terça-feira, 31 de agosto de 2021

Hélia Correia vence Prémio Literário Guerra Junqueiro 2021

Galardão é entregue no Festival Internacional de Literatura de Freixo e distingue ainda mais oito autores da lusofonia

Olga Telo Cordeiro (jornalista)


O Prémio Literário Guerra Junqueiro deste ano vai ser atribuído à escritora Hélia Correia. 



A autora é a quinta distinguida com o galardão instituído pelo FFIL – Freixo Festival Internacional de Literatura, que acontece em Freixo de Espada à Cinta e que tem como patrono Guerra Junqueiro. 

Avelina Ferraz, curadora do prémio literário, explicou que a escolha recaiu em Hélia Correia por refletir a influência do escritor natural de Freixo, tanto na parte literária como no discurso poético da sua obra.

“Encontramos a poesia de Guerra Junqueiro em Hélia Correia. Todos os aspectos poéticos da sua prosa também são identificáveis com Guerra Junqueiro, bem como tudo aquilo pelo qual a literatura de ambos se debate, o aspecto doutrinário e humanista, mas também o lírico filosófico”, sublinhou.

Desde o ano passado, o FFIL também premeia escritores de países lusófonos.

“O legado de Guerra Junqueiro é e continuará a ser uma fonte de inspiração para a formação de muitos poetas e escritores do século XX e XXI. E enquanto assim for, podemos celebrar em pleno a língua portuguesa. O Prémio Literário Guerra Junqueiro, que em 2020 foi alargado à Lusofonia, é um importante contributo para um movimento criador de uma união cultural lusófona e responsável”, reitera Avelina Ferraz.

Depois de em 2020 terem sido agraciados sete autores de países de língua oficial portuguesa, este ano, o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia chega a mais dois países.

“Faltava a Guiné Equatorial e Timor Leste e este ano cumprimos essa missão, de entregar o prémio em todos os países da lusofonia”, afirmou.

Xanana Gusmão é o distinguido em Timor Leste e Agustín Nze Nfumu na Guiné Equatorial. Albertino Bragança de São Tomé e Príncipe, Vera Duarte Pina de Cabo Verde, Abraão Bezerra Batista do Brasil, Abdulai Sila da Guiné-Bissau, Luís Carlos Patraquim de Moçambique e João Tala de Angola completam a lista dos agraciados.

A presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta e anfitriã do Prémio Guerra Junqueiro

em Portugal, Maria do Céu Quintas, destaca que “ter Guerra Junqueiro como filho da terra é, por si só, motivo de orgulho” e que “perceber que existe uma ligação afectiva e efectiva ao património das letras e da cultura das palavras, torna esta missão cultural ainda mais desafiadora junto das comunidades na diáspora”.


Retirado de www.jornalnordeste.com


A TERCEIRA MARGEM - Ernesto Rodrigues

 

Depois de lermos o último romance de Ernesto Rodrigues, o excelentíssimo "A Terceira Margem", só nos apetece ler mais e mais.
Não conseguimos parar de ler esta "saga" de tantas gerações onde a história ficcional se confunde com a história real.
Só o Professor Doutor Ernesto Rodrigues seria capaz de nos oferecer esta narrativa sem mácula, capaz de nos conduzir pelas suas veredas sinuosas, obrigando-nos a pensar, a ir mais além. 
Ernesto Rodrigues não é linear. Gosta de levar os seus leitores por caminhos difíceis mas apelativos, que nos forçam a seguir a intrincada trama que tão bem desenvolve.

Parabéns Amigo por mais este fabuloso livro.

Maria e Marcolino Cepeda


RESUMO

O presente romance é uma obra que tem por protagonista uma família, os Álvares Cabral, que a coincidência dos apelidos liga ao grande navegador. O romance ficciona sete gerações de uma família luso-brasileira (com pozinhos de Europa Central) e desenrola-se entre o passado distante de 1756 e o futuro já tão próximo de 7 de Setembro de 2022, ano em que se comemorará o bicentenário do grito do Ipiranga.

Nestes 266 anos, ergue-se dinastia com raízes no navegador Pedro Álvares Cabral e em desembargador na Casa da Suplicação centrada no avô (1870-1966) do narrador, em defesa da dignidade humana, margem que recusa a escravatura, a pena de morte, os aljubes do pensamento. Momentos altos e figuras maiores de aquém e além-Atlântico, com a presença especial de Machado de Assis, aproximam-nos de uma História comum que esta prosa singular também celebra.