quinta-feira, 28 de abril de 2022
segunda-feira, 25 de abril de 2022
48 anos do 25 de Abril de 1974
sexta-feira, 22 de abril de 2022
Críticas à ausência das freguesias na nova gestão de Montesinho (Publicado por Lusa)
O PARQUE NATURAL DE MONTESINHO FOI CRIADO HÁ 43 ANOS
A ausência das freguesias no órgão de decisão gerou hoje
críticas na apresentação da proposta para o novo modelo de gestão do Parque
Natural de Montesinho, a área protegida que se estende pelos concelhos de
Bragança e Vinhais.
O Parque Natural de Montesinho foi criado há
43 anos e vai, pela primeira vez, ter um modelo de cogestão, em que além do
Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) estão representadas
outras entidades, nomeadamente os municípios.
A comissão de cogestão, que será o órgão decisório, não
tem representantes das 28 freguesias dos dois concelhos, que abrangem as 88
aldeias e oito mil habitantes desta área protegida, que ao longo dos últimos
anos se têm queixado de ser esquecidos pela direção do Parque.
No momento em que se discute o novo modelo de gestão, “os
presidentes de junta foram, maltratados, porque ninguém falou deles”, segundo o
reparo feito por Telmo Afonso, presidente da União de Freguesias da Sé, Santa
Maria e Meixedo, na cidade de Bragança.
O autarca, que é natural de uma das aldeias e já foi
presidente de junta no Parque, acha “estranho não estar nenhum representante na
gestão” e expressou esta posição durante a sessão que teve lugar hoje, em
Bragança, com os diversos responsáveis pelo processo.
Telmo Afonso lembrou que “os constrangimentos têm sido
muitos em relação às pessoas” e salientou que “tudo aquilo que está preservado
foram os bisavôs, os avôs, os pais” que o fizeram.
“Houve uma altura em que o parque foi às pessoas e que se
preocupou com as pessoas, agora é mais de «chicote»”, afirmou, referindo-se à
ideia prevalecente da repressão, nomeadamente as coimas por práticas como
cortes de árvores.
“A principal espécie que não é protegida no Parque
Natural de Montesinho é a humana e os nossos jovens não se radicam nas aldeias
porque têm restrições”, insistiu.
Às críticas, a diretora regional do INCF, Sandra
Figueiredo, respondeu que as câmaras municipais, que presidem à Comissão de
Cogestão “são órgãos eleitos que representam as pessoas e o território”.
Admitiu, contudo, que não conseguiram colocar toda a
gente que gostariam na Comissão de Cogestão, todavia indicou que será possível
criar grupos de trabalho sobre determinados setores, entre eles os do turismo
de natureza.
A proposta para o novo modelo de gestão contempla três
órgãos, um Conselho Estratégico de natureza consultiva com 20 instituições,
entre eles um representante das juntas de freguesia, a Comissão de Gestão, que
será quem toma as decisões, e uma estrutura de apoio, com técnicos para
operacionalizar as decisões, como explicou a técnica coordenadora, Márcia
Moreno.
A Comissão de Cogestão será o principal órgão
presidido pelo presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, e pelo
presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, em substituição.
Da comissão fazem também parte o ICNF, a Direção Regional
de Agricultura e Pescas, O Instituto Politécnico de Bragança, a associação
florestal Arbórea, a associação ligada ao burro de Miranda, para o Estudo e
Proteção do Gado Asinino (AEPGA), em representação das associações
ambientalistas, e a Azimute, uma associação de Bragança ligada aos desportos de
aventura, juventude e ambiente.
A proposta para o novo modelo de gestão será apresentada
até agosto em sessões para ouvir contributos nas várias localidades do Parque,
em outubro e novembro estará em discussão pública e em dezembro será apresentada a
proposta final para começar em vigorar em 2023, segundo a técnica Márcia
Moreno.
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, realçou
que o que se pretende é “a articulação da preservação dos valores ambientais com
as pessoas, sem nunca castrar o processo de desenvolvimento do território”.
Para o efeito, considerou que “a batalha daqui para a
frente” será também “a revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural de
Montesinho, que é restritivo em algumas matérias”.
