sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

TRÁS-OS-MONTES DE FORA DO PLANO NACIONAL DE INVESTIMENTOS


Autarcas da CIM Terras de Trás-os-Montes reivindicam investimentos para a região.

Depois do Plano Nacional de Investimentos 2030 ter sido apresentado na Assembleia da República, na passada sexta-feira, os autarcas da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes não estão contentes e convocaram uma conferência de imprensa para manifestarem a sua posição. De acordo com os 9 presidentes, o plano não contempla investimentos rodoviários, ligações transfronteiriças, ferroviárias e ainda a passagem do aeródromo de Bragança a aeroporto regional, antigas pretensões para da região. A nível rodoviário, o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, Artur Nunes, considera que 80 milhões de euros para o programa da Coesão Territorial é um montante muito pequeno e insuficiente para todo o país.
“O valor do projecto para a estrada que liga Vimioso a Carção são 20 milhões de euros. É um valor reduzido para a estrada de Vimioso e também para a N 103 de Vinhais, em que o investimento ainda é maior, do que estava, inicialmente, previsto”, sustentou Artur Nunes.
A CIM Terras de Trás-os-Montes também quer ver incluídas as ligações transfronteiriças, que são a ligação à Puebla de Sanabria, a conclusão do IC5 a Espanha, e a ligação a Vinhais, por Macedo de Cavaleiros à A Gudiña.
A nível ferroviário, Artur Nunes refere que vêem com bons olhos a inclusão de uma alínea para estudo da possibilidade de abertura de uma linha ferroviária entre Leixões e Zamora, apesar de afiançar que “gostaríamos que fosse, efectivamente, contemplado e inscrito, o estudo para um canal de mercadorias para este território. Também temos a informação da parte do governo que há a intenção de fazer a electrificação da linha do Douro até ao Pocinho”. Mas os objectivos não ficam por aqui. Outra ambição é a passagem do aeródromo de Bragança a aeroporto regional. “A caracterização e a viabilização do aeroporto de Bragança de carácter regional poderá ser um elemento de coesão territorial”, acrescentou o presidente da CIM. “Também chamo à atenção para um problema que nos preocupa muito que é a falta de cobertura de rede. Lançamos um desafio que é o 5G, partir de Trás-os-Montes, e não de Lisboa ou do Porto, num projecto-piloto.  

Reacções dos deputados do PSD e PS 
Adão Silva, deputado do PSD, eleito pelo distrito de Bragança, sobre o protesto dos autarcas da CIM considera que é justo e muito oportuno.
“O PNI 2030 despreza completamente o interior do país e particularmente o distrito de Bragança, cavando e aumentando as injustiças entre o litoral e o interior. Este governo e o PNI 2030 espelham na perfeição como se podem construir injustiças, criando portugueses de primeira e de segunda”, disse o deputado do PSD.
Já Jorge Gomes, deputado do Partido Socialista refere que compreende a posição dos autarcas.
“O PNL 2030 não satisfaz aquilo que ansiamos há muitos anos, que é a resolução das estradas de Vinhais e Vimioso a Bragança, que não estão contempladas neste programa, no entanto, não podemos dar o documento como fechado.  Não quer dizer que vá afastar algumas pequenas obras”, disse Jorge Gomes. 

Escrito por: Jornalista Maria João Canadas
Retirado de www.jornalnordeste.com

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