As ligações à Auto-Estrada Transmontana (A4) de Vinhais e Vimioso foram
consideradas prioritárias pela Comunidade Intermunicipal das Terras de
Trás-os-Montes e, segundo o presidente da CIM, estão a ser realizadas
negociações para estas vias serem uma excepção à decisão de Bruxelas.
Américo Pereira considera que as ligações do distrito de Bragança à rede
rodoviária nacional estão conseguidas com a construção da A4 e, posteriormente,
com a conclusão do Túnel do Marão, IP2 e IC5.
No entanto, entende que Vinhais e Vimioso continuam sem ligações. “Todos os
concelhos ficaram, através destas rodovias, ligados, mas há dois que em termos
de ligação de sede de concelho a estes itinerários ainda têm ligações
deficientes e que precisam de ser melhoradas, que são: Vinhais e Vimioso”,
esclarece o presidente da CIM e também autarca de Vinhais, acrescentando que
nesse sentido “temos feito um grande trabalho e temos tido uma grande abertura
por parte do presidente da CCDRN e o próprio secretário de Estado também tem
mostrado alguma abertura no sentido de poder equacionar estas duas obras para
serem directamente financiadas por Bruxelas”, frisa Américo Pereira.
O autarca de Vinhais está convicto que estas ligações serão a excepção à
decisão de Bruxelas, tal como foi a obra do Túnel do Marão.
Luta de anos
Também o presidente da Câmara Municipal de Vimioso está convencido que esta
obra irá avançar com financiamento europeu.
“Apresentámos várias ideias na Secretaria de Estado dos Transportes e
Comunicações e acreditamos que no próximo Quadro Comunitário vai haver a
excepção que nós reivindicamos”, refere Jorge Fidalgo, acrescentando que “de
facto é muito frustrante esta situação”.
O autarca considera que os concelhos de Vinhais e Vimioso estão a ser
“torturados”, pois “os restantes do distrito são beneficiados pelos chamados
eixos estruturantes, ou seja, o IC5, o IP2 e a A4”, lamenta Jorge Fidalgo.
Ligação à Puebla custa 60 milhões
O autarca de Bragança está convicto que a ligação de Bragança à Puebla de
Sanábria (Espanha), através do IP2, será uma realidade dentro do Quadro
Comunitário de Apoio 2014-2020. Se assim não acontecer Hernâni Dias admite que
a obra não será feita.
“Estou convicto que será enquadrada neste Quadro comunitário, Se não for é uma
preocupação bastante grande porque tenho a noção clara, e quase a certeza
absoluta, que não voltaremos a ter uma oportunidade como esta para conseguirmos
construir esta infra-estrutura que é tão necessária para o desenvolvimento de
Bragança, da região e do País também”, realça o autarca.
No entanto, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro
Almeida, considerou, numa das visitas a Bragança, que esta infra-estrutura não
é prioridade.
Esta ligação justifica-se, segundo o autarca brigantino, pela possibilidade de
o trânsito passar a fazer-se de forma directa. “A verdade é que o trânsito
rodoviário e o transporte de mercadorias esta a ser canalizado por Aveiro e
Salamanca e vai dar novamente aos portos do lado espanhol, o que significa que
estamos a fazer um percurso na horizontal para depois fazermos um na vertical,
quando a ligação podia ser directa através do IP2”, justifica Hernâni Dias.
Restantes acessibilidades
A CIM Trás-os-Montes está a preparar um Plano de Acessibilidades e Mobilidade
Territorial. Desse estudo vão resultar as prioridades a executar no futuro.
“Não podemos acreditar que, apesar de Bruxelas dizer que Portugal está bem
servido em termos de acessibilidades, claro que isto é uma regra que vale para
o presente mas não vale eternamente e este plano vai ditar o que ainda é
preciso fazer nos próximos anos em termos de acessibilidades”, salienta o
presente da CIM, Américo Pereira.
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