Retirado
de www.diariodetrasosmontes.com
HABITAÇÃO EM SALSAS VAI ACOLHER REFUGIADOS APOIADOS PELA CRUZ VERMELHA DE BRAGANÇA (Retirado de Jornal Nordeste)
Espaço foi cedido pela Paróquia de Salsas
Salsas, no concelho de Bragança, vai acolher
refugiados. A Paróquia da aldeia cedeu uma casa à Cruz Vermelha de Bragança,
capaz de alojar oito pessoas. No entanto, estão ainda a ser feitas obras de
requalificação, no valor de 18 mil euros, que serão suportadas pela Cruz
Vermelha. Prevê-se que estejam prontas dentro de um mês. “Fazer melhorias do
ponto de vista habitacional e energético, que possam dar condições de dignidade
e de conforto às pessoas que nos procuram”, explicou o presidente da delegação
de Bragança. Para já, o espaço será cedido por 3 anos, mas poderá ser alargado
o prazo. Duarte Soares adiantou ainda que para além do alojamento, a Cruz
Vermelha de Bragança vai ainda ajudar na integração destas pessoas, não apenas
no processamento da documentação, mas também na “aprendizagem rápida do idioma
e na sua integração laboral ou escolar”. “O acolhimento de refugiados não pode
ser visto apenas como entrega de chaves de uma habitação e alguns bem de
primeira necessidade. Não é isso que se pretende. Se limitarmos o acolhimento
de refugiados apenas a isto iremos ter fracos resultados e podemos antever
problemas de desintegração das pessoas daquilo que é a sua comunidade mais
próxima e do tecido laboral da região”, sublinhou. Não é a primeira vez que a Cruz
Vermelha de Bragança recebe e ajuda na integração e refugiados. Este é um
trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo de um ano, com a integração de
seis refugiados. O acolhimento destas pessoas continua a ser limitado, visto
que a delegação de Bragança depende da solidariedade de terceiros interessados
em emprestar instalações. Ainda assim, Duarte Soares espera que o acolhimento
se possa alargar a todo o distrito e acredita que esta pode ser uma forma de
inverter o despovoamento na região. “Aquilo que se pretende é que este
acolhimento venha a contribuir para a tão desejada alteração demográfica na
nossa comunidade. A nossa comunidade em termos demográficos é das mais pobres e
desafiantes a nível nacional, nós temos características demográficas que são
altamente preocupantes já há mais de duas ou três décadas e este é mais um
contributo para que se venham a converter algumas das características das
migrações do nosso território também”, afirmou. Até agora não foi possível Um
homem, de 43 anos, foi detido pela Polícia Judiciária por ser suspeito de abuso
sexual de crianças em Alfândega da Fé. Os factos aconteceram entre 2017 e 2018,
no interior de um estabelecimento escolar, em Alfândega da Fé, sendo vítimas
três crianças, actualmente com 15 anos. O homem é funcionário da escola e, ao
que conseguimos apurar, é o bombeiro que está a ser julgado por provocar
incêndios. Face às notícias, e visto tratar-se de um funcionário da autarquia,
o município demonstra “abomínio relativo a todo o tipo de violência contra
crianças” e, garante que dentro das normas legais e das competências da
autarquia, vão tomar “as medidas internas que se coadunem com a sensibilidade e
gravidade que este assunto comporta”. Depois de presente a primeiro
interrogatório, Homem suspeito de abuso de crianças fica com apresentações
periódicas até julgamento na passada sexta-feira, o homem ficou sujeito à
medida de coacção de apresentações periódicas às autoridades, foi suspenso das
funções que exercia e fica ainda proibido de contactar com as vítimas. obter
declaração do Padre da Paróquia de Salsas, José Ribeiro, um dos responsáveis
pelo projecto.
Jornalista: Ângela Pais
Retirado de www.jornalnordeste.com
Município vai acolher 60 deslocados de guerra devido à invasão da Rússia (Retirado de Jornal Mensageiro de Bragança)
Publicado
por Francisco Pinto
O município de Mogadouro acolhe 60 ucranianos
que vão ficar alojados na residência para estudantes desta vila e que estão em
trânsito, entre o Aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa e Mogadouro.
“Temos tudo preparado para acolher estes 60
deslocados de guerra que estão em trânsito entre Lisboa e Mogadouro, e que
ficarão instalados, condignamente, na residência para estudantes desta vila”,
explicou António Pimentel.
O autarca de Mogadouro disse ainda que tudo
foi organizado “num curto espaço tempo, já que o contacto do Alto Comissariado
para as Migrações surgiu apenas na quarta-feira”.
