Unidade
de Vinhais abrirá em breve ao fim de 8 anos e as de Bragança e Mirandela
conseguem contratos para vagas remanescentes.
O
distrito de Bragança vai ter disponíveis este ano mais 65 camas em unidades de
cuidados continuados, financiadas pela Administração Regional de Saúde do Norte
e pelo Instituto da Segurança Social.
Passados
quase 10 anos, a Unidade de Cuidados Continuados de Vinhais vai entrar em breve
em funcionamento. A Santa Casa da Misericórdia de Vinhais foi contemplada com
financiamento para 20 vagas.
Esta
é considerada uma boa notícia pelo provedor da instituição, já que se trata de
uma ambição com cerca de uma década, estando o edifício pronto há mais de 8
anos. “É um desejo de há 10 anos, tanto a misericórdia como a autarquia tudo
têm feito para que isso fosse uma realidade há mais tempo. Infelizmente isso
não aconteceu, mas diz o ditado que vale mais tarde do que nunca e veio agora
ainda bem”, afirmou António Alberto Rodrigues. No entanto, o responsável
lamenta que não tenha sido possível conseguir os acordos de cooperação mais
cedo, até porque a infra-estrutura já necessitou de obras, por estar encerrada.
“Tem todas as condições, ultimamente temos andado em obras, até porque há 10
anos não era preciso coisas que agora são, como o oxigénio em todos os
quartos”, afirma, admitindo que “uma casa fechada tem muito mais despesa que
aberta, a manutenção agora foi muito maior do que se estivesse a funcionar”.
António Alberto Rodrigues recorda ainda que o espaço foi vandalizado, tendo os
vidros sido partidos e os aquecