quinta-feira, 21 de julho de 2022

SONÂMBULOS

 


Sonâmbulos, bêbedos, inquietos...

Não sabemos nada. 

Trilhamos a mesma estrada

com tantas ruas dispersas...

Intoleráveis, intolerantes, incertos!

Não sabemos olhar a agrura dos desertos. 

Seca as lágrimas, não há que chorar.

As almas pequenas não sabem cantar.

Se música houvesse de pássaros também,

cantaríamos todos, música de ninguém.

Somos notas, acordes, partituras sem voz.

Ninguém sabe agora, o que será de nós.

Não gorgoleja a água no leito do rio…

Não suspira o amor num dia de estio…

Apenas o anseio de frescura tímida

Cabelos ao vento, risos de vida

Leve carícia do mar reluzente

Ténue esperança de, um dia, seres gente.


Foto e poema: Maria Cepeda

Sem comentários:

Enviar um comentário