“Após o contacto da Segurança Social, o
município de Mogadouro mostrou-se disponível para receber 60 deslocados de
guerra provenientes da Ucrânia. fomos contactados na quarta-feira pelo Alto
Comissariado para as Migrações, perguntando-nos se podíamos receber 60 pessoas
de nacionalidade devido à invasão da Rússia à Ucrânia, pelo que a nossa
resposta foi igualmente positiva”, explicou António Pimentel.
O autarca disse ainda que apesar dos
contactos que houve com as respetivas entidades há também um “ assumir de
responsabilidades por parte do município de Mogadouro com estas pessoas”.
"Estas responsabilidades passam pelo
alojamento, pela alimentação, e se virem crianças, o ensino será outra das
prioridades. Todo este processo será desenvolvido a nível local pelas diversas
entidades públicas como a Segurança Social ou Ministério da Saúde para proceder
ao processo de localização destas pessoas uma vez que se deslocam diretamente
da Ucrânia, sem a sua situação regularizado”, concretizou.
Os deslocados ucranianos estão foram acompanhados
na viagem que envolve dois autocarros entre o aeroporto de Figo Maduro e
Mogadouro pela a chefe de gabinete da presidência da câmara e a veterinária
municipal , já entre o grupo pessoas, também há vários animais que companhia e
auxiliar todo o processo de instalação destas pessoas.
“A residência para estudantes, está
devidamente equipada para receber os deslocados de guerra da Ucrânia, sejam
crianças, mulheres ou idosos”, vincou o autarca.
De acordo com António Pimentel , o executivo
municipal já havia aprovado uma verba de 200 mil euros, para fazer face aos
primeiros gastos com o atendimento destas pessoas.
Os deslocados partiram da Polónia num novo
voo humanitário de apoio à Ucrânia da responsabilidade da Associação Ukrainin
Refugees (UAPT) que transportava 263 pessoas, cujo alojamento está garantido
por vários centros de acolhimento.
Retirado
de www.mdb.pt
Nascem cada vez menos crianças no distrito de Bragança (Retirado de Jornal Mensageiro de Bragança)
Publicado por António G. Rodrigues em Jornal Mensageiro de Bragança
Nascem cada vez menos crianças no distrito de
Bragança. De acordo com os últimos números do Instituto Nacional de Saúde
Pública Dr. Ricardo Jorge relativo aos testes do pezinho realizados, o distrito
de Bragança é aquele onde nasceram menos crianças em todo o país nos primeiros
três meses do ano.
No primeiro trimestre de 2022, foram
estudados 19.628 recém-nascidos no âmbito do Programa Nacional de Rastreio
Neonatal (PNRN), coordenado pelo INSA, através da Unidade de Rastreio Neonatal,
Metabolismo e Genética do seu Departamento de Genética Humana. Comparando com
igual período do ano passado, realizaram-se mais 1.402 “testes do pezinho”
(18.226).
De acordo com os dados do PNRN relativos aos
primeiros três meses de 2022, observa-se que o maior número de bebés rastreados
nasceram nos distritos de Lisboa e do Porto, com 5.774 e 3.617 testes
efetuados, respetivamente, seguidos de Setúbal, com 1.546, e Braga, com 1.479.
Por outro lado, Bragança (132), Guarda (135), Portalegre (147) e Vila Real
(220) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados.
Já o mês de janeiro tinha tido apenas 46
nascimentos, um número que só teve comparação em 2016, quando nasceram apenas
45 bebés na maternidade do hospital de Bragança, a única do distrito.
O ano de 2019 tinha sido o que tinha tido
maior volume de partos, com 75 crianças nascidas.
Para Henrique Ferreira, sociólogo, este é um
fenómeno que “poderia ser ainda pior” se não fossem as comunidades imigrantes.
“A demografia é uma área interdisciplinar em
que as disciplinas interferentes são muitas. Podemos dizer que a demografia é
uma das áreas interdisciplinares mais amplas. Nela, demografia, interferem a
geografia, a economia, a cultura, o sistema de valores, o sistema de motivações
sociais, o sistema de oportunidades e o sistema de gratificações. Muitas destas
áreas estão incluídas ou derivam das políticas públicas em relação à
demografia, à natalidade, à educação e, sobretudo, às perspetivas de futuro.
