quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

44.ª FEIRA DO FUMEIRO – VINHAIS



A Feira do Fumeiro de Vinhais está de Volta!


Fumeiro de Vinhais é o melhor?

Vinhais é a capital do fumeiro e a justificação é simples: Vinhais tem o melhor fumeiro. E o que faz deste produto o melhor? São vários os fatores que contribuem para a qualidade deste produto, entre os quais o clima, a matéria-prima e o tempero. O clima de Vinhais é frio e seco na altura das matanças o que ajuda a uma boa cura das carnes e do fumeiro. A matéria-prima é a carne do porco bísaro, criados num sistema tradicional, à base de produtos e subprodutos da agricultura local, dando origem a uma carne de sabor inconfundível e uma textura única graças à gordura intramuscular que a torna marmoreada, macia e suculenta.

O tempero também é diferente dos temperos de outras regiões, feito em vinha de alhos, com água, vinho, alho, sal e louro.

 Jornadas Técnicas do Porco Bísaro e Concurso Nacional da Raça Bísara

A qualidade do produto apresentado, é nada mais nada menos que o resultado de uma matéria-prima de excelência, a carne do porco bísaro, uma raça autóctone portuguesa.

A valorização e promoção da raça, fazem com que seja importante manter os produtores informados, dando-lhes as melhores ferramentas para a criação dos animais, incentivo e apoio que resultam no melhor fumeiro, o de Vinhais. De ressalvar que o fumeiro apresentado na Feira de Vinhais é de pelo menos 50 % de Porco Bísaro, e é exigido aos produtores que cumpram todas as regras de confeção (matéria prima, ingredientes, modo de preparação, cura e secagem) de cada um dos produtos. Toda a produção é controlada e acompanhada pela ANCSUB, desde o nascimento do porco até à colocação do produto no mercado.

Assim sendo, as Jornadas Técnicas do Porco Bísaro, bem como o Concurso Nacional de Suínos de Raça Bísara, fazem sempre parte do Programa da Feira do Fumeiro e servem de estímulo para todos os criadores da raça e transformadores de Fumeiro de Vinhais.

A aposta na qualidade tem sido fundamental na estratégia promocional da Feira. Um forte controlo em todo o processo produtivo, que passa pelo acompanhamento na criação dos animais, abate e elaboração do fumeiro, bem como a exigência de que a carne usada seja exclusivamente de raça Bísara, autóctone da Região.

 

Espaços de Venda

0 Pavilhão do Fumeiro vai contar com cerca de 70 produtores, um número considerável, sendo eles representantes do fumeiro certificado de Vinhais, na maioria são produtores do concelho de Vinhais, sendo alguns oriundos de outros locais da região de Trás-os-Montes.

0 Espaço Gourmet, com 60 stands, é a área que acolhe maravilhas como os doces conventuais, pastelaria típica de Vinhais, azeite, vinhos, queijos, entre muitos outros sabores, capazes de satisfazer os paladares mais exigentes.

O certame tem ainda um pavilhão onde estão as tasquinhas que servem o melhor da gastronomia vinhaense e um pavilhão onde vai estar em exposição todo o tipo de artesanato, oriundo de vários pontos do país, e onde vão estar também as empresas locais. São assim mais de 90 stands presentes neste espaço.

Há ainda exposição de máquinas agrícolas e feirantes de rua, contabilizando cerca de 500 expositores. 


EXPOSITORES:

Pavilhão do Fumeiro - 1800 m2 - 70 produtores

Espaço Gourmet - 900 m2 - 60 produtores

Tasquinhas / Bares - 1100 m2 - 8 tasquinhas e 12 bares

Artesanato e Empresas - 1500 m2 - 90 expositores

Espetáculos - 800 m2 - 5 bares

Máquinas Agrícolas - 1800 m2 - 12 expositores

Feirantes de rua: 200

Total de expositores na área coberta: 257

Total de expositores: 457

Total de área coberta: 6.700 m2

Área total de exposição: 25 450 m2

A Feira do Fumeiro de Vinhais realiza-se anualmente, em fevereiro, desde 1981. Destaca-se das demais pelo seu fumeiro de excelência que lhe valeu a atribuição do título de a “Capital do Fumeiro”.

Nos quatro dias de feira, além do fumeiro de raça bísara, estão disponíveis produtos naturais da região, artesanato, produtos gourmet, espetáculos musicais, luta de touros, tasquinhas e restaurantes preparados para receber milhares de visitantes todos os anos.

Retirado de www.cm-vinhais.pt


 

Festival do Butelo e das Casulas & Carnaval dos Caretos

Não é em vão que o concelho de Bragança é conhecido pelas melhores e mais genuínas tradições tanto ao nível da gastronomia, como da cultura.

O Festival do Butelo e das Casulas & Carnaval dos Caretos, de 9 a 13 de fevereiro, é a prova de que se consegue unir, num só evento, o melhor destes dois mundos, conjugado com a modernidade e património histórico e edificado de uma das cidades mais antigas do País.

“Trata-se de uma iniciativa que dinamiza não só o turismo, como toda a economia local. A capacidade hoteleira já está esgotada para esses dias”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança em exercício, Paulo Xavier, durante a apresentação do Festival do Butelo e das Casulas & o Carnaval dos Caretos à comunicação social local, que teve lugar hoje, no Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

É em pleno centro histórico que se encontra o epicentro do Festival do Butelo e das Casulas, que promove aquele que é prato por excelência do Entrudo transmontano. Na Praça Camões, que abre portas a 9 de fevereiro, com o maior número de expositores de sempre, num total de 40, oriundos dos Distritos de Bragança e Vila Real, com produtos como fumeiro, vinho, azeite, mel, doçaria e pão, artesanato, entre outros.

Até ao Dia de Carnaval (13 de fevereiro), vão decorrer showcookings com os chefes Óscar Geadas (Restaurante G, Estrela Michelin), António (IEFP), Hélio Loureiro e Marco Gomes (Restaurante Oficina).

