quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Paulo Xavier quer passadiços no monte do S. Bartolomeu (Retirado de www.mdb.pt)

 


O presidente da Câmara de Bragança, Paulo Xavier, pretende avançar com a requalificação do monte de S. Bartolomeu e instalar passadiços na vertente virada para o castelo, junto ao rio Fervença.

Isso mesmo foi avançado à margem da Assembleia Municipal de Bragança do passado dia 27 de setembro.

“Queremos a requalificação do S. Bartolomeu. O projeto está agora a ser feito”, precisou o autarca, garantindo, contudo, que não contempla a instalação de um teleférico, como chegou a ser equacionado há 11 anos.

“Não, para já, não. Se houvesse um investidor que pudesse pegar nisso, era excecional. Mas o que se pediu ao projetista é que, numa das partes, pudesse haver um passadiço para o castelo. O projeto está a ser desenvolvido”, explicou.

Publicado por AGR



Câmara Municipal de Vinhais quer comprar Seminário de São José (Retirado de www.jornalnordeste.com

A ideia da câmara é travar, para já, a deterioração do edifício 

Jornalista Carina Alves

Fotografia pertencente à Câmara Municipal de Vinhais

A Câmara Municipal de Vinhais quer comprar o Seminário dos Missionários Apostólicos que está, neste momento, com a sua preservação comprometida.

Segundo o presidente do município, já houve uma primeira reunião com a Diocese de Bragança-Miranda, no sentido de as partes chegarem a acordo, para que a câmara consiga comprar o edifício, também conhecido como Seminário de São José, por onde passaram milhares de rapazes, de 1920 a 1988. “O executivo decidiu, tendo em atenção a importância que este património tem para o concelho, falar com a diocese, no sentido de manifestar a vontade de adquirir aquele espaço, tendo em atenção a deterioração do edifício”, esclareceu Luís Fernandes, que assinalou que só compete à câmara travar essa mesma deterioração se for a “dona do espaço”.

O Seminário de Vinhais foi ainda casa episcopal, de 1920 a 1928, e funcionou como colégio e internato, de 1988 a 2004. Para já, caso a câmara o compre, ainda não há projectos estudados para o que possa ser. “Queremos fazer, para já, obras de manutenção, porque é um espaço que tem uma importância muito grande e que a todos diz muito.

Portanto, entendemos que era preciso dar esse passo e vamos fazê-lo. Não podemos dizer que já temos um objectivo ou que temos já um projecto ou algo definido, porque também não faz sentido. Em primeiro lugar, há que dar os passos necessários e o primeiro é adquirir. Depois, será necessário estancar, um bocadinho, a degradação”, rematou Luís Fernandes.

Além de não se saber, para já, o que poderá ser feito com o imóvel, o presidente da câmara também não sabe quanto custará o espaço. “O município terá de fazer essa aquisição pelos valores que entendermos que são correctos, que são legais e que podem permitir ao município fazer essa aquisição.

Houve uma primeira reunião em que manifestamos essa disponibilidade e eles manifestaram abertura para essa possibilidade da aquisição.

Não falamos ainda de valores porque não faz sentido. Primeiro tínhamos que perceber a disponibilidade”, explicou o autarca.

A Igreja de São Francisco e o Seminário dos Missionários Apostólicos formavam o conjunto do Antigo Convento de São Francisco. A igreja foi edificada na segunda metade do século XVIII. A construção do convento, passando depois a seminário, deve-se a José de Morais Sarmento, natural de Vinhais.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Jorge Morais: Personagens (7)

Título da foto: Tio Chico

Chico Naireco, forma mais laxa "Chico Nareco" ou Chico Bigodes ou ainda, como na cédula, Francisco de Barros. Figura popular ímpar de gesto e dedo sempre frisando o assunto da conversa, polido no trato e esclarecido em muitas coisas, não era só o personagem de fábula dos peixinhos do rio que um invocado santo ou alminhas ajudaram um dado dia a pescar e depois, o mesmo santo ou alminhas, traídos, fizeram gorar a dita pescaria. Ou do caso do peculiar vassouro de varredor camarário que usava na sua vida profissional e que, no pós 25 de Abril, depositou com veemência em cima da secretária do presidente da câmara, invocando direitos que lhe eram sonegados, etc...

Pois foi a propósito deste vassouro que soube que o mesmo era obtido e preparado depois de uma atribulada viagem a uma zona de Vinhais; saber que o mesmo era uma ferramenta peculiar: Feito de um arbusto chamado "Lentisco" e que para ser obtido tinham que deslocar-se, os varredores, com alguma regularidade, longe, às margens do Rabaçal ou às encostas da denominada "Ponte de Arranca" nos limites de Vinhais onde era obtido. Já de regresso, em casa, as pernadas do arbusto eram molhadas em água e, só depois, formado o vassouro e apertado com rodelas vegetais para manter coeso este enorme instrumento que varria e arranhava os ásperos paralelos da velha urbe de Bragança durante muitas noites e dias. O ramerrame do dito combinado com o som ondulante da sirene da motora das 6 da manhã era um ex-libris da cidade, sobretudo para os madrugadores ou estudantes em estudo ou profícuas noitadas. Um gosto falar com ele e saber coisas várias da casa comum e até do mundo. Quem o retrata numa prosa irrepreensível é António Orlando dos Santos (Bombadas) no blogue "Memórias...e outras coisas...". Vale a pena ler, um texto colorido e confessional; eu aqui apenas deixo em registo fílmico um extrato captado com a minha máquina numa tarde soalheira junto aos claustros da Sé.