Não se pode dizer que uma determinada
comunidade não quer ter filhos. Isso também pode acontecer mas não é comum. O
que acontece é que as pessoas avaliam a sua situação face aos contextos e
decidem não ter filhos ou porque sentem que não têm condições para lhes dar uma
vida boa ou porque acham que ainda não é oportuno tê-los face à situação em que
se encontram. O resultado é que os filhos ou vêm cada vez mais tarde na idade
dos casais, sobretudo das mulheres, ou, simplesmente, já não vêm porque passou
o tempo.
O número de nascimentos fornecidos pela
Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de
Genética Humana do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (https://www.insa.min-saude.pt/rastreio-neonatal-19-628-recem-nascidos-e…)
estão em linha com os dos anos anteriores: regiões mais populosas têm mais
nascimentos e menos populosas têm menos. Sem um algoritmo de comparação não
podemos dizer que na região A houve mais nascimentos que na B. Essa afirmação
implicaria saber, por exemplo, quantos nascimentos por cada 1000 habitantes ou
quantos por cada 1000 mulheres. Não temos esse referente.
Porém, calculamos (apesar das variáveis
interferentes do clima) que os 132 nascimentos registados no Distrito de
Bragança, para o primeiro trimestre do presente ano, resultariam em 560
nascimentos para o ano inteiro, o que não é consolação nenhuma porque mantém o
número dos anos anteriores, mesmo com o recurso à imigração, o que implicará
que a situação seria ainda pior se não houvesse o recurso às comunidades
estrangeiras ou naturalizadas, tais como a africana, a brasileira e a europeia,
nesta particularmente a dos países do Leste Europeu”, explicou o investigador.
De acordo com Henrique Ferreira, “a população
do Distrito continuará a envelhecer, particularmente nos concelhos mais
afastados da A4, onde as oportunidades de vida e de serviços são menores para
os jovens e adultos.
Precisaríamos de nascimentos ao ritmo de 10
por cada mil habitantes (1260 nascimentos por ano) para mantermos o atual nível
etário da população do Distrito. Precisaríamos de um ritmo de 13 por cada mil
para, em 70 anos, transformarmos o Distrito num distrito razoavelmente jovem.
Estamos com 4,4 por mil. A tarefa é hercúlea”.
Henrique Ferreira frisa ainda que, apesar de
haver a presença, nos últimos anos, de vários imigrantes oriundos dos PALOP,
não é esperado o aumento do número de nascimentos.
“Em princípio, não, relativamente aos
imigrantes dos PALOP, na medida em que estes não vieram para ficar. Se ficam, é
em número pouco representativo. No entanto, face a números de anos anteriores,
é expectável que cerca de 100 nascimentos tenham origem nas diferentes
comunidades estrangeiras ou naturalizadas e nas comunidades ciganas, o que já é
um bom contributo. Portanto, estas últimas parecem estar a contribuir para o
aumento de nascimentos.
Porém, sendo a demografia a tal área
sistémica e interdisciplinar não será apenas com as comunidades imigrantes que
vamos resolver o nosso problema demográfico. É melhorando as condições de vida
de todos e oferecendo fortes apoios aos pais com filhos e aos jovens com
expectativas de ter filhos. Além disso, há que apostar na educação para o
futuro e para o amor. Nada ensinará mais a amar que a relação pai/mãe- filho. É
tempo de pensarmos numa sociedade intergeracionalmente solidária e não apenas
em idosos abandonados em lares e jovens hedonistas a divertirem-se nos bares e
discotecas e a terem de emigrar para ganhar o dia-a-dia. Perdeu-se a noção do
futuro e do amor. Exportamos toda a nossa inteligência sem pensarmos no futuro
do país. É isso que os grandes países da Europa querem: que lhes sustentemos o
progresso e a demografia sem gastarem um tostão com a formação”, sustenta.
O investigador sublinha que “estamos em
comunidades que lutam pela sua própria morte, não pela sua vida e pelo seu
futuro”.
“Basta olharmos para as nossas aldeias e
vermos a tristeza das escolas fechadas. Ali já não saltam nem brincam crianças
e os idosos sentem-se a morrer porque não vêem futuro razoável para as suas
vidas. O envelhecimento, também ele é sistémico. Não é apenas um problema de
idade biológica. É também um problema afetivo, de autonomia, de perda de
confiança no futuro, de não-partilha de cultura e de afetos. Hoje destrói-se o
passado alienando-se o futuro. Até os adultos-filhos alienam os seus
progenitores nos lares privando-se a eles próprios das ricas histórias dos mais
velhos e dos ensinamentos destes. Estamos em comunidades que lutam pela sua
própria morte, não pela sua vida e pelo seu futuro.
