sexta-feira, 22 de março de 2024

POEMA XVII






Fechou-se o diálogo 

amiga.


Ter-se-á fechado uma 

porta

um desejo

uma vontade

ou um túnel

voluntário 

estranho

indeciso?


Um túnel

esbatido

sem trilhos e sem luz

no fundo.


Que diálogo era

amiga?


Quando nos sentaremos 

ansiosos no café

na fonte

na beira do rio?


Quando falaremos de nós

ininterruptamente?!

(que coisa diferente)


Talvez não mais, amiga.


O túnel esbateu-se

por completo.


Já não há vontade 

nem porta.


E para sempre, amiga: 

que diálogo era o nosso

em que tanto ou tudo 

ficou

por dizer?


Marcolino Cepeda

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