Provas com produtos das Terras de Trás-os-Montes são outros dos momentos de passagem e paragem obrigatória para os apreciadores da boa gastronomia durante a iniciativa D’ Gustar TTM.

No espaço contíguo à tenda na Praça Camões, existe uma área de restauração, que funciona das 12:00 às 23:00 horas.

Em simultâneo decorre a Semana Gastronómica do Butelo e das Casulas. De 2 a 13 de fevereiro, nos 26 restaurantes aderentes.

E porque a época do Entrudo combina com alegria e folia, realiza-se o Carnaval dos Caretos, que tem o seu apogeu no dia 10 de fevereiro com o desfile de grupos de Caretos de Portugal e de Espanha, escolas e instituições do Concelho pelas ruas da zona histórica, culminando com a Queima do Diabo, no Largo do Castelo de Bragança.

Já no dia na segunda-feira de Carnaval (12 de fevereiro), decorre a apresentação do livro “Máscaras y Património – Etnografia Del Carnaval en el Siglo XXI”, na Praça Camões.

A 14 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, é a vez do Diabo, a Morte e a Censura saírem à rua. O trio de mascarados percorre a zona histórica de Bragança atrás das raparigas, castigando-as, como forma de chamar a atenção para a necessidade de fazer penitência neste que é o primeiro dia da Quaresma.

O Carnaval dos Caretos é um evento que, partindo das Festas de Inverno, contribui para a preservação e dinamização da riqueza, identidade e diversidade cultural e etnográfica do Nordeste Transmontano.


Retirado de www.cm-braganca.pt



41.º aniversário do Instituto Politécnico de Bragança

O Instituto Politécnico de Bragança comemorou, hoje, o seu 41.º aniversário, com a realização de uma Sessão Solene que acolheu docentes, funcionários, colaboradores, alunos e representantes de diversas entidades, entre os quais o Presidente da Câmara Municipal de Bragança em exercício, Paulo Xavier.

“O sector da educação passa, atualmente, por momentos de grande conturbação, com uma grande fatia de alunos a não ter condições para fazer face às despesas, nomeadamente de alojamento. A realidade diz-nos que, no ano de 2023, 10,46% dos alunos abandonou os seus estudos ao final do primeiro ano.” Lamentou, acrescentando que é “fundamental a existência de políticas educativas inovadoras, adequadas aos desafios atuais que as escolas, alunos e professores enfrentam”.

O Presidente da Câmara Municipal em exercício destacou, ainda, o papel do IPB no que toca à responsabilidade social, económica e de coesão, em que se inclui, por exemplo, a “atração de alunos de outros locais, que contribui para o aumento da população jovem, tão importante num território marcado pelo envelhecimento e despovoamento”.

Além das habituais condecorações a alunos e colaboradores, foram entregues a Medalha de Honra Nacional do IPB e a Medalha de Honra Internacional do IPB e comemoraram-se, ainda, os dez anos de dupla diplomação entre o IPB e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

 

Retirado de www.cm-braganca.pt

sábado, 20 de janeiro de 2024

TRANSPORTES DE DOENTES DEMORAM QUASE MAIS UMA HORA COM TROCA DE HELI DO INEM DE MACEDO

Helicóptero tem maior dimensão, o que impede que aterre nos heliportos dos hospitais de Bragança, Mirandela e Maçarelos, no Porto


O helicóptero do INEM, sediado em Macedo de Cavaleiros, não pode aterrar em alguns heliportos, nomeadamente nos dos hospitais de Bragança, Mirandela e Massarelos, no Porto, usado para helitransportes para o Hospital de Santo António, naquela mesma cidade. A aeronave foi substituída, pelo INEM, e tem até mais autonomia, mas tem maiores dimensões, o que significa que estes heliportos não estão certificados para a sua aterragem. No dia 1 de Janeiro entrou em vigor o contrato entre o INEM e a Avincis, empresa que detém o contrato de operação dos helicópteros de emergência médica e, nessa data, foi alocado a Macedo este helicóptero que, até então, estava na base de Évora. A transferência aconteceu porque a Avincis entendeu colocar duas das bases do país, Évora e Viseu, a trabalhar apenas 12h, ao invés das 24 que, até ali, cumpriam. Desta feita, as duas que fazem serviço em permanência, a de Macedo de Cavaleiros e a de Loulé, ficam também responsáveis pela área não assegurada durante o período nocturno pelos helicópteros das outras bases. Toda esta situação está a potenciar algo que, de todo, não se queria, “brincar com a saúde da população”, segundo considera o presidente do Sindicato dos Profissionais da Aviação Civil, Tiago Lopes, uma vez que os tempos de transporte de doentes entre hospitais demora, agora, em alguns casos, bastante mais que o normal. Refira-se que, neste momento, uma transferência entre Bragança e o Porto demora mais 50 minutos do que o habitual e de Bragança para Vila Real demora mais 40 minutos. Uma entrega em Bragança, após um acidente grave, demora mais 20 minutos. “A população corre o risco de não ser socorrida devidamente. Por enquanto ainda não aconteceu nada, mas poderá implicar uma morte”, rematou, dizendo que depois será necessário, caso isso mesmo venha a acontecer, apurar culpas. “Alguém vai ter de assumir essa responsabilidade porque nós já alertámos para isso e não há a desculpa de que não sabiam. Estamos a brincar com o segurança da população, tudo com o dinheiro do Estado”, assinalou ainda. 80% dos doentes socorridos pelo helicóptero sediado em Macedo de Cavaleiros passam por Bragança e 90% dos transportes que têm como o destino o Porto são para Massarelos, dois dos heliportos onde a actual aeronave não pode aterrar. Agora, em Bragança, por exemplo, a aterragem tem de ser feita no aeródromo, que fica a cerca de 11 quilómetros da unidade hospitalar. O que Tiago Lopes não entende é que a empresa está a receber mais este ano e a prestar um serviço inferior. “Saiu do Conselho de Ministros que iria fazer este ajuste directo por seis milhões de euros porque o concurso foi muito em cima da hora. Mas esse ajuste directo tinha de manter os serviços do contrato actual da altura, que eram quatro helicópteros 24h. Agora a empresa recebe os seis milhões, como se estivesse a fazer um serviço a 100%, quando na realidade está a fazer um serviço a 75%. Ganha mais dinheiro e serve menos a população, isto tudo com o erário público”, lamentou. Segundo esclareceu ainda, conforme terá dito o presidente do INEM, quando abriu o concurso concorreram duas empresas mas quanto à outra que concorreu não sabe qual foi o desfecho.

