AECT alerta para impactos ambientais negativos do projecto de extracção a céu aberto em Espanha.
O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT)
Zasnet mostra-se preocupado com o projecto de instalação de uma mina a céu
aberto muito poluente, em Calabor, Espanha. O AECT, que abrange territórios do
Nordeste transmontano, de Salamanca e Zamora, considera que esta exploração de
estanho e volfrâmio pode mesmo pôr em causa o selo da UNESCO atribuído há cinco
anos à Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica. Segundo Hernâni
Dias, presidente da Zasnet, não é possível integrar “nos objectivos desta
reserva ecológica uma mina a céu aberto” como aquela que é proposta.
“Entendemos que a instalação desta mina é altamente poluente, não só a nível
local, afectando uma área muito maior do que aquela que seria expectável, mas também
ao nível do solo, da água e também da atmosfera”, bem como “altamente
prejudicial para os ecossistemas, em todo o território, com especial incidência
em áreas protegidas e classificadas”, frisou. O agrupamento territorial entende
ainda que o investimento seria lesivo para as populações nas proximidades da
mina e para actividades na reserva como turismo de natureza. O também
presidente da câmara de Bragança considera que o empreendimento mineiro pode
pôr em causa o projecto de investimento do Zasnet no valor de 2 milhões de
euros, de promoção do património cultural, produtos autóctones, natureza e
turismo. “Consideramos que há graves implicações ambientais e também grandes
prejuízos para o projecto que neste momento estamos a desenvolver, na Reserva
da Biosfera, com um montante financeiro aproximado de 2 milhões de euros”,
referiu. A aposta da Zasnet passa pelo estudo e implantação da marca
corporativa da RBT Meseta Ibérica, organização de eventos, criação de centros
interpretativos, bem como de rotas e pacotes turísticos e ainda de um
observatório turístico. A Zasnet espera que este projecto mineiro, mesmo no
coração da Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica, não vá para a frente e já
enviou esta posição à UNESCO, nomeadamente ao presidente da comissão nacional
deste organismo da ONU.
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
Retirado de: www.jornalnordeste.com
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