domingo, 4 de março de 2012

Cá está a 35ª entrevista

A doçura do mel serve de mote a esta excelente entrevista que nos foi concedida por Sância Pires, professora adjunta da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança.
O tema foi o mel que se produz em Trás-os-Montes, principalmente nas regiões de montanha.
Trás-os-Montes produz 81% do mel certificado no país.

sábado, 3 de março de 2012

Amanhã postaremos a 35ª entrevista

Neste domingo a nossa entrevistada é Sância Pires, professora adjunta da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança.
Nasceu em Angola de onde saiu com seis anos de idade. Considera-se africana, embora as suas raízes sejam transmontanas. Os seus avós e pais são de uma aldeia próxima de Bragança.
Nesta entrevista, o tema principal foi o mel, produto de excelência em Trás-os-Montes e que não está suficientemente explorado.

Entrevista com Dr. António A. Pinelo Tiza

Vamos chamar à sua entrevista “À procura da magia do Inverno Transmontano”. Tiza, nasceu em Varge, concelho de Bragança. Que recordações guarda da sua meninice e da sua juventude?

Guardo bonitas recordações da aldeia, sobretudo da aldeia porquê, a partir dos dez, onze anos tive que me deslocar para o seminário, onde a vida para uma criança, um adolescente e um jovem não era muito atraente, de forma que as recordações mais bonitas que guardo são, de facto, aquelas que me vêm do  lugar onde nasci.

Foi uma mudança muito radical…

Foi uma mudança muito radical. Foi uma mudança de cento e oitenta graus. Uma criança que, naquele tempo, praticamente nunca tinha saído da aldeia a não ser ter vindo a Bragança, uma vez ou outra, como por exemplo, vir fazer a quarta classe a Bragança porquê, nessa altura havia exame de quarta classe e fazia-se na sede do concelho a que a escola pertencia. Vim fazer, também, a admissão ao liceu porquê, pelo sim pelo não, o meu ai quis que eu fizesse a admissão ao liceu para se, eventualmente, eu desistisse de ir para o seminário, teria sempre a possibilidade de poder começar a frequentar o liceu, começando no chamado primeiro ano de liceu.
Essa mudança foi, de facto, muito grande. De uma vida da aldeia, com total liberdade, que uma criança tinha e tem e que é assim que deve ser, de andar pelos campos, jogar à bola, jogar à pedrada, ir para o rio, dar um mergulho no rio, andar por ali completamente à vontade atrás dos passarinhos, atrás das vacas e fazer tudo o que lhe apetecia e, de repente, ver-se encurralado entre quatro paredes numa instituição austera em que tudo era rígido, tudo era controlado é, de facto, uma mudança muito grande. Não dá para explicar, só vivendo é que se pode entender o que se sente nessa mudança tão radical.

De que forma o facto de ter nascido nesta região o marcou?

Marcou-me, como penso eu que nos marca a todos, o nosso modo de ser de transmontano. Penso que o transmontano é de facto uma pessoa íntegra no seu modo de pensar e, sobretudo, no seu modo de agir e age justamente em concordância com aquilo que pensa. Não haverá discrepância entre uma coisa e a outra. Há, aqui, uma integridade que funciona e foi isso que herdei. É isso que eu sinto que tenho e que me faz ser aquilo que sou. Penso que se passará isso um pouco com os nossos conterrâneos embora, como em tudo na vida, há sempre alguns que tresmalham um pouco mas, enfim, são as coisas da vida mas, o que define um transmontano é isso e foi isso que eu herdei.

Quando deixou a sua aldeia veio para o seminário. Porquê?

Foi por vontade minha, embora, influenciado. Sofri a influência de um homem que era, nada mais, nada menos, que o pároco da minha freguesia e, também, professor no seminário em Bragança, o Dr. Francisco Vale. Nessa altura, vendo o exemplo daquele homem, fiquei motivado para ser como ele, alguém que fizesse aquilo que ele estava a fazer e que nós, como crianças, sentíamos que ali havia qualquer coisa que nos atraia e eu manifestei esse desejo em casa, o que muito agradou à minha mãe e também ao meu pai e foi aquilo que eles mais quiseram ouvir, que eu manifestasse esse desejo de ser padre. Eu posso dizer que fui de livre vontade muito embora eu não soubesse o que me esperava.

A sua vida profissional está, obviamente, ligada à sua formação académica. Tem desenvolvido uma actividade multifacetada a nível profissional. Fale-nos um pouco desse seu percurso.

Biografia Dr. António A. Pinelo Tiza

Dr. António André Pinelo Tiza, natural de Varge, freguesia de Aveleda, concelho de Bragança, nascido em 30/05/1949. Casado; pai de dois filhos.
Tirou o curso de Teologia no Seminário Maior de Bragança;
Fez a licenciatura em filosofia pela Faculdade de letras da Universidade do Porto;
Está a preparar a tese de doutoramento em ciências sociais pela Faculdade de ciências da educação da Universidade de Valladolid.
Exerceu e exerce as funções de professor em vários níveis de ensino desde o segundo ciclo até ao superior.
Foi Coordenador Distrital da Educação de Adultos;
Presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano;
Tem publicado vários trabalhos no âmbito da investigação sobre a etnografia e a educação na região do nordeste transmontano;
Tem colaborado em jornais e revistas, nomeadamente, Brigantia, Amigos de Bragança, Jornal de Letras e Tellus;
Foi director da revista “Amigos de Bragança”;
Tem vários livros publicados em co-autoria e ainda “Inverno Mágico, ritos e mistérios transmontanos”, de sua autoria.
Além disso tem colaboração em vários livros sobre cultura, história e etnografia em Portugal e Espanha.
Tem sido o grande dinamizador da revitalização das tradições relacionadas com a Festa dos Rapazes e com a Máscara tradicional de Trás-os-Montes.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O futuro está na indústria

Os serviços integram a área com maior peso na economia do distrito de Bragança, mas é na indústria que está o futuro. A conclusão é de um estudo encomendado pelas Associações empresariais de Bragança, Vila Real, Guarda e Castelo Branco, sobre o tecido empresarial e económico destes quatro distritos.