 

Autarca de Bragança afirma que socorro está comprometido

O presidente da Câmara Municipal de Bragança não tem dúvidas de que não foi acautelado o socorro da população. Hernâni Dias mostrou-se preocupado com a situação, uma vez que a nova aeronave tem agora de aterrar no aeródromo da Bragança, a 11 Km do hospital da cidade, ficando “seriamente comprometido” o socorro. “O socorro deve ser garantido imediatamente quando há necessidade de o fazer e por isso é que se trata de um transporte aéreo, que é para chegar muito mais rápido aos locais. Neste caso concreto há, de facto, esta falha enorme porque sabemos que um segundo salva-vidas ou deixa que as vidas desapareçam”, afirmou. Segundo o autarca, foi pedido para o helicóptero aterrasse no estádio municipal, logo ao lado do hospital. No entanto, Hernâni Dias explicou que o estádio, no Inverno, “está completamente encharcado e qualquer aeronave vai enterrar-se completamente e vai provocar danos gravíssimos na infra-estrutura”, além de não ter “uma estrutura montada que permita abrir o estádio e ligar as luzes à noite para garantir a segurança da operação”. “Se o heliporto estava certificado para um helicóptero mais pequeno não permite que aterre lá um helicóptero maior que diremos de um estádio municipal que nunca teve certificação para nada. Se é por falta de certificação não faz sentido nenhum o argumento”, vincou. Depois de o Sindicato dos Profissionais da Aviação Civil ter alertado que, com esta situação, o tempo de transporte de doentes entre hospitais demore mais 50 minutos e pode mesmo resultar em mortes, o presidente da câmara de Bragança quer que seja encontrada uma solução rapidamente. “Eu não sou especialista nem tenho conhecimentos técnicos para a apontar uma solução, mas espero que haja alguma que garanta, pelo menos, o mesmo nível de socorro à população que já existia e que não fiquemos prejudicados”, concluiu. A juntar-se a isso, desde 1 de Janeiro, dois dos quatros helicópteros de emergência médica ao serviço do INEM passaram a operar apenas 12 horas por dia, quando antes o faziam 24 horas.

 

Foto: Rádio Onda Livre 

Jornalistas: Carina Alves/Ângela Pais

Retirado de www.jornalnordeste.com


domingo, 14 de janeiro de 2024

Museus Abade Baçal e Terra de Miranda continuam a ser geridos pelo Estado

Colocava-se a possibilidade de serem geridos pelos municípios, mas, depois de várias contestações e consulta pública, a medida não se chegou a concretizar

Jornalista: Ângela Pais



O Museu Abade Baçal e a Domus Municipalis, em Bragança, e o Museu Terra de Miranda, em Miranda do Douro, vão continuar a ser geridos pelo Estado.

No ano passado, quando foi anunciado a reestruturação da Direcção-Geral da Cultura, colocou-se a hipótese de, a partir de 2024, estas três estruturas passarem a ser geridas pelos municípios, mas as câmaras e os diretores dos museus mostraram-se contra essa possibilidade.

Depois da consulta pública, ficou decidido que continuam a ser geridos pelo Ministério da Cultura.

O diretor do Museu Abade Baçal considera que “se fez justiça”, uma vez que o equipamento “sempre esteve ligado à tutela do Estado”. “Agora faz parte da Museus e Monumentos de Portugal, porque é o grande museu da região, não tenho a menor dúvida, e portanto seria uma despromoção deste equipamento e da Domus Municipalis, mas tudo acabou por ficar no lugar certo”, frisou Jorge da Costa.

Para a diretora do Museu Terra de Miranda, integrar o equipamento no município seria “um desprestígio”. Por isso, Celina Pinto considera que foi feito o correto, já que a gestão do Estado trará benefícios. “É proveitosa toda esta sinergia que se cria ao serem 38 equipamentos que trabalham em articulação. Enquanto que o museu ao ser municipalizado, a instituição fica a trabalhar sozinha. Na área da museologia é muito proveitoso ouvir os pares, trabalhar em conjunto, articular formas de trabalho, de investigação e não faz sentido estar a dividir equipamentos de Lisboa do resto do país”, defendeu.

Também a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, se mostrou satisfeita com a decisão, uma vez que entende que “pelas competências da câmara municipal não passa a gestão do Museu da Terra de Miranda”.

Contactámos o presidente da Câmara de Bragança, que na altura também se tinha manifestado contra a possível alteração, mas não foi possível obter qualquer declaração.

O Museu Abade Baçal, a Domus Municipalis de Bragança e o Museu Terra de Miranda eram geridos pela Direcção-Geral da Cultura. No entanto, a direção sofreu uma reestruturação e, desde 1 de Janeiro, que se dividiu em duas entidades, a Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, e o Instituto Público Património Cultural, com sede no Porto.

Os três equipamentos da região estão agora integrados na Museus e Monumentos de Portugal.

Retirado de www.jornalnordeste.com

20 anos do Teatro Municipal de Bragança com exposição de mensagens de artistas


Primeiros quatro meses do ano com programa “muito variado” de espetáculos

Jornalista: Ângela Pais

 

O Teatro Municipal de Bragança comemora o seu vigésimo aniversário já no próximo dia 31 e para celebrar haverá dois concertos com a Orquestra do Norte com vários coros, um site novo e uma parede da fama, que promete ser uma grande atração.

