sábado, 21 de outubro de 2023

A IDENTIDADE REGIONAL DO INTERIOR NORTE (Ernesto Rodrigues)


A descentralização «nunca estará acabada», afirmou o primeiro-ministro em 30 de Setembro de 2023, no Seixal, na abertura do XXVI Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses. António Costa nunca fala de regionalização, como pretendem os autarcas – e, em especial, os de uma região que constitui um sétimo do poder camarário no Continente.

Há uma «identidade do lugar» que a História e a Geografia definem como fronteiras, marcando «a noção de território e da diferença», segundo José Mattoso (Portugal – O Sabor da Terra. Trás-os-Montes, Lisboa, 1997: 7). Marão, Alvão, Cabreira e Gerês separam do Minho; o rio Douro, das Beiras. No curso internacional deste e da serra de Montesinho à do Larouco (com o Gerês, as de maior altitude no Continente, após a serra da Estrela) correm as comunidades de Castela e Leão e da Galiza.

A designação geral ‘Trás-os-Montes’, de uso mais comum a partir do séc. XIII, ainda se dividia, no séc. XII, por Leão, sob influência de Zamora e dos Templários, a par da dos cistercienses galegos sobre Pitões das Júnias, até à Vilariça, do influxo de Moreruela sobre Miranda, e, até aqui e Vinhais, dos beneditinos de Castro de Avelãs, em cujo mosteiro está sepultado Nuno Martins de Chacim (finais do séc. XIV), o último braganção, avô materno de Inês de Castro. O arcebispado de Braga influía até Barroso, vales do Tâmega e Corgo. Os Bragançãos (ou Braganções) inclinam-se para D. Afonso Henriques e tornam-se decisivos até

D. Dinis.

Em tempo de D. Manuel, Trás-os-Montes é uma das seis comarcas do reino, percebida, pois, como sui generis, até hoje. A política de forais, póvoas e ‘vilas novas’ organiza e sedentariza populações; os castelos vão passando de mãos numa fronteira fluida. Alheios à guerra, galegos e portugueses misturam-se em Ruivães, Vilar de Perdizes, Rio de Onor, etc., conforme os numeramentos de 1530 e o tombo da demarcação fronteiriça de 1538. Propõe-se a divisão do couto misto da raia de Montalegre somente em 1859.

A violência dos elementos – terra dura (salvo nas veigas: Chaves e trechos da Terra Quente nordestina), clima contrastante –, é «pacificada pelo trabalho imperceptível e incansável do tempo», de que resulta o «carácter intocado, “natural”, da paisagem». Em síntese de Mattoso: «Trás-os-Montes é, pois, simultaneamente, a terra da natureza intacta, das grandes violências, da energia acumulada e do “tempo longo”.» (p. 7)

As dificuldades, que outras províncias ibéricas do século V também conheceram – o bispo Idácio de Chaves conta na sua Crónica, finda em 469, como a razia das invasões bárbaras, com os Vândalos dominando a Galiza, foi acompanhada de pestes e fome, dos humanos fazendo antropófagos –, criaram formas de resistência e solidariedade, além de variedades de uso comunitário agora extintas: o boi e forno do povo, coutos e vezeira (guarda do gado por todos).

A riqueza aurífera dos séculos I e II foi desaparecendo, e só a exploração do volfrâmio reanimou com a Segunda Guerra Mundial; outros minérios valem menos do que os cereais, o vinho, o azeite, a amêndoa, a castanha, os enchidos, as águas minerais, insuficientes para atrair ou reter populações, como não retiveram as indústrias da seda e linho, em Setecentos, nem as termas hispano-romanas e oitocentistas, e as muitas barragens do Douro (que sacrificaram povoações, além dos trabalhadores: ver as condições de vida destes, nos anos 50, em Telmo Ferraz, O Lodo e as Estrelas, 1960). A oliveira das baixas de Mirandela, a par de Freixo de Espada à Cinta (também com pão e vinho), é já memorada na Geografia d’Entre Douro e Minho e Trallosmontes (c. 1549), do Doutor João de Barros.

