Nascido numa pequena aldeia do Concelho de Macedo de Cavaleiros, Grijó de Vale Benfeito, no Distrito de Bragança, trouxe consigo a força de ser transmontano. Com os pais, migrou para Lisboa, mas nunca esqueceu as suas origens e todas as férias eram passadas em Trás-os-Montes.
Dedicou-se com afinco ao estudo para aliviar os pais e a pensar na irmã que é médica.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e doutorou-se pela Universidad Complutense de Madrid e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
À frente do Ministério do Ultramar, para o qual foi chamado por Salazar em 1961, fez uma série de reformas, sendo a mais simbólica a revogação do estatuto do indigenato.
Saiu do Governo em 1963, quando Salazar lhe pediu para mudar de política. Segundo conta o próprio Adriano Moreira, respondeu-lhe: “Acaba de mudar de ministro”.
Passou depois pela presidência da Sociedade de
Geografia, onde ficou até 1974, e à frente da qual promoveu o Movimento da
União das Comunidades de Língua Portuguesa. E manteve-se à frente do Instituto
Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual ISCSP, escola que
ajudou a reformar introduzindo o estudo de diversas ciências sociais, até ser
demitido pelo Governo de Marcello Caetano em 1969.
Regressou ao ISCSP em 1983, quando foi eleito
presidente do Conselho Científico.
Em 1980, voltou à atividade política, integrando as
listas do CDS nas legislativas daquele ano a convite de Freitas do Amaral e de
Adelino Amaro da Costa. Em 1983 foi eleito presidente do Conselho Nacional do
CDS e em 1986 chegou à liderança do partido, à frente do qual se manteve até
1988. No parlamento ficaria 14 anos.
Apesar dos cognomes de “senador” e “histórico do
CDS”, Adriano Moreira prefere ser reconhecido como professor.
E, apesar de uma vida muitíssimo preenchida, formou a sua própria família sem nunca descurar as suas obrigações de filho e irmão.
Aqui deixamos os nossos mais sinceros Parabéns, agradecendo mais uma vez, a entrevista que nos deu, na Pousada de São Bartolomeu, em Bragança, em 2019, com 97 anos de idade e uma enorme vitalidade.
Foi uma entrevista, para nós, Marcolino e eu, memorável. Se já o admirávamos como profissional e pelo seu percurso de vida, ficámos encantados por descobrir um ser humano excecional.
Parabéns Senhor Professor!
Maria e Marcolino Cepeda
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