Na apresentação pública da programação para Janeiro, Fevereiro, Março e Abril, o diretor do teatro explicou que serão expostas mensagens de 20 artistas que passaram pelo equipamento e que deixaram uma mensagem no livro do teatro, criado em 2020 “Pegarmos nas mensagens que os artistas deixam no livro de artistas do Teatro Municipal de Bragança e do seu autógrafo e colocá-lo numa parede de grande destaque para as pessoas poder ver o que os artistas disseram da cidade e a forma como foram acolhidos”, explicou João Cristiano Cunha. Os visitantes vão poder ler as palavras de artistas como Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, a Maria Rueff, The Gift, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, Sérgio Godinho e Paulo de Carvalho.

O diretor garantiu ainda que nestes quatros primeiros meses do ano, as pessoas podem esperar um programa “muito variado”, com espetáculos de dança, de comédia, drama e digressões nacionais, como Carolina Deslandes, mas também mundiais, como um espetáculo de tributo a Tina Turner e aos Nirvana. “A ideia é fazermos uma programação que seja eclética e que vá a todos os públicos. Criar novos públicos, fidelizar públicos que já existem”, disse, realçando os preços baixos ou até a gratuitidade de alguns espetáculos.

Este ano, o Teatro Municipal de Bragança vai também implementar um projeto junto dos alunos. Faz parte do Festival 27, que decorre entre Março e Abril e que levará o ator Manuel Wiborg até às escolas. “Além de trazermos os alunos ao auditório do teatro, vamos levar um artista à escola e fazer uma leitura encenada da Ode Marítima de Fernando Pessoa. Manuel Wiborg irá às escolas secundárias fazer esta leitura encenada e os alunos poderão ter esta experiência com um artista, com um ator”, referiu, acrescentando que iniciativas como estas podem repetir-se desde que sejam criadas condições “técnicas” para tal.

Para a programação deste ano, o município de Bragança vai disponibilizar 350 mil euros, um “ligeiro” aumento em relação a 2023. A vereadora da Cultura, Fernanda Silva, explicou que esta verba é totalmente disponibilizada pela câmara, sem qualquer apoio externo. E só desta forma é possível oferecer espetáculos a preços tão baixos. “Se não fosse o município a assumir essa despesa e esse investimento seria impossível, porque vemos estes espetáculos em salas nacionais e vemos que os preços duplicam e até triplicam”, disse.

Em 2023, passaram pelo Teatro Municipal de Bragança cerca de 17 mil e 800 espectadores, com uma taxa de ocupação da sala de 82,4%.

 

Retirado de www.jornalnordeste.com

ESCRITOR JOSÉ RENTES DE CARVALHO É A PERSONALIDADE DO NORTE 2023

 


O escritor transmontano José Rentes de Carvalho é a Personalidade do Norte 2023, prémio atribuído pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCRD-N)

Depois da atribuição da distinção ao arquitecto Álvaro Siza Vieira, em 2021, e à pintora vilaflorense Graça Morais, em 2022, a Personalidade do Norte, em 2023, foi atribuída ao escritor, cujos pais são naturais de Estevais, no concelho de Mogadouro. José Rentes de Carvalho, que nasceu no dia 15 de maio de 1930, em Vila Nova de Gaia, referiu, na cerimónia de entrega do galardão, que, embora tenha “começado tarde demais” a receber distinções, que se sentia “muito honrado, contente e feliz pela atribuição do prémio”. Receber prémios já em idade mais tardia faz com que a sua capacidade de agradecer seja “modesta”, como o próprio frisou. O escritor, que frequentou o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e prosseguiu os estudos em Viana do Castelo e em Vila Real, formou-se em Línguas Românicas e Direito, na Faculdade de Letras e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Desde 1956, José Rentes de Carvalho vive em Amesterdão. Neste momento, divide tempo entre a Holanda e Portugal. Foi obrigado a abandonar o país por motivos políticos, durante a ditadura do Estado Novo, tendo vivido, inicialmente, no Brasil e, depois, em Nova Iorque e em Paris. Na Holanda, onde se licenciou novamente, trabalhou na embaixada brasileira e foi ainda professor universitário de Literatura Portuguesa, entre 1964 e 1988.

Depois começou a dedicar-se exclusivamente à escrita e à colaboração em jornais e revistas literárias. A sua extensa obra, dedicada à ficção, ensaio, crónica e diário, que conta com obras como “Montedor”, 1968, “Com os Holandeses”, 1972, “Portugal, a Flor e a Foice”, 1975, “A Sétima Onda”, 1984, “A Amante Holandesa”, 2003, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, 2011, “Tempo Contado”, 2012, “Pó, Cinza e Recordações”, 2015, “Trás- -Os-Montes, o Nordeste”, 2017, tem sido publicada em Portugal e na Holanda. José Rentes de Carvalho já foi premiado com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE, pelo livro Tempo Contado, em 2011, e com o Grande Prémio de Crónica APE, com o livro Mazagran, em 2013. A 10 de Junho de 1991 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1992 foi-lhe atribuída a medalha de ouro da cidade de Vila Nova de Gaia. O prémio Personalidade do Norte 2023 foi entregue ao escritor, no fim de Novembro, pelas mãos do presidente da CCDR-N, António Cunha, durante o “Fórum Competitividade Regional e Pós 2030: o Norte na União Europeia”, que aconteceu na Fábrica de Santo Thyrso, em Santo Tirso.

 Jornalista: Carina Alves

Retirado de www.jornalnordeste.com


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Bragança vai ter campo experimental da cultura Celta já este ano - NORDESTE TRANSMONTANO - Publicado por António G. Rodrigues

 


A aldeia de Salsas vai receber um assentamento Celta chamado Brigantia ainda em 2024. O projeto está a ser desenvolvido pela atriz Ana Telmo Rocha, natural de Salsas, e inclui parceiros do Reino Unido, como o ator irlandês Patrick McEvoy, que participou na série Vikings e que vai ser “o rei de Brigantia”.

“Temos um projeto de criar um campo céltico em Bragança onde vamos explorar as nossas raízes celtas e vamos dizer ao mundo, ao resto das nações celtas, que Trás-os-Montes também é celta. Vai ser um trabalho muito interessante, com a criação de um campo em tempos modernos onde as pessoas podem viver como os celtas viviam. É um campo experimental”, explicou a atriz ao Mensageiro.

Será “um museu vivo, onde as pessoas podem comer comida celta, que é muito transmontana, podem vivenciar a natureza, pois os celtas têm muitos deuses ligados às árvores, ao solo, à água”, disse ainda.

“Vamos mostrar aos povos do Norte as semelhanças que tivemos, em época pré-cristã”, frisou Ana Telmo Rocha, que tem alternado entre Bragança e o Reino Unido, onde mantém trabalhos no teatro.

A ideia surgiu de uma conversa com uma professora numa universidade irlandesa.

“Aconteceu estar a falar com uma professora de uma universidade irlandesa e ela disse-me que, se sou de Bragança, devo ser de uma tribo chamada Brigantes. Começou aí uma história, juntou-se imensa gente para fazer um projeto e, por acaso, temos um sítio que se chama Bragança, uma cidade que é capaz de ser Celta”, explicou Ana Telmo Rocha.

O primeiro espetáculo está previsto para 01 de maio. “Será o primeiro Beltain, o solstício de verão em Trás-os-Montes. Todos os anos queremos realizar um solstício de verão em Trás-os-Montes”, precisou.

Para além do ator Patrick McEvoy, integram o projeto um druida cantor e um violinista da London Orchestra Philarmonica. “Vieram cá uma vez e ficaram apaixonados por Trás-os-Montes”, conta Ana Telmo Rocha.

Esta ideia foi dada a conhecer ao Mensageiro durante o desfile de caretos e celebração das tradições do dia de Reis na aldeia de Salsas, no passado sábado.

Este ano, participaram 17 grupos de caretos de vários pontos do país e do estrangeiro, como Espanha e Irlanda, com um total de 156 mascarados.

“Criámos uma estrutura que representa as festas de inverno e do solstício. Foi um na omais animado, mais participação, com mais grupos (17). Foi um ano em que houve muita alegria e muitos chocalhos”, frisou Filipe Caldas, presidente da Associação dos Caretos de Salsas e percursor desta tradição. Este ano até veio um grupo irlandês. Tivemos um grupo de teatro a fazer um ritual, grupos de Trás-os-Montes, de Góis, de Espanha e um grupo da Irlanda”, frisou.

Ao contrário de anos anteriores, desta vez a figura que foi queimada era um símbolo celta e não um mascareto.

“Este símbolo é referente às festas de solstício de inverno, ligado aos rituais celtas”, explicou, e o desenho foi do ator irlandês Patrick McEvoy.

“É um ‘trisky’. Mudou ao longo dos anos. Aparentemente, os druidas utilizavam-na como uma jóia para alcançar a quinta dimensão. À medida que os anos foram passando, foram dizendo que era para simbolizar o poder das árvores e a união entre homem e natureza. O três é um número muito poderoso. Três árvores fazem uma pequena floresta”, explicou McEvoy.

O ator irlandês encontra “muitas semelhanças” entre os povos da Irlanda e de Portugal. “Acho que as duas culturas são muito parecidas. Gostamos de beber, de festejar, de comer. Os irlandeses não se apressam e os portugueses também não, têm o seu próprio ritmo”, frisou.

Filipe Caldas considera que esta tradição, que já tem decorre há 16 anos, tem contribuído para tornar a aldeia mais conhecida.

“Tivemos fotógrafos de vários pontos do país e do estrangeiro e isso é gratificante. Vieram americanos, ingleses, espanhóis, franceses, um casal de italianos que fazem parte da Unesco e isso é sinal de reconhecimento além fronteiras. Há pessoas que vêm a outras festas e dizem que queriam ver uma tradição mas só veem tascos, conjuntos e não chegam a ver o que queriam ver”, aponta.

Já o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, considera que esta festa “é um símbolo e ainda bem que tem havido a preocupação destas entidades em continuarem a valorizar esta iniciativa e esta componente identitária daquilo que é o nosso território”. Estas manifestações culturais no meio rural ajudam não só a preservar a tradição mas a valorizar o próprio território e a dinamizá-lo de uma forma diferente. Não é que seja um evento de massas mas trazem sempre outras pessoas de vários pontos do país, que apreciam este tipo de iniciativas e que, depois, acabam por transmitir e divulgar elas próprias aquilo que aqui se passa.

CONVENTO DE BALSAMÃO: UM NOVO RUMO PARA CENTENAS DE REFUGIADOS


Convento de Balsamão já acolheu cerca de 140 refugiados e migrantes de várias partes do mundo, sendo uma ponte para uma vida melhor 

As curvas e contracurvas para conseguir chegar ao topo Convento de Balsamão, no concelho de Macedo de Cavaleiros, podem simbolizar o caminho vertiginoso de quem agora ali mora. São cerca de 40 refugiados e migrantes que se viram obrigados a deixar o seu país à procura de uma vida melhor ou até para fugir à guerra. Tudo começou em Abril de 2022, quando o convento abriu portas para acolher um grupo de refugiados. O padre Eduardo Novo, diretor do espaço, estendeu os braços àquele que depois se veio a tornar uma estrutura de acolhimento temporário. Já passaram por ali cerca de 140 pessoas de várias partes do mundo, como Nigéria, Marrocos, Nepal, Índia, Argélia, Paquistão, Bangladesh. Ali já chegou a nascer um bebé, de uma família que é agora independente, mas que não esquece a ajuda. O Convento de Balsamão pode ser assim visto como um ponto de viragem na vida de muitos, como é o caso de Adeleke Abesin. É um dos refugiados que vive na estrutura. Tem 29 anos e é da Nigéria. No entanto, estava a estudar na Ucrânia quando o país entrou em guerra e foi obrigado a abandoná-lo. Conta que antes de chegar a Portugal, há seis meses, ainda esteve na Polónia. Com os amigos chegou a Balsamão, onde continua a ter aulas online para acabar o curso de Medicina. "O futuro aqui parece-me bem. Estou a estudar medicina e agora aguardo para fazer o exame final", disse. O objectivo é ficar por Portugal, onde quer ser médico. Aqui disse ter encontrado pessoas "muito boas" e comida também. Comunica com os restantes em inglês, embora um pouco difícil de entender, mas já sabe dizer algumas palavras em português, como "obrigada" e "comida". Já Lúcia Alves é migrante. Natural de Timor-Leste, veio com o marido à procura de uma vida melhor. "Vim para Portugal porque preciso de arranjar trabalho para sustentar a minha família", contou. Tem 23 anos e um problema de saúde impossibilita- -a de trabalhar, uma vez que está a fazer um tratamento. Ainda assim, realçou estar a gostar de viver no convento. "Estou muito contente e tenho muito orgulho, porque eu aprendo muito aqui. Aprendi a fazer comida portuguesa, aprendi português e história de Portugal", disse. Já vive ali há oito meses e confessa que é difícil não ter emprego, mas comida "não falta" e Balsamão também já é a sua "casa".

