segunda-feira, 11 de novembro de 2019

História sobre as relações no tempo colonial vence I Prémio Adriano Moreira

António Trabulo tem 76 anos, é neurocirurgião aposentado e foi o vencedor da primeira edição.

António Trabulo foi o vencedor do I Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano Moreira, criado, em 2018, pelo Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira, com o intuito de incentivar a criatividade literária e valorizar a língua oficial portuguesa.
Foram submetidas 45 candidaturas de trabalhos originais, 35 obras portuguesas, nove brasileiras e uma espanhola.
A história premiada é um conjunto de parábolas que expressam as relações entre brancos e negros desde a primeira guerra mundial até aos anos 90, em Angola. “É um livro estruturado sobre duas personagens essenciais, uma que é um pequeno diabo da tradição ganguela e é um espírito, e o outro é um padre do Espírito Santo e que foi para Angola para exercer a sua missão e para fazer o apostolado”, contou o vencedor acerca da sua obra.
Nasceu em Vila Nova de Foz Côa e tem 76 anos. Foi neurocirurgião e agora aposentado e decidiu dedicar-se à escrita a tempo inteiro. “Eu acho que já nasci com o gosto pela escrita”, salientou António Trabulo, que aos dez anos escreveu um conto para o Jornal ABC de Angola e publicou um livro quarenta anos depois. Já recebeu diversos prémios, metade fora de Portugal, cinco no Brasil e um na Argentina. No entanto, referiu que foi no seu país que ganhou prémios com “mais qualidade”, como o Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano Moreira. “Sinto-me muito orgulhoso, principalmente por ser um prémio com este significado”, afirmou, acrescentando que “representa um reconhecimento de um trabalho é duro”, uma vez que “a profissão de escritor leva à solidão”.
A autarquia de Bragança tem vindo apostar na escrita, não só “em termos originais”, mas na escrita “trabalhada” e com “investigação”. “Estamos perfeitamente convictos de que hoje iniciamos aqui um ciclo importante, no que tem a ver com o processo de promoção da língua portuguesa e, sendo uma língua falada por tantos milhões, pelo mundo fora, é necessário que continuemos a apostar na língua”, destacou o presidente da câmara brigantino, que avançou também que, em breve, vai ser apresentado um livro, mas ainda sem data marcada.
O I Prémio Literário da Lusofonia Professor Doutor Adriano foi atribuído na sexta-feira, no Teatro Municipal de Bragança. A distinção é atribuída apenas de dois em dois anos.


Retirado de www.jornalnordeste.com



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