João Amaro, o coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projecto, sublinha que, apesar de não ser a área mais representada nas actividades, foi a indústria que mais riqueza criou nestas regiões.
“Há uma dinâmica industrial que deve ser potenciada. O comércio tem um peso muito representativo e deve ser incentivado mas numa lógica de definição de prioridades, o sector industrial tem uma capacidade grande para crescer.”
Para além deste estudo, foi também apresentado aos empresários um observatório online, “que vai permitir, nomeadamente ao NERBA, poder monitorizar o que vai acontecendo, quer ao nível de volume de empresas, de emprego, de volume de negócios. E depois vai sendo actualizado, com dados do INE. E vai tendo uma componente de auscultação periódica para medir o índice de confiança, no mercado e na governação.”
O presidente do NERBA acredita que, actualmente, o estudo dos mercados é um factor decisivo para a competitividade das empresas.
Por isso, Eduardo Malhão acredita que os empresários da região vão ter muito a ganhar com este estudo.
“Poderão, desde logo, conhecer a estrutura sectorial e os principais “players” que actuam ao nível regional. E as empresas podem ter a noção por onde podem crescer e o posicionamento face ao sector. Em termos de investimentos, é uma base de trabalho essencial”, frisou.
A informação só deverá estar disponível para os sócios da instituição.

Retirado do site http://www.jornalnordeste.com/

Miranda do Douro: O realizador cinematográfico João Botelho “roda” documentário nas Terras de Miranda.

O realizador João Botelho rodou um documentário sobre o mirandês e a música tradicional da região de Miranda do Douro em “ Anquanto la lhégua fur cantada ”, que se estreia em Miranda do Douro no próximo dia cinco de Março.
Em declarações à RBA, João Botelho disse andou por montes e vales de Miranda do Douro com a atriz Catarina Wallenstein, o músico Gabriel Gomes e um burro mirandês para filmar as polifonias e a tradição musical da região.
Segundo a produtora Ar de Filmes, “Anquanto la lhégua fur cantada “ ” será exibido no dia 05, no auditório municipal de Miranda do Douro e, no dia seguinte, na Casa da Música, no Porto.
Catarina Wallenstein canta músicas tradicionais do planalto mirandês adaptadas pelo acordeonista Gabriel Gomes, mas no filme participam ainda as cantadeiras Beatriz Martins e Adélia Garcia, tendo esta, gravado, para Michel Giacometti e Tiago Pereira em recolhas musicais.
O Grupo de Pauliteiros de Miranda – Fonte de Aldeia, o Grupo de Cantares Almas de Sendim e os Galandum Galundaina também entram no filme.
O documentário com cerca de 50 minutos, resultou de uma encomenda da Direcção Regional de Cultura do Norte e é dedicado a Amadeu Ferreira, considerado um dos maiores divulgadores da língua mirandesa.
Retirado do site: www.rba.pt

É desta que Veiguinhas avança, dizem os técnicos

A construção da barragem de Veiguinhas é a melhor solução para resolver o problema de abastecimento de água no concelho de Bragança. Esta é a posição tomada pelos técnicos que elaboraram o Plano de Gestão das Regiões Hidrográficas do Norte, que foi apresentado ontem, em Bragança.

António Monteiro, coordenador do consórcio responsável pela elaboração deste Plano, acredita que é desta que Veiguinhas vai conseguir aprovação.“A nossa proposta é que seja efectivamente Veiguinhas. Por duas razões, uma delas é a questão da contenção orçamental. Achamos que estes planos já são complicados de tentar justificar nos próximos três anos um conjunto de acções e de investimentos que implicam soluções mais dispendiosas. Temos receio que soluções mais dispendiosas contribuam para adiar a obra. Por outro lado, achamos que o processo está bem encaminhado. É nosso entendimento em conjunto com a ARH e outras entidades ligadas ao processo que os impactos que são levantados do ponto de vista ambiental podem ser superados”, afirma António Monteiro.    Para já está previsto um investimento de 9 milhões de euros para construir Veiguinhas nos próximos três anos. Entretanto, para garantir o abastecimento de água às populações em anos mais secos, António Monteiro considera fundamental elaborar um plano de gestão de seca.“Que se faça efectivamente um estudo do que nós devemos fazer em termos de gestão de secas, ou seja enquanto essas obras não estão feitas, que nós consideramos muito urgentes, deve a ATMAD, as Câmaras Municipais terem planos de contingência para situações de seca, que permita salvaguardar que a população é abastecida com água de qualidade, para não estarmos a adoptar soluções à pressa”, acrescenta o responsável.Se não chover com abundância nos próximos dois meses, o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, teme que a água deixe de correr nas torneiras.“Neste momento estamos a utilizar as reservas que deveriam ser mantidas para o período de Verão. Se estamos a utilizá-las durante o Inverno e se não chover de forma significativa não teremos água para abastecer as populações. Se não chover com abundância nos próximos dois meses para repor os níveis teremos uma ruptura total no abastecimento de água”, garante o edil.O Plano de Gestão das Regiões Hidrográficas do Norte prevê ainda investimentos na ordem dos 8 milhões de euros nos sistemas de abastecimento de água dos concelhos de Vimioso e de Carrazeda de Ansiães.

Escrito por Brigantia (CIR)
Retirado do site http://www.brigantia.pt/