Entendemos melhor a região de Trallosmontes à luz das três condições na definição de cultura, segundo T. S. Eliot (Notas para a Definição de Cultura, Rio de Janeiro, 1965: 16): uma «estrutura orgânica» assente em classes sociais e transmissão hereditária; a especificidade geográfica, ou «regionalismo», desembocando em «culturais locais»; a religião, com seus cultos e devoções. «O principal canal de transmissão de cultura» (p. 43) é a família, conceito que salta facilmente as paredes de um lar para formas colectivas. Assim se explicam estudos continuados sobre o romanceiro; sobre a oratura em prosa; o teatro popular; sem esquecer o disperso cancioneiro de redondilha maior, a pedir balanço, confrontadas as quinhentas densas páginas do Cancioneiro Popular Transmontano e Alto-Duriense (1966), de Guilherme Felgueiras.

Sirva-nos o índice geral deste para entendermos, numa Europa que se pretende de regiões, esta pequena parcela. O quotidiano é de relação: com a múltipla natureza, os mundos animal e vegetal, entre galanteios e requebros, arrufos, chacota, «penas de amor», relação que fundamos em três núcleos essenciais: vida social e moral, incluindo-se, aqui, os costumes; vida material; linguagem.

Na vida social e moral, convergem bodas, baptizados, ritos fúnebres, demandas, entre outros eventos; com datas fixas, há cerimónias religiosas, festas, Entrudo, e houve o Galo do professor; constantes, não raro conjugando-se, são, por exemplo, a má-língua e o serão. Este associa transmissão em família e região. Estamos no seio da cultura intersocial.

Esta acrescenta uma componente instrumental, um saber-fazer, na passagem à vida material: além da cultura da terra (sentido literal de cultura) e suas técnicas, além de ofícios ou indústrias caseiras, somem-se adornos e trajes, alimentação, iluminação, etc. De tudo isto dá conta, miudamente, a leva de etnólogos, sociólogos e historiadores (também das mentalidades, da cultura, da comida). O estado de conservação seduz, para lá de paredes que ecoam “Entre quem é!”. Não menos actua a literatura, alargando o leque das potencialidades. Estas residem na linguagem, parcial repositório do que acabei de enumerar.

O que, no tocante às línguas – entidade donde manam linguagens (lá iremos) –, tem a região de diversidade, tem de unidade em matéria de religião. Responde ao voto final de Eliot, pois, «sem uma fé comum, todos os esforços para unir mais as nações, em cultura, não poderão produzir mais do que uma ilusão de unidade» (p. 82). Esta visão medieval vazou-se em catolicismo apostólico romano, jamais imune ao paganismo de rituais festejados pelos mais crentes, a par de crendices e bruxedos, de medicina popular combatida pela Igreja e Universidade desde o século XIII, de pactos com o Diabo e tentações da carne que arrepiam serafins. Veja-se como o cónego Ochoa, que dá título (2007) a A. M. Pires Cabral, desonra a filha do feitor Querubim, Gervásia. Aproveito a personagem Herculano para dizer como se reforça a palavra da rua, a atmosfera de merenda à lareira, e, por breves histórias interpoladas, se oferece um quadro aldeão disputado entre igreja e taberna. Citei quatro lugares de eleição, em que a igreja não tem primazia.

É extraordinário, entretanto, ver reunidas família, região e religião em dois núcleos: nos santuários, ermidas e ex-votos que pontuam a geografia; e na figura do padre-escritor, quase sempre obscuros abades vivendo do seu passal ou da côngrua. Novos tempos alteraram este imaginário oitocentesco.

