A beleza está em qualquer coisa e em qualquer lugar.
Basta que estejamos atentos.
Olhar não é a mesma coisa que ver.
Ver é ato físico. Vejo porque tenho olhos que veem.
Já olhar é interpretar, sentir, guardar...
Maria Cepeda
Basta que estejamos atentos.
Olhar não é a mesma coisa que ver.
Ver é ato físico. Vejo porque tenho olhos que veem.
Já olhar é interpretar, sentir, guardar...
Maria Cepeda
Em casa estavam a minha mãe com o meu irmãozinho e a tia Joaquina que se afadigava a acabar de arrumar as coisas para a mudança. Entrámos. Os meus primos começaram a mostrar-me os seus brinquedos. Eu estava deslumbrada. Nunca tinha visto nada assim. Os meus brinquedos resumiam-se a uma boneca de trapos
A casa era pequena. Um quarto, uma sala, uma cozinha. Um banheiro fora de casa… A que tínhamos deixado na aldeia tinha quatro quartos, duas salas, uma cozinha enorme e uma casa de banho com banheira. Estranhei.
O meu tio Alfredo e família mudaram-se nesse dia para uma nova residência, deixando-nos a que ficava nas traseiras da lanchonete. O tio Joel viveu, durante algum tempo, connosco. Mudou-se depois de comprar o seu primeiro negócio. Pouco depois casou e foi construindo a sua vida.
O meu pai e o tio Alfredo continuaram sócios até à morte do meu tio.
Não sei se estava preparada para viver noutro país, numa cidade enorme, com usos e costumes tão diferentes dos meus, com uma língua parecida mas não igual… e as pessoas? Felizes, alegres, comunicativas, simpáticas, empáticas, enfim… diferentes.
O meu pai foi matricular-me num colégio perto da lanchonete. Antes de irmos para São Paulo eu tinha acabado o segundo ano de escolaridade. Deveria ser matriculada no terceiro ano. Não foi o que aconteceu. A professora achou melhor que eu frequentasse o mesmo ano. Se eu fosse boa aluna, frequentaria o terceiro.
“Vai ver senhora professora que a minha menina é inteligente. Falamos daqui a um mês. Me vai dar razão.”
“Veremos senhor José… sabe que foi uma mudança muito grande pra menina.”
Eu assistia à conversa deliciada com a maneira de falar da professora, mas o que mais me encantava era o seu aspecto. Alta, cabelo perfeitamente penteado, bem maquiada, batom vermelho nos lábios e umas maravilhosas unhas compridas, também pintadas de vermelho. Nunca, na minha curta vida, vira uma mulher assim. Antes de me apaixonar pela escola, apaixonei-me pela professora.
“Então até amanhã senhora professora.”
“Até
amanhã Sr. José. Chau Ana Clara.”
Maria Cepeda
1- Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro
«As Paisagens Junqueirianas em A Velhice do Padre Eterno»?
R- A principal ideia subjacente a esta investigação
está, naturalmente, relacionada com a necessidade de apresentar o poeta Guerra
Junqueiro à geração atual e até às últimas gerações, uma vez que, não sendo um
autor estudado no ensino secundário e, raramente, no ensino universitário, há
que despertar para a vida e a obra de um homem imensamente intervencionista no
seu tempo, não só do ponto de vista social, mas também político. Além disso, e
por se tratar de um autor multifacetado, o estudo de uma das suas principais
obras («A Velhice do Padre Eterno») viria a tornar-se, como, aliás, se veio a confirmar,
muitíssimo aliciante.
2-Como nasceu o seu interesse por Guerra Junqueiro e
pela sua obra?
R- Tal como muitos portugueses, também eu conhecia
somente o nome Guerra Junqueiro e a sua origem transmontana. Sabia, contudo,
ter sido um político e um sociólogo de génio. Faltava a incursão pela sua vida
e pela sua obra. O interesse surgiu no dia em que abri «A Velhice do Padre
Eterno» e pasmei perante a força e a audácia das palavras. Pasmei ainda mais
quando li «Os Simples» e a restante obra. A partir daí, a busca tornou-se
incessante e transformou-se num projeto de Pós-doutoramento concluído em
janeiro passado sob a orientação do Professor Ernesto Rodrigues, na Faculdade
de Letras de Lisboa. É claro que o interesse não se esgota num
pós-doutoramento. Investigar Guerra Junqueiro, nas suas mais variadas facetas,
requer um trabalho contínuo e apurado, integrado no seu tempo e para lá deste.
