Nos
últimos 10 anos, Trás-os-Montes caiu ainda mais na percentagem de produção
nacional.
O peso de Trás-os-Montes na produção nacional de
azeite passou de 30 % para 16 % na última década. A região continua a ser a
segunda maior produtora neste sector, mas tem perdido cada vez mais terreno
para o Alentejo. Os dados foram avançados no encontro das Cooperativas
Olivícolas, que decorreu dia 12, em Macedo de Cavaleiros.
Segundo a secretária Geral da Federação Nacional das
Cooperativas Agrícolas e Olivicultores, a FENAZEITES, Patrícia Falcão, o
Alentejo tem apostado cada vez mais nesta cultura. “Não significa que a
produção de azeite [em Trás-os-Montes] tenha descido muito, o que acontece é
que, no resto do país, nomeadamente no Alentejo, a produção subiu imenso, daí a
quebra nos valores de produção de 2007 para 2016 e da representatividade que
passou de 30% para 16% no total nacional. A principal causa é mesmo o grande
aumento de produção no Alentejo”, destacou. Já o Alentejo, o maior produtor
nacional, é actualmente responsável por 71% da produção nacional, quando, em
2007, produzia 45%.
Perante este cenário o Secretário-Geral da Confagri,
Francisco Silva, entende que “combater o Alentejo em quantidade é muito difícil
ou até mesmo impossível” e por isso a aposta dos olivicultores transmontanos
tem de ser na qualidade. “É necessário melhorar cada vez mais e promover a
qualidade, os métodos de produção, o tratamento nos lagares, a apresentação dos
produtos, o marketing, ou seja, um conjunto de actividades que têm que estar
sempre activas, fazendo também uso das novas tecnologias e da comunicação
social”, considera.
O encontro promovido pela FENAZEITE em parceria com
a Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros serviu ainda para discutir a PAC
(Política Agrícola Comum) pós 2020. O ex-ministro da agricultura, Arlindo
Cunha, avançou que estão previstos ajustamentos na distribuição dos apoios aos
agricultores. “Vai haver uma continuidade da política actual mas vai haver
ajustamentos sobretudo no sentido de que a distribuição dos apoios da PAC seja
mais equitativa e justa principalmente no pagamento directo aos agricultores.
Haverá uma maior preocupação em relação ao mundo rural que está muito doente,
em toda a Europa mas sobretudo em Portugal”, afirmou o antigo governante.
Escrito
por: Jornalista Olga Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com
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