Acolhimento, integração e independência

O Padre Eduardo Novo explicou que o processo de acolhimento passa por várias fazes, desde o receber, proporcionando "bem-estar", "carinho" e "afecto", à oferta de formação, na "execução das tarefas, responsabilização e compromisso", mas também na aprendizagem do português e depois na procura de emprego e no acompanhamento depois de saírem dali. "Tem sido uma experiência muito interessante, sobretudo de dar oportunidade, de ajudar a transformar vidas, vidas que vêm à procura de melhores condições de vida e que nós aqui queremos ser este foco, que possamos ajudar a acolher", frisou. Por ali passam pessoas de diferentes países e, inevitavelmente, também diferentes culturas e religiões. Sendo ministro da Igreja Católica, Eduardo Novo admitiu que o contacto com diferentes religiões é "interessantíssimo". "É interessante este conjugar de vidas, com o mesmo olhar, de felicidade, que todos buscamos e é isso que Deus quer. Temos acolhido desde muçulmanos, a hindus, a cristãos. Obviamente que há diferenças culturais que se manifestam. Temos também essa sensibilidade. Por exemplo, um hindu não como carne de vaca às terças-feiras, um muçulmano não come porco, portanto, houve também a necessidade de nos adaptarmos a estas realidades", contou, acrescentando que a adaptação foi fácil e que a missão é formar "uma só família", para um "mundo cada vez melhor". Mas nem tudo é perfeito. Uma das grandes dificuldades é a comunicação. Poucos ou nenhuns sabem falar português, por isso, o inglês e o francês são a salvação. Ainda assim, aos poucos vão aprendendo a língua de Camões, uma vez que têm aulas de português todos os dias, mas também de História e Geografia. A coordenadora desta estrutura temporária de acolhimento reconhece que todos os dias é um "desafio constante", até porque ali se cruzam pessoas de variadíssimas culturas. Além do obstáculo da língua, Susana Magalhães conta que nem sempre é fácil "educar e formar pessoas" adultas. As regras são transmitidas "repetidamente". A responsável contou que muitos não sabiam usar os talheres, nem fazer a cama. Coisas básicas na cultura portuguesa, que são difíceis de assimilar para quem vem de fora. "Não sabiam usar um aspirador, não sabiam que o detergente da louça é diferente do que usa para limpar o pó, também não sabiam como fazer uma cama", disse. Outro dos problemas passa pela saúde. Susana Magalhães adiantou que há problemas de saúde oral, falta de vacinas e uso indevido de medicamento. A documentação é também um entrave. "Para os refugiados a documentação é muito ágil, a tramitação é muito mais fácil, mas nos migrantes tem sido um sacrifício enorme, porque os agendamentos com o antigo SEF estão super atrasados, há documentação que não chega", adiantou. A juntar-se a todas estas dificuldades está a de arranjar emprego. "É muito difícil arranjar trabalho para estas pessoas, pelo estigma que já se tem. Tivemos o caso de dois jovens marroquinos que tentaram encontrar em Bragança uma casa e pediram-lhe seis meses de caução. Isto significa que as pessoas não querem alugar a imigrantes". Assim, está já na calha um projeto para a criação de uma empresa que dê trabalho remunerado a estas pessoas, por exemplo, na limpeza das ruas ou até na criação de uma gelataria no Azibo.

 

Jornalista: Ângela Pais

Retirado de: www.jornalnordeste.com

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

OUTROS NATAIS


Nesta quadra natalícia reuni grande parte da minha família mais próxima, o que me transportou para a minha infância em São Paulo, Brasil.  

Recordo-me, com imensas saudades, da noite de consoada e do dia de Natal, com a azáfama dos adultos e a ansiedade das crianças.

Ainda acreditávamos no Menino Jesus. Era ele que nos deixava na meia o nosso presente. Tudo era magia. Tudo era Alegria e amor.

Riamo-nos por tudo e por nada. Divertíamo-nos com pequenas coisas. Jogávamos cartas, damas e xadrez. A batalha naval era dos nossos jogos preferidos.

Levávamos tudo muito a sério e não havia batotas. Quem ganhava, ganhava e pronto. Quem não concordasse tinha de provar que tinha razão. Normalmente, o resultado mantinha-se e a paz regressava à sala.

Ao chamamento da minha mãe ou do meu pai, “Está na mesa!”, respondíamos prontamente, crianças, adolescentes e adultos, com a boca a salivar.

Nada faltava. A tradição portuguesa aliada à brasileira enchia a mesa com os mais saborosos pratos. Ninguém ficava indiferente às cores, aos sabores e à diversidade que resplandeciam na toalha branca de linho com os guardanapos a combinar. A melhor louça, os copos a reluzir, os talheres imaculados…

Todos à mesa, sentados nos lugares previamente marcados, com os olhos a rebrilhar, aguardávamos.