3-Porque considera importante ler “A Velhice do Padre
Eterno” nos dias de hoje?
R- «A Velhice do Padre Eterno» é, antes de tudo, uma
das pérolas da literatura portuguesa, como também «D. João», «Pátria», «Os
Simples», etc. Ler «A Velhice» é ler o período que antecedeu a República
portuguesa; é ler sobre a viragem do século no ponto de vista religioso, social
e político. Está tudo lá: “a Luz, a Injustiça social, a Morte, o Desespero, a
Fome, a Ignorância, a Degradação, mas também o apelo à Fé, à Mudança, à
construção de um Mundo Renovado capaz de assentar em valores promulgados pela
Paz, pela União e pelo Bem-estar coletivo”. «A Velhice» é um retrato fiel do
Portugal de então e representa os grandes temas pelos quais se debateu Guerra
Junqueiro” tal como digo em «As Paisagens Junqueirianas em «A Velhice do Padre
Eterno»». «As Paisagens Junqueirianas» são isso mesmo – um conjunto de cenários
através dos quais o leitor é convidado a ver e a integrar-se, a refletir. Não
são cenários/paisagens inocentes. São cenários/paisagens aos quais o narrador
pretende atribuir um fundo de verdade para a seguir espicaçar a sociedade do
final do século XIX.
Retirado de www.novoslivros.pt
Entrevistámos, ontem, na Biblioteca Professor Adriano Moreira, o Prof. Doutor Faria-Correia, médico oftalmologista, natural de Bragança.
Aqui deixamos o seu currículo abreviado. Brevemente publicaremos a entrevista. (Maria Cepeda)
O Dr. Fernando Faria Correia é especializado
em cirurgia refrativa, córnea e cirurgia de catarata, é revisor de várias
publicações científicas, tais como “American Journal of Ophtalmology”,
“Ophtalmology” e “Journal of Refractive Surgery”, além de pertencer ao Grupo de
Estudos de Tomografia e Biomecânica do Rio de Janeiro. Ao longo dos últimos
anos publicou dezenas de artigos científicos e recebeu inúmeras distinções.
Concluiu a licenciatura em
Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 2007 e
realizou o internato de formação específica em Oftalmologia no
Centro Hospitalar São João, Porto, Portugal (2009 - 2012). Durante o último ano
de internato, integrou um fellowship de Córnea e Cirurgia
Refrativa, liderado pelo Prof. Doutor Renato Ambrósio Jr., no
Instituto de Olhos Renato Ambrósio e VisareRio (Rio de Janeiro, Brasil). Em
2013, realizou outro fellowship em Catarata e Cirurgia
Refrativa, liderado pelo Dr. George O. Waring IV, na Medical University of
South Carolina, Storm Eye Institute em Charleston, Carolina do Sul, EUA
Além de ter uma prática clínica movimentada,
o Prof. Doutor Faria-Correia atua ativamente na pesquisa clínica e integra as
atividades do Grupo de Estudos em Tomografia e Biomecânica da Córnea do
Rio de Janeiro. Ele publicou mais de 100 trabalhos científicos, incluindo
artigos, capítulos de livros e resumos em reuniões de sociedades
científicas. O Prof. Doutor Faria-Correia também atua ativamente no
ensino, sendo instrutor em vários cursos e orador-convidado em
distintas conferências internacionais. Os seus interesses clínicos e
científicos incluem novos desenvolvimentos na imagiologia do segmento
anterior, diagnóstico de ectasia da córnea, correção da visão a laser
e lentes intra-oculares de correção da presbiopia. Ele foi citado pela The Ophthalmologist na
sua Power List "Top 40 Under 40" em 2015.
Em 2017, o Prof. Doutor Faria-Correia
defendeu sua tese de doutoramento em Medicina intitulada
"Scheimpflug-based lens densitometry for preoperative assessment of
age-related nuclear cataracts". Ele também obteve o título de Fellow of
the European Board of Ophthalmology - Specialist Diploma in Cataract and
Refractive Surgery (FEBOS-CR), depois de passar no exame desenvolvido
pelo European Board of Ophthalmology (EBO)
e pela European Society of Cataract and Refractive Surgeons (ESCRS) em 2018.