Santuários, ermidas e nichos devotos vêm do tempo de Panóias romanizada, coetâneos de pontes e vias romanas – reformadas em finais de Setecentos, com o provimento de fontes e novas estradas reais –, antes de chegarem os caminhos de Santiago, com que a região se transladava em romarias, feiras francas (de um ou dois dias por mês, quando não de três, na dos Santos, em Torre de Dona Chama; eram, sobretudo, de gado), e se ligava à Europa. O comboio, hesitante, veio e foi-se entre 1906 e 1992. Modernas vias, por ar e terra, não fixam gente.

Entretanto, outros cultos primitivos sobrevêm, documentados nos berrões/berroas, associados ao pelourinho. Seria preciso estudar castros, antas, dólmenes, etc., face ao êxito das antigas festas do solstício de Inverno, agora recuperadas – na antropologia, na geografia, na engenharia e arquitectura, no cinema, no documentário, na ficção, nas artes plásticas, na caricatura, na fotografia. Padres houve que foram além de curas de almas e melhor organizam um imaginário, em que o santo-e-senha é Francisco Manuel Alves: se os 11 volumes (desde 2002, com um décimo segundo de índices) das Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança (1909-1947) realçam, no título, Arqueologia e História, não esquecem Bibliografia, Toponímia e demais domínios da investigação local, incluindo um par em que a região a todas sobreleva – na Língua e suas falas, e na Literatura Oral e Tradicional.

Onde buscar, entretanto, o peso ou o sentido de região à luz do estrato cultural que é a literatura, cujo universo referencial fugidiamente descrevi? Na linguagem. Terra de duas línguas oficiais, português e mirandês, tem registados, quando não pronunciados, os falares barrosão, sendinês, guadramilês e rionorês, ou riodonorense. Quer-se mais diversidade linguística?

Ora, é face à regra e sua reversão, à pronúncia oblíqua e seu registo, ao novidoso vocábulo, servindo um olhar de alturas e abismos a verter, que esteticamente se perfila e transmite um conjunto particular de imagens em que nos solidarizamos, seja neste chão ou nas comunidades deslocadas. O nosso mundo é «em qualquer Brasil», disse Torga, em conferência de 1948 sobre “Teixeira de Pascoaes”: «Nascemos aqui, mas nascemos desterrados, reais ou potenciais, e sempre com parte do sangue no exílio. Todos temos um irmão, um filho, um primo ou a família inteira em qualquer Brasil.» Nessa conferência, “Trás-os-Montes no Brasil”, lida no Centro Transmontano de São Paulo e no do Rio, em 14 e 16-VIII-1954 – onde surge o célebre «O universal é o local sem paredes» –, é um paradoxo notável afirmar que a «realidade sem muros», que eu traduzo em região da cultura (e, nela, de uma literatura peculiar), realidade paralela a «qualquer Brasil», era a região com mais muros e muretes: Trás-os-Montes...

História, Geografia e uma singular Cultura sobreviva (nos idiomas e suas variações, numa antropologia de quotidiano resistente e solidário) trazem identidade a um território que se prova voltado para o mundo e, desde logo, para Espanha. A emigração dos anos 60 foi uma tábua de salvação; mas quase 50 anos de democracia são mais do que 48 de Estado Novo e as estatísticas mostram que, entre 1960 e 2021, os 34 concelhos de Trás-os-Montes e Alto Douro (na desejada regionalização, falaremos em 40) passaram de 692 029 habitantes para 384 410, seja, de 7, 82% para 3, 74% do todo nacional, quando representam mais de dez por cento dos municípios. Nas eleições legislativas de 1976, Bragança elegeu cinco deputados; agora, elege três; Vila Real veio de sete para cinco. Seja, perderam-se quatro deputados, e as respectivas distritais não parecem preocupadas.

