Por Susana Pinheiro
Câmara de Bragança quer que o Governo apoie
financeiramente os produtores de castanha pelas quebras na produção que calcula
serem “superiores a 80%” devido à seca.
“Pela expressiva
importância que a fileira da castanha tem para a Terra Fria do Nordeste
Transmontano e para Portugal, contribuindo para a sustentabilidade destes
territórios, propõe-se que o Governo adote medidas urgentes e muito
concretas de apoio aos produtores de castanha”, solicita o número
dois da autarquia de Bragança, Paulo Xavier. Numa exposição, na reunião do
executivo, a que o ECO/Eco Local teve acesso, o autarca calcula mesmo uma
quebra superior a 80%.
Paulo Xavier
solicita, por isso, ao Governo “um apoio financeiro direto, a título
compensatório, tendo por base o diferencial entre a faturação desta
campanha e a média aritmética dos três últimos anos”, ou seja, de 2019 a 2021.
Esta posição foi deliberada por unanimidade, na reunião do executivo, que
decorreu na segunda-feira, e vai ser enviada para o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro António
Costa, e mais elementos do Governo.
“Nesta data, é
possível afirmar que a quebra da produção de castanha, nesta região, é
superior, em média, a 80%, com evidentes perdas de rendimentos para os
agricultores e famílias, acentuada pelo aumento exponencial dos custos
energéticos, entre outros”, refere o vice-presidente da autarquia. E já são
muitas as queixas de quebra que chegam ao município.
Os produtores têm
vindo a queixar-se e receiam avultados prejuízos, uma vez que a produção e
venda deste fruto é uma forma de sustento de muitas famílias que se
veem agora a braços com mais dificuldades. A que acresce a crise económica.
Na exposição a
enviar ao Governo, a Câmara de Bragança destaca, por isso, a importância da
cultura do castanheiro na Terra Fria do Nordeste Transmontano, ou seja,
Bragança e Vinhais, para o desenvolvimento económico, social e ambiental
destes territórios.
“A castanha é um dos
produtos agrícolas com maior potencial económico e rentabilidade na
região de Bragança, representando um volume de negócios na ordem dos 100
milhões de euros, apenas no que concerne às transações diretas”, frisa o
vice-presidente do município. Mais, reitera Paulo Xavier: “Cerca de 85% da
produção nacional tem origem na denominada Terra Fria do Nordeste Transmontano“.
Na exposição, a
autarquia reforça ainda que a produção tem aumentado nos últimos
anos. Aliás, sustenta, este fruto “mantém um saldo muito positivo na
balança comercial, com cerca de 80% da produção a ser exportada para países
como Espanha, França, Itália e Brasil”.
Só que este ano, a
campanha da castanha tem sido complicada para os produtores. Entre as causas
para a quebra da produção, o edil enumera a “seca extrema” que
atingiu a região e a falta de chuva, além de doenças como a tinta ou
a vespa das gralhas do castanheiro que têm comprometido a produção.
Retirado de Localonline
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