Durante 2019 também concluiu o curso de Physician CEO na Kellogg School of Management
da Northwestern University (Evanston, IL, EUA).
O Prof. Doutor Faria-Correia é revisor de várias revistas internacionais de Oftalmologia, incluindo o Journal of Refractive Surgery e o Journal of Cataract and Refractive Surgery. Desde 2020, ele faz parte do conselho editorial da Cataract and Refractive Surgery Today Europe e é membro do Conselho Internacional da International Society of Refractive Surgery (ISRS).
Atualmente, também é Editor-Chefe da Revista Oftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
FOI REFERENCIADO PELA "THE OPHTHALMOLOGIST" NA LISTA DOS 40 MELHORES JOVENS OFTALMOLOGISTAS DO MUNDO EM 2015
Há um português na lista dos 40 melhores jovens oftalmologistas do mundo. O Dr. Fernando Faria Correia é investigador da Escola de Ciências da Saúde (ECS) da Universidade do Minho e foi o único especialista da Península Ibérica a integrar a lista “Top 40 under 40”, elaborada pela “The Ophthalmologist”, a principal revista científica do setor.
“Faria Correia é um oftalmologista talentoso
que tem publicado artigos importantes na área do ceratocone, catarata e
cirurgia refrativa. Será um futuro líder e continuará certamente a contribuir
para a evolução deste domínio”, referiu o júri que elaborou este top.
Retirado de www.newsfarma.pt
O vídeo promocional “Bragança. Naturalmente!”, lançado em
2020 pelo Município de Bragança, foi ontem premiado, no ART&TUR – XIV
Festival Internacional de Cinema de Turismo.
A cerimónia decorreu no Centro de Congressos de Aveiro e
premiou o vídeo produzido pelo Município de Bragança em quatro categorias:
Destinos Turísticos – Cidades/Locais (1.º Prémio), Impacto Emocional,
Originalidade e Vídeo Promocional até 15’’ (Melhor Filme).
Marcaram presença na entrega de prémios Hernâni Dias,
Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Miguel Abrunhosa, Vereador das
áreas de Promoção Económica e Turismo, André Costa, modelo internacional
brigantino e protagonista do vídeo [ver página 3], e Marco Neiva,
produtor/realizador do filme.
“Este reconhecimento comprova não apenas a qualidade
técnica do vídeo, mas também o conceito e originalidade subjacente a toda a
campanha Bragança. Naturalmente!”, referiu Hernâni Dias, Presidente da Câmara
Municipal de Bragança, à margem da entrega de prémios, sublinhando que “além do
impacto real na economia e no desenvolvimento local, num período tão marcante
como o da pandemia, esta ambiciosa abordagem trouxe notoriedade ao território e
um reforço muito positivo para o sentimento de pertença de toda a comunidade”.
“Recordo que o vídeo foi visto por mais de um milhão de pessoas em todo o mundo
e os resultados ao nível do turismo em Bragança são, efetivamente, uma
referência nacional”, concluiu.
O ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de
Turismo comemora a 14.ª edição, alcançando já um elevado reconhecimento
internacional, uma vez que integra o Comité Internacional dos Festivais de
Filmes de Turismo, responsável por eleger, anualmente, o melhor filme de
turismo a nível mundial. O júri deste concurso é composto por 34 membros,
oriundos de Portugal, Estados Unidos, Chile, Irão, Brasil, Índia, África do
Sul, Irlanda, Filipinas, Itália, Espanha, Maurícia, Holanda, Lituânia, Croácia,
Canadá, Japão, Indonésia e Polónia.
No total, foram 74 os filmes nomeados para o Festival.
Além dos quatro prémios conquistados pelo Município de Bragança, destaque para
o Turismo Porto e Norte de Portugal, que arrecadou oito, e para Braga, que
conseguiu um, sendo as únicas premiadas da região norte de Portugal.
Recordamos que “Bragança. Naturalmente!” está enquadrada
num Plano Estratégico de Médio/Longo Prazo para desenvolvimento do turismo e da
dinâmica económica local, promovendo o território como um destino natural,
seguro, próximo, tranquilo e autêntico. No fundo, o lugar ideal para criar
memórias que perduram para sempre.
Retirado de www.cm-braganca.pt