Diogo Ferreira Nunes
Autarca de Bragança defende
que não há obstáculos à construção de uma nova linha na região de
Trás-os-Montes e que ligação a Espanha está prevista desde o século XIX.
“Ou nós conseguimos incluir a
linha de Trás-os-Montes no Plano Ferroviário Nacional ou ficamos
definitivamente arredados da ferrovia.” O presidente da câmara de Bragança,
Hernâni Dias, assumiu a construção de uma nova ligação ferroviária entre
Porto e Zamora como uma das lutas da região para os próximos tempos. A posição
foi defendida durante um debate na secção Norte da Ordem dos Engenheiros, nesta
quinta-feira.
A atual proposta defende uma
ligação ferroviária Porto-Vila Real em 44 minutos e entre Porto-Bragança
em 1h15 (alta velocidade) ou 1h30 (serviço Intercidades). O ponto de partida é
o aeroporto Francisco Sá Carneiro e não a estação de Caíde, como pressupõe o
PFN. Este estudo também prevê que a ligação Porto-Madrid via Zamora (e não via
Salamanca) seja feita em duas horas e 45 minutos.
“Reivindicaremos a proposta até
ao limite. A ligação é exequível e não há dificuldades técnicas com a
orografia nem há constrangimentos do ponto de vista ambiental“, sustentou o
autarca, eleito pelo PSD. Hernâni Dias recordou que desde o final de século XIX
que há o pressuposto de haver uma ligação ferroviária entre Bragança e
Espanha. “Nós já temos a experiência de ter o comboio até Bragança e de
ser o fim de linha. Tanto que isso aconteceu e o comboio desapareceu em 1989.”
Hernâni Dias garante ainda não
estar contra a proposta do Plano Ferroviário Nacional, que apenas prevê a
construção de uma linha entre Caíde e Bragança, via Vila Real. No entanto,
defende que a proposta da Associação Vale d’Ouro deve ser, “pelo menos,
estudada de forma muito maturada” por uma equipa governamental. Até porque
“podemos avançar com um PFN que marque as nossas vidas e ser definida de uma
forma não tão exaustiva quanto seria desejável para obtermos a melhor solução
possível, para o desenvolvimento do país”.
A posição foi manifestada a menos
de uma semana do final do período de consulta pública do Plano Ferroviário
Nacional, marcado para 28 de fevereiro.
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