Fazia-se silêncio. Apenas o barulho dos talheres nos pratos. Lentamente, voltava o burburinho, o riso, as gargalhadas… Todos falávamos com todos, a fome já saciada.

Tínhamos o hábito de interromper a refeição para ir à Missa do Galo à igreja, na Praça. Era uma corrida pelos casacos, pelos sapatos… Imperava o calor. Esqueciam-se os casacos, calçavam-se os ténis, os mais velhos, os sapatos de festa. Às vezes ficávamos a assistir na televisão diretamente do Vaticano. “Mas não era a mesma coisa.” Dizia a minha mãe.

Por breves momentos, os mais velhos sentiam saudades da Terrinha, do frio que lá fazia em contraponto com o calor brasileiro, dos pais e avós… Tremelicavam nos olhos algumas lágrimas. Uma ou outra escorriam pela face. Depressa se escondiam no lenço branco sacado do bolso ou no braço desembaraçado a secar o rosto.

Todo o ritual demorava cerca de hora e meia, incluindo o “beijar o menino”. Faladores e ligeiros, regressávamos a casa para a segunda parte da refeição e a festa continuava até altas horas da manhã.

Degustávamos com prazer o polvo e o bacalhau fritos, os bolos de bacalhau, o folar, que a minha mãe fazia sempre em dias de festa, as maravilhosas sobremesas da minha mãe que incluíam o arroz doce, a aletria e as filhoses à moda de Trás-os-Montes, as rabanadas, o pudim de leite condensado, o manjar de coco queimado, o pavê de pêssego, o panetone…

As saudades são muitas. A tristeza, mais leve. Já foi pesada, dorida, mas isso fica para outras histórias.


TEXTO E FOTOS DE MARIA CEPEDA        

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Museus e Monumentos de Bragança ficam com gestão do Estado (29/12/23 POR LUSA)

 


Os equipamentos culturais e monumentos propostos para gestão dos municípios de Bragança e de Miranda do Douro ficam, afinal, sob gestão do Estado, esclareceu hoje à Lusa o Ministério da Cultura.

29/12/23 POR LUSA

CULTURA BRAGANÇA

    reorganização anunciada para museus e monumentos em junho teve forte contestação no distrito de Bragança, com os autarcas dos dois concelhos transmontanos a rejeitaram a transferência destas competências.

    O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, apresentou nessa altura a criação de duas novas entidades, a entrar em funções no início do próximo ano.

    Uma delas é a Museus e Monumentos de Portugal, "uma entidade pública empresarial responsável pela gestão dos museus, monumentos e palácios nacionais", pode ler-se na página oficial da internet do ministério.

    Foi ainda criado o instituto público chamado Património Cultural, "que tem como objetivo a salvaguarda, investigação, valorização e divulgação do património imóvel e imaterial", explica-se na mesma nota.

    Em resposta às questões colocadas via correio eletrónico, o Ministério da Cultura detalhou à Lusa que o Museu do Abade de Baçal (Bragança) e o Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro), ficam a partir de 1 de janeiro sob gestão da Museus e Monumentos de Portugal.

    Já a Domus Municipalis e o castelo da cidade de Bragança passam na mesma data para o Património Cultural.

    Contactado pela Lusa, o presidente da câmara municipal de Bragança, Hernâni Dias, mostrou-se satisfeito.

    "Era a solução que defendíamos. (...) A vitória é sempre aquela que faz com que o nosso território não seja desvalorizado", afirmou o autarca. 

    "Defendemos os interesses do nosso concelho, do nosso distrito e da nossa região. (...) E quando sentimos que há propostas que vão contrariar essa intenção, obviamente que lutamos contra elas", disse ainda Hernâni Dias.

    A posição é acompanhada por Helena Barril, autarca de Miranda do Douro.

    "Estamos muito satisfeitos com esta decisão por parte do Governo. Faz, sobretudo, justiça a esta zona do país. Valeu a pena toda a nossa união em torno desta causa. É um reconhecimento para as entidades e para o Museu Terra de Miranda (...), declarou a presidente.

    Para Jorge da Costa, diretor do Museu Abade de Baçal, o anúncio também foi "uma grande alegria".

    "São dois espaços culturais emblemáticos [o museu e a Domus Municipalis] e desta importância nacional. Garantirá a continuidade de todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido".

    A Lusa tentou uma reação da diretoria do Museu Terra de Miranda, mas sem sucesso.

    Após o anúncio desta intenção, várias foram as manifestações contra na região. Além das autarquias e das direções dos equipamentos culturais em causa, outras vozes discordantes se juntaram, como a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes ou o Movimento Cultura da Terra de Miranda, que se mostraram descontentes com a passagem, que não chegou a acontecer, da gestão para os municípios, que consideraram uma desqualificação do património.

 Retirado de: www.noticiasaominuto.com

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

TRANSMONTANOS AINDA MANTÊM HÁBITOS DE NATAL NO COMÉRCIO LOCAL Qua, 27/12/2023


Em Trás-os-Montes apesar da inflação, há produtos de Natal que não podem ficar por comprar

Um estudo do Instituto Português de Administração de Marketing concluiu que 60% dos portugueses iriam gastar menos este ano em compras de Natal.
Na região transmontana, as opiniões dos proprietários de comércios locais dividem-se perante este estudo. Para uns, a situação “não é tão má quanto o espectável”, mas, para outros, “é terrível”.

Em Bragança, horas antes da habitual troca de prendas nas casas dos familiares, ainda se sentia a azáfama das compras feitas à última da hora, como manda a tradição.

Dalila Luso, proprietária de uma drogaria na rua Almirante Reis, contou que no princípio do mês de Dezembros “esperava-se uma véspera muito má para as vendas”, no entanto, com o aproximar do dia de Natal, “os portugueses deixam tudo para a última da hora”. “Nesta última semana antes do Natal ainda movimentamos alguma coisa. As pessoas fazem sobretudo compras online nos últimos anos e, quando não encontram aquilo que querem na internet, passam aqui na drogaria”, acrescentou Dalila.