Em 1993, no primeiro artigo que escrevi sobre
a demografia no Distrito, previa que este já só teria 130.000 habitantes em
2020. A realidade ultrapassou a minha previsão e também estava longe de
imaginar que a maior parte dos nossos concelhos estariam com índices de
envelhecimento superior a 400% (400 idosos para cada 100 crianças e
pré-adolescentes até 14 anos), havendo-os com 700%. Mesmo o de Bragança já
atingiu os 281% quando os mais jovens andam pelos 50%”, diz.
Seria preciso o triplo dos nascimentos para
rejuvenescer a população
Henrique Ferreira explica que o distrito de
Bragança precisava do triplo dos nascimentos para um processo de
rejuvenescimento da população.
“Precisaríamos de entre 1550 e 1600
nascimentos por ano contra os presumíveis 560 de 2022. Uma taxa de natalidade
de 13 por mil e, mesmo assim, demoraríamos 70 anos, a chegar a uma taxa de
envelhecimento de 50% e a uma taxa de juvenilização de 30% contra os atuais 7%
(crianças e pré-adolescentes até 14 anos face a idosos com mais de 64 anos)
Esse desiderato é já impossível com a
população existente no Distrito face à distribuição etária dela. Com a nossa
população, o máximo que conseguiremos é ter entre 600 e 700 nascimentos. A
pirâmide etária está invertida e, por isso, há que importar população jovem que
possa dar-nos crianças mas isso levanta outros problemas de socialização,
integração e apoio que é necessário salvaguardar e que vejo muito pouca gente a
reflectir. Os portugueses e, em geral os europeus, só querem o seu bem-estar,
pouco se preocupando com o dos outros e com o futuro. Foi este o principal
efeito perverso das democracias e do Estado Social. Até que lhes aconteça como
aos ucranianos”, concluiu.
Sobre esta matéria, Henrique Ferreira
publicou já uma série de artigos.
Retirado de www.mdb.pt
quinta-feira, 21 de abril de 2022
TORRE DE MONCORVO REGRESSOU À ÉPOCA MEDIEVAL DURANTE O FIM-DE-SEMANA (Retirado de Jornal Nordeste)
Durante sexta, sábado e domingo Torre de Moncorvo parece ter recuado no tempo até à época Medieval, onde o ferro era a alma da vila.
A música alegrava as gentes que por ali
passavam, em mote de curiosidade, para ver e apreciar as várias encenações,
espectáculos, desfiles e também comércio. Desde o curtidor de peles, a artesãos
e ferreiros, os ofícios daquela época estavam ali retratados. Na pele de
ferreiro estava Francisco Esteves, de Valpaços. Apesar de esta arte não ser o
seu ganha-pão, é ainda uma ocupação. Todos os dias trabalha o ferro e admite
que já não há quem se dedique a este ofício. “Está praticamente extinto”,
afirmou. Ainda assim, houve quem não ficasse indiferente às demonstrações de
Francisco Esteves, que muitas vezes ouviu da boca dos visitantes “era assim que
se fazia”.
Já Artur Fernandes entretinha as mãos a
curtir peles. Um trabalho que, hoje em dia, é feito em fábricas e são “poucos”
ou “quase nenhuns” os que ainda o fazem manualmente. “De novo aprendi a
curtir peles e sempre mantive este trabalho. Agora divulgo um bocadinho nas
feiras e ensino quem quiser aprender”, sublinhou. Já não é a primeira vez que
participa em demonstrações na Feira Medieval de Torre de Moncorvo e disse
gostar de o poder fazer.
Durante três dias, a vila regressou ao século
XIII, quando D. Dinis governava. Por isso, um rei e uma rainha também não
faltaram. António Faneca e Camila Vieira, alunos do agrupamento de escolas de
Torre de Moncorvo, vestiram a pele do rei Dom Dinis e da rainha Santa Isabel.
Um trabalho que precisou de pesquisa, mas que dizem estar orgulhosos por
poderem fazê-lo. “É também uma grande responsabilidade”, disse António Faneca.
Já Camila Vieira realçou ter sido “uma experiência incrível”. Devido à
pandemia, a Feira Medieval não acontecia há dois anos. Para o presidente da
Câmara Municipal é um motivo para “festejar” e é o “regresso da alegria”,
porque as pessoas têm oportunidade de “conviver”, mas também porque os produtos
endógenos foram colocados no “topo do mapa”, já que estão a ser dados a
conhecer, dando assim um “incremento socioeconómico” às associações e às freguesias.
