuda a criar laços fortes, amor, conexões e de relacionamento.
No entanto, as evidências emergentes do aumento dramático nos problemas de
relacionamento, incluindo violência e abuso, foram reveladas globalmente. Os
dados relativos à violência no namoro estabilizaram, significa que as denúncias
não aumentaram. Aliás, a PSP revelou que número de queixas de violência no
namoro desceram 5% em 2020 face a 2019. À partida seria uma boa notícia, no
entanto, não só os números mostram a realidade das coisas. Um estudo da União
de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) mostra que 26% dos jovens acham
legítimo o controlo, 23% a perseguição, 19% a violência sexual, 15% a violência
psicológica, 14% a violência através das redes sociais e 5% a violência física.
Resumindo, quase sete em cada dez jovens que participaram nesse estudo acham
legítimo o controlo ou a perseguição na relação e quase 60% admitiram já ter
sido vítimas de comportamentos violentos. Este dia é sempre altura de
comemorar, mas também de repensar de que forma está a evoluir a sociedade e não
me parece que estes dados sejam muito “amorosos” nos dias de hoje. Temos vindo
a noticiar a abertura dos Balcões Únicos do Prédio por todo o distrito. Não
estava muito clara a função deste serviço e muita gente mostrou dúvidas não
entendendo para que serviam. Então nesta edição fomos tentar perceber qual é
realmente a sua utilidade. Da forma como foi apresentado parecia que se podia
registar um terreno sem custos, mas na verdade o que se pode fazer é
georreferenciar um terreno, ou seja, podem ser identificados os limites dos
terrenos, por meios digitais, assim como quem é o legitimo proprietário das
matrizes e isso sim não tem custos. O resto é como sempre foi.
Retirado de www.jornalnordeste.com
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