Deixando de lado a ladainha dos serviços públicos extintos ou subtraídos; considerada, histórica e culturalmente, a singularidade de uma região objectivamente abandonada pelos sucessivos poderes e suas promessas ocas, é sensato concluir que as médias cidades da região provaram já uma invejável capacidade de governo, desde o ensino superior à segurança e qualidade de vida sustentável, em que Bragança é modelar, em termos europeus.

Dói, todavia, que os responsáveis adiem o cumprimento da Constituição, e que a Assembleia da República, de posse de um documento fundamental do IPPS-ICTE (2019) sobre a organização do Estado e as competências dos municípios, não leia sabiamente os resultados: «A maioria dos autarcas quer a regionalização e órgãos diretamente eleitos nas regiões e áreas metropolitanas, mas não nas CIM». Percentagens: criar regiões no curto prazo defendem 77 por cento dos municípios; regiões administrativas com órgãos próprios eleitos directamente: 84 por cento. «A regionalização é uma ambição transpartidária», com 100 por cento de votos da CDU, 85 por cento do PS, 67 por cento do PSD e CDS. À pergunta se as regiões devem ser criadas no curto prazo, o litoral diz que sim (75 por cento) e o interior sobe aos 80 por cento. Perante este quadro, não se avança porquê?

Fiz-me leitor constante, ultimamente, do programa eleitoral do PS para 2022-2026. Na 3.ª parte, “Desafio estratégico: desigualdades”, o capítulo V, “Coesão territorial”, promete: «Tornar o território mais coeso, mais inclusivo e mais competitivo; Corrigir as assimetrias territoriais; Atrair investimento para o interior; Diversificar e qualificar o tecido produtivo; […]; Promover a fixação de pessoas nos territórios do interior; Afirmar os territórios fronteiriços; Assegurar serviços de proximidade.» Reconhecido um «estatuto especial», garante «infraestruturas rodoviárias de proximidade, nomeadamente no âmbito do PRR», e promove «a mobilidade transfronteiriça» com «serviços de transporte a pedido», sem jamais falar da indispensável ferrovia. Não se vê como coadunar isto com a seguinte entrada: «Implementar com Espanha a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, no âmbito do próximo Quadro Financeiro Plurianual, reposicionando o interior de Portugal como espaço de uma nova centralidade ibérica.» Face às perdas em 49 anos de democracia, como reposicionar o Interior Norte enquanto centralidade ibérica sem a experiência da regionalização, que maiorias tão claras defendem? Porquê tresler a Constituição e travestir a regionalização em descentralização sem fim à vista?

 

*Universidade de Lisboa. Escritor.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Anúncio e Entrega do Prémio Literário da Lusofonia Professor Adriano Moreira – 3.ª edição (Academia de Letras de Trás-os-Montes)

Decorreu no dia 13 de outubro, pelas 18:00 horas, na Sala de Atos do Teatro Municipal de Bragança, o anúncio do vencedor do Prémio Literário da Lusofonia Professor Adriano Moreira – 3.ª edição, modalidade poesia. O premiado é o poeta algarvio e advogado Fernando Cabrita, com a obra inédita “Língua Portuguesa”, apresentada a concurso sob o pseudónimo de Pierre Vidal. O Prémio consiste numa obra do escultor António Nobre, de um diploma e, este ano, do valor pecuniário de cinco mil euros, da responsabilidade da Câmara Municipal de Bragança.

Dando início à cerimónia, o Presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, além dos agradecimentos a todos os intervenientes no processo e alusões à relevância do Prémio, referiu a importância da língua e da comunidade lusófona, aliando-a à construção do Museu da Língua, em Bragança.

Na intervenção, que se seguiu, o Presidente do Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira, António Jorge Nunes, fez um breve historial do Prémio, das várias edições e seus premiados, destacando a proeminência do patrono do Prémio Literário, Adriano Moreira.

Intervindo em nome de todos os elementos, o membro do júri, António Bárbolo Alves, na sua breve preleção, elogiou o trabalho vencedor e dedicou particular atenção à poesia, e ao processo de seleção dos vários trabalhos recebidos.