Metros mais abaixo, numa sapataria, a opinião não se manteve tão positiva em relação à da vizinha da drogaria. Luís Ferreira, gerente do estabelecimento, falava de “poucas vendas e pouco movimento de pessoas pelas ruas”. “Os horários das grandes superfícies vieram destruir o comércio local. Além disso, a falta de estacionamento aqui no centro da cidade, em relação ao estacionamento gratuito nas grandes superfícies, também não vem ajudar o nosso negócio”, disse Luís Ferreira.

Entre roupas, brinquedos, perfumes ou joias, há quem prefira uma prenda mais original, com um toque praticamente personalizado. Mário Ortega é proprietário de uma loja com produtos à base de madeira alusivos, sobretudo, a temas relacionados com a região de Trás-os-Montes. “Estamos a sentir que as pessoas se vão distribuindo um bocadinho nas suas compras. Uns optam por peças alusivas ao Natal e outras por aquilo que podem ser as peças compradas em qualquer altura do ano. Os que querem comprar várias prendas optam pela coleção de Natal porque são um pouco mais baratas”, explicou Mário Ortega.

No entanto, entre as várias prendas que se podem encontrar num presépio, há uma que nunca passa de moda e continua a ser valorizada apesar da digitalização ter tomado conta do dia-a-dia.

Os livros, segundo Casimiro Fernandes, proprietário de uma livraria junto à Praça da Sé, “continua a ser uma prenda de ocasião e sobretudo de tradição”. “Há pessoas que ainda têm bom gosto e boa leitura. Sabem aquilo que compram e optam pelo comércio local. Há quem venha de fora e acabam por comprar aqui, nas papelarias locais para oferecerem um livro àqueles que ainda cultivam o hábito de terem um livro na mesinha de cabeceira”, contou Casimiro Fernandes.

 

Em Miranda do Douro “não se veem tantos espanhóis” antes do Natal

Com a fronteira mesmo ao lado e a partilha de costumes, manda a tradição que em Miranda do Douro, com a chegada da quadra natalícia, os espanhóis procurem as suas prendas na cidade vizinha.

Mas, este ano, segundo os proprietários dos comércios locais, a situação piorou drasticamente e já nem se sente a presença da língua espanhola a pronunciar-se pelas ruas. “Este ano está a ser um fracasso, porque parece que os emigrantes não vieram à terra e os espanhóis não aparecem. Estamos numa cidade isolada e isso só tem vindo a piorar todos os anos”, disse António Pires, proprietário de um comércio em Miranda do Douro.

Também José Raposo, gerente de uma loja conta que, pelos últimos dias, vão vindo mais algumas pessoas, “mas praticamente o mesmo dos outros anos. “Quem não comprava antes desta crise também não compra agora. Ainda se vão vendo alguns espanhóis, mas muito poucos em relação aos anos anteriores. Vamos ver se para os Reis eles voltam”.

Num outro ponto da cidade mirandesa, Alfredo Delgado é proprietário de uma loja de produtos artesanais, aberta há apenas dois anos. “Infelizmente este ano não temos visto mais pessoas nesta época das festas. Está a acontecer o inverso e temos cada vez menos clientes, por incrível que pareça não temos mais gente por ser Natal. Vão passando espanhóis mas não entram”, disse Alfredo Delgado.

“O polvo está ao mesmo preço, mas as pessoas não compram”

Para a ceia de Natal, há quem prefira o bacalhau, mas também são muitos os que preferem polvo, sobretudo na região.

Por esta altura, os preços são os mesmos do ano passado, mas a procura tem diminuído bastante, “porque não há dinheiro”.

Quem o diz é Cármen Cassiano, vendedora ambulante de peixe fresco, que percorre diariamente várias aldeias nos concelhos de Mirandela e Vinhais, explicando que, os consumidores, “apertaram o cinto ao ponto de não conseguirem apertar mais”. “A diferença foi gigante em relação aos anos anteriores no que diz respeito às vendas do polvo. As pessoas têm achado tudo caro porque há definitivamente pouco dinheiro e não dá para tudo”, explicou Cármen.

Em relação aos preços do polvo, a proprietária da peixaria explicou que “os valores variam muito”. “Nas polveiras entre dois a três quilos vendi por 16,50€, a partir disso era a 18€ e naqueles polvos muito grandes vendi por 20 euros”. “O facto de vender polvo fresco também encarece o produto, mas para quem compra e gasta o dinheiro prefere sempre ter mais qualidade na mesa de Natal”, rematou.
No entanto, apesar da subida de preços “há determinados produtos que não podem faltar na mesa dos portugueses”.

Esta é um das principais frases ouvidas pelas ruas, entre aqueles que entram e saem das lojas, pastelarias e peixarias, como é o caso de Rita Fonseca, que “não descarta o polvo e o bacalhau”. “Não poupamos na comida, mas depois tentamos apertar nas prendas que damos às pessoas e não oferecemos coisas de valores muito elevados”, explicou a cliente natural de Mirandela.

Na correria das horas que passavam antes do Natal e no momento de rechear a mesa para brindar os que mais amam, os transmontanos não fecharam os bolsos perante a inflação atual, sobretudo nos ingredientes principais da quadra festiva: o amor e a fé.

Jornalista: Daniela Parente

Retirado de: www.jornalnordeste.com


FELIZ ANO DE 2024!

    Que o início deste ano de 2024 tenha sido repleto de carinho e amor, rodeados por quem mais amam e os ama num ambiente de Paz que tão necessária é.

    Desejamos que os nossos amigos e familiares possam usufruir do melhor que o mundo tem, ao gosto de cada um.

    Que a felicidade de um dia de radioso sol possa repetir-se todos os dias, agradavelmente enredados no seu ténue calor.

    Que o azul deste céu de Trás-os-Montes se reflita nos sonhos de cada um de nós.

    Obrigado por nos continuarem a acompanhar.

    Feliz 2024!








Fotos: Maria Cepeda e Eduardo Claudino