“Esta Feira Medieval não é contratar artistas, mas sim toda a população ser o
incremento desta feira, onde o ferro é a alma da terra”, afirmou Nuno
Gonçalves.
O evento custou ao município 150 mil
euros.
Jornalista: Ângela
Pais
Publicado em www.jornalnordeste.com
quarta-feira, 20 de abril de 2022
TIRANIA
Há dias em que a cama é uma nuvem de algodão.
Sabemos que não pode ser, que não podemos continuar naquela modorra, mas
estamos tão bem ali...
Não vale a pena insistir, esticar um pé para
fora dos edredons... Não. Ela agarra-nos como se fosse o nosso garboso príncipe
encantado, montado no seu belo cavalo branco, olhar de mel, sorriso de seda,
lindo de suspirar.
Temos de ir, mas queremos ficar... Apetece
mandar a responsabilidade para lá de Bagdad. Dizer-lhe que hoje quem manda sou
eu.
A vida é tão curta. A juventude tão efémera.
A beleza tão fugaz.
Só mais cinco minutos, só cinco minutinhos,
pequeninos como os flocos de algodão que envolvem o meu corpo neste céu.
Os cinco minutos acabaram. O telemóvel continua
a chamar-nos. O tempo passa a voar nas asas de todos os pássaros do mundo que
não param para ficar.
O sair daquele paraíso é uma violência
intolerável. Sinto-me prisioneira e as algemas imaginárias que me atam as mãos, aniquilam a minha rebeldia.
Os pés, pousados no tapete, ainda resistem. A
cabeça, contra vontade, luta a sua guerra e vence-se a si própria.
Banho que já estou atrasada, muito...
Um café para despertar, como se fosse
possível.
O carro na garagem...
Um beijo apressado. A máscara esquecida.
Ai que atrasada estou.
Maria Cepeda (Foto e Texto)
BLOGUERS VISITARAM BRAGANÇA E EM DOIS DIAS MUDARAM IDEIA QUE TINHAM DA REGIÃO (Retirado de Jornal Nordeste)
Programa foi organizado pela ACISB
Arte, história, gastronomia, natureza e diversão não
faltou, no passado fim-de-semana, em Bragança.
O programa era recheado para os oito bloguers e
influencers portugueses e espanhóis que usam o digital como trabalho e que
através dele vão divulgar a região.
Este convite surgiu do projecto +Bragança, da
Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança, que conta já com a
segunda edição.
Silvie Couto foi uma das que veio em descoberta da
capital de distrito. No último meio ano criou a página do Instragram ‘Silvie
Couto Viajar em Portugal’ onde mostra lugar a visitar em Portugal e agora
também Bragança vai integrar a sua página. Nunca tinha vindo a Bragança, mas
admite que ficou surpreendida e que a ideia que tinha era diferente daquela que
leva. “Fomos visitar duas aldeias e tinha a ideia que era tudo muito artesanal
e antigo e eu sou vegetariana e de repente do nada apareceu um restaurante
vegetariano e despertou a minha atenção. Aqui em Bragança gostei imenso da vida
nocturna que não fazia ideia que havia tanto movimento, adorei ir fazer a prova
de cocktails e ir a um bar com música ao vivo. Provei também o bolo tradicional
[pastel brigantino] e gostei”, frisou. Para além de ter ainda apreciado o
passeio de bicicleta, ficou ainda a eleger o castelo de Bragança como “o mais
bonito”.
A espanhola Mónica Rodrigues também aceitou o
desafio. Através dos minions mostra locais a visitar em família. Em 2018 criou
a página do Facebook ‘MiniOnTour’. Apesar de já ter estado em Bragança numa
noite, contou não conhecer mais do que o castelo. Depois do passado
fim-de-semana disse ter ficado encantada pelos lugares que se podem visitar,
como os museus, e ainda realçou a boa gastronomia. A língua parece não ser um
entrave, já que Mónica Rodrigues diz que os transmontanos recebem muito bem os
visitantes.
“Os portugueses são muitos hospitaleiros e tentam
sempre que nos sintamos bem”, afirmou.
Os bloguers estiveram em Rio de Onor, visitaram o
ex-libris da cidade, o castelo, passaram ainda pelos museus e politécnico,
provaram a gastronomia e tiveram a oportunidade de fazer um voo.