Finalmente, teve a palavra o premiado, Fernando Cabrita, que deu a conhecer um pouco do seu percurso literário, as suas referências, as razões de ter concorrido a este prémio e a honra de receber este prestigiado galardão.

O júri, constituído pelo jornalista Luís Osório, pelo Doutor António Bártolo Alves (ALTM), Doutor Henrique Manuel Pereira (Diocese Bragança-Miranda), Doutor Carlos Manuel da Costa Teixeira (IPB) e Doutor João dos Santos Cabrita da Encarnação (CMB), avaliou, com total empenho, disponibilidade e rigor, num curto espaço de tempo, o elevado número de trabalhos candidatados, sacrificando outros compromissos profissionais e pessoais, tarefa que merece ser notada e reconhecida.

Inserida na programação do LUSOCONF 2023– V Encontro Internacional e Língua Portuguesa e Relações Lusófonas, que incluiu um recital de poesia pelo ator André Gago, acompanhado, na harpa, por Manuela Nicoli, marcaram presença na cerimónia o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, o executivo camarário, o Presidente do Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira, António Jorge Nunes, a Presidente da Academia de Letras de Trás os Montes, Assunção Anes Morais, o Presidente do IPB, Orlando Rodrigues, o representante da Diocese Bragança-Miranda, o Bispo Dom Nuno Almeida, os membros do júri, Carlos Teixeira, António Bárbolo e João Cabrita, associados da ALTM e público em geral, a título pessoal ou em representação de instituições civis e militares.

A entidade promotora deste prémio é o Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira, sendo a Academia de Letras de Trás-os-Montes a entidade dinamizadora, em colaboração com o Município de Bragança, a Diocese de Bragança-Miranda e o Instituto Politécnico de Bragança.



 BREVE CURRÍCULO

Fernando Manuel da Cruz Cabrita é natural de Olhão, onde reside. Entre poesia, crítica literária e ensaio, tem publicados mais de quarenta títulos em Portugal, Espanha, França, Porto Rico, Rússia, Turquia e Marrocos, além de publicações em vários revistas nacionais e internacionais e poesia musicada pela cantora Viviane, pelos “Entre Aspas” e pelo Projeto Camaleão Azul. Está traduzido para castelhano, francês, russo, turco, polaco. A sua obra já recebeu oito Prémio Literários, entre os quais o Prémio Nacional Silex, em 1980; Prémio Cidade de Olhão, em 1987; Prémio João de Deus, em 1995 e 1997; Prémio Mário Viegas, em 2008; Prémio Internacional de Poesia Palabra Ibérica, em 2011.

Tem sido conferencista convidado em colóquios internacionais sobre temas literários e históricos, referentes a temas sobre civilização tartéssica, vivência sefardita e literatura atual algarvia e andaluza. Desde 2015, é o organizador do Festival Internacional “Poesia a Sul”, e tem sido convidado a representar a Poesia portuguesa contemporânea em Encontros e Festivais Internacionais em Espanha, Franca, Irlanda, Porto Rico, Marrocos, Bélgica e Turquia.

Entre os vários títulos publicados, destacam-se: “O Portão das Colinas do Nada” (Poesia), Sintra, 1988; “Noites de Sevilha” (Poesia), Portugal, 1995; “Um cão que engoliu uma bola de golfe” (crónicas), Portimão, 2008; “O Livro da Casa” (Poesia), Santarém, 2008; “Ode à Liberdade” (Poesia), Portugal/Espanha, 2011; “O que dizem os poetas algarvios e andaluzes de agora” (Crítica literária); Portugal, 2015; “O livro da casa” (Poesia); Moscovo, 2020; “Alguma Poesia Espanhola Contemporânea” (Crítica literária), Portugal/Espanha, 2020;”Caderno de Istambul” (Poesia), Turquia, 2023. 









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