Fotografia e texto de Jorge Morais

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

OUTONO 2024


Tentei fazer um quadro com lápis de cor.
Folha em branco de bom papel,
Serviu-me contente e fiz um anel.

Rabisquei com arte, assim o pensei.
A folha que de branca nada tinha já.
Mirei, tentei ver o outono. Não estava lá.

As folhas castanhas, verdes, douradas, 
vermelhas até, estavam desoladas
já não tinham fé.

Disse "Já chega! Não quero mais.
Só a natureza calará os meus ais.”
Esta aguarela não é minha.
É apenas bela em tempos outonais.
Volta verão com os teus pardais.


Poema e fotografia de Maria Cepeda

Presidente da Comunidade das Terras de Trás-os-Montes considera "inaceitável" região ter ficado sem ligação aérea (Retirado de TSF Rádio)

Há uma semana que não há ligações aéreas na rota Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão nem há qualquer previsão de quando possam vir a ser retomadas.


Há uma semana que acabou o ajuste direto da ligação aérea entre Trás-os-Montes e o Algarve e a rota deixou de ser feita. O presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) não compreende como a tutela não arranjou uma solução atempada. "Não é aceitável, por mais problemas burocráticos de contratação, por mais dificuldades que tenham existido, não compreendemos como, paralelamente àquilo que alguns atropelos no passado em relação aos ajustes diretos, devia ter sido pensada uma solução que garantisse a ligação e não podia ser pura e simplesmente ficar sem avião, não pode", lamenta à TSF Pedro Lima.

O anterior Governo fez um ajuste direto com a empresa, devido a não ter aberto o concurso público a tempo. Ainda sem resposta do procedimento concursal, o atual Governo fez um segundo ajuste direto. No entanto, o Tribunal de Contas continua sem dar o aval destes dois contratos e a empresa tem operado sem receber o prometido. Mesmo que, entretanto, saia o resultado do concurso público, Sérgio Leal, da Sevenair, diz só voltar a operar quando for ressarcida. “Independentemente do que quer que venha para a frente, a Sevenair não pode assumir, sem antes ser ressarcida pelo menos de uma parte do valor em causa”, afirma.

Perante este impasse, não consegue garantir que a ligação aérea seja retomada ainda durante este mês.

O presidente da CIM-TTM aponta ainda o dedo aos anteriores Governos, que deixaram sempre a região para trás a todos os níveis. “O território está esquecido no Plano Ferroviário Nacional, foi o último a ser contemplada com vias rodoviárias de autoestradas e também no digital, que também é uma via de comunicação muito importante nos dias de hoje, ainda estamos expectantes para uma cobertura total do nosso território”, critica.

A CIM-TTM tem estado em conversações com o Governo, para a reposição da ligação aérea Bragança-Portimão. Os nove autarcas que integram esta CIM (Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Miranda do Douro, Vinhais, Vila Flor e Vimioso) vão reunir para tomar uma posição de força para reivindicar o retomar da ligação aérea entre Bragança e Portimão, interrompida há precisamente uma semana.

Publicado em 08 outubro 2024

Jornalista: Fernando Pires



Singela homenagem a um filho da terra: Hirondino da Paixão Fernandes


“E pelo Parâmio se quedou (para onde é que haveria de ir!), jogando a porca, ou brincadeira que a valha, até que entrou para a escola primária, já um tudo-nada tarde, porque tinha a “trave” - ainda recorda a intervenção (cirúrgica), no cimo das escaleiras da casa, com uma vulgaríssima tesoura de costura, “samumbém” enferrujada e “roma”, mas esterilizada... com algum "bucho" de aguardente).”
Doutor Hirondino, como seu antigo aluno, não resisti a fazer uso desta bela frase que faz parte do seu currículo e reporta-nos à sua infância. Fale-nos da sua meninice.

Não sei a bem dizer, o que deverei lembrar, tive uma meninice como todos os demais, uma meninice, como já frisou, a jogar a “porca”, o “tirolilo”, jogos que tínhamos na altura. Um pouco depois ia com as vacas para o lameiro, mesmo em período de férias e, depois foi deixar o Parâmio e vir para Bragança.

De que forma o facto de ter nascido nesta região o marcou?

Marcou-me profundamente. É esta região que tenho sempre presente em mim. Concluí a universidade e vim para Bragança. Podia ter ido para longe, mas não o fiz, fiz o estágio e vim para Bragança e, uma vez em Bragança, sabendo que, mais dia, menos dia sairia de cá, fui para Coimbra e, uma vez mais em Coimbra lá estou eu, sempre a pensar em Bragança. Prova disso a Bibliografia do Distrito de Bragança, pequenos outros trabalhos, mas múltiplos, todos eles tendo como pano de fundo coisas da nossa terra.


(Parte integrante da entrevista que nos concedeu)