O objectivo desta viagem turística foi envolver os
parceiros da ACISB e ainda contribuir para a dinamização da região. “Acho que
todos devemos trabalhar em conjunto. Tivemos a parceria da União das Freguesias
de Sé, Santa Maria e Meixedo, contactámos nos nossos guias locais, para estarem
connosco e nos mostrarem para as pessoas perceberem que Bragança não é aquilo
que passa. As pessoas não têm a mínima noção do que é Bragança e tivemos a
oportunidade de lhes darmos a conhecer coisas diferentes e é isso que nós
pretendemos, é envolver os nossos parceiros e conseguir ao máximo divulgar aquilo
que temos de bom e trazer gente cá”, explicou Anabela Anjos, da associação.
A presidente da ACISB também fez um balanço positivo
da iniciativa. “Penso que vai ser um enorme sucesso, eles fazerem o trabalho
deles, nós demos todas as ferramentas para eles fazerem um excelente trabalho”,
frisou Maria João Rodrigues.
O projecto +Bragança é co-financiado pelo Norte 2020,
Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER).
Jornalista: Ângela Pais
Publicado por www.jornalnordeste.com
UTAD VAI ATRIBUIR EM MAIO DOUTORAMENTO HONORIS CAUSA À PINTORA TRANSMONTANA GRAÇA MORAIS (Publicado em Jornal Nordeste)
A cerimónia vai acontecer a 11 de Maio
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
vai atribuir o Doutoramento Honoris Causa à pintora Graça Morais. A cerimónia
está agendada para 11 de Maio.
Segundo o reitor da UTAD, Emídio Gomes, “o enorme prestígio
da pintora e a expressão universal da sua obra justificam plenamente este
título honorífico, a que se junta a sua forte ligação ao território e às gentes
de Trás-os-Montes e Alto Douro”.
Natural da aldeia do Vieiro, concelho de Vila Flor, e
com mais de 50 anos de vida artística, Graça Morais é uma das grandes
referências na história da arte contemporânea portuguesa e mesmo europeia.
A artista transmontana recebeu já, em 1997, o Grau de
Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pela mão do então Presidente da
República Jorge Sampaio, e em 2019 recebeu a Medalha de Mérito Cultural pelo
Ministério da Cultura. Aos 74 anos, Graça Morais tornar-se-á na segunda mulher
a ser distinguida com o Doutoramento Honoris Causa pela UTAD, depois de, em
2018, ter sido atribuído à escritora Agustina Bessa-Luís.
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
Semana Gastronómica do Bacalhau captou turistas espanhóis (Retirado do Jornal Mensageiro de Bragança)
A Semana Gastronómica do Bacalhau foi um sucesso,
segundo o balanço da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança
(ACISB). Os espanhóis foram os que mais procuraram estes pratos nos
restaurantes. “90% dos nossos clientes foram espanhóis e já nem pediam a carta,
sabiam perfeitamente da iniciativa e diziam que queriam bacalhau”, referiu Rosa
Pires, do restaurante Rosina, divulgou a ACISB.
O mesmo sentimento é partilhado por Luís Portugal da
Tasca do Zé Tua: “Os clientes espanhóis que vinham sabiam que estava a decorrer
a Semana Gastronómica do Bacalhau, a mensagem passou muito bem”, garantiu.
A iniciativa promovida pela ACISB a pedido dos
comerciantes foi amplamente divulgada em Espanha, através da comunicação
social, com um forte investimento em publicidade em rádios e jornais e também
com a colocação de outdoors em pontos de referência em Zamora e Valhadolid.
Também na Quinta das Queimadas – Panorama, 80% da clientela que teve nesta
semana veio de Espanha e maioritariamente “queriam comer bacalhau”, afirmou
Paulo Gomes, o proprietário.
Flávio Gonçalves, da Taberna do Javali confirmou que o “Bacalhau à Bragança”
foi o prato que mais serviu. A procura na restauração voltou à dos tempos
pré-covid. “Um fim-de-semana em que trabalhamos como antes de guerras e
pandemias”, vincou Luís Portugal.
Ainda segundo a ACISB o prato criado para esta semana, “Bacalhau à Bragança”,
despertou maior curiosidade nos clientes locais. A ACISB pretendeu com esta
iniciativa trazer ainda mais visitantes e movimento à cidade.
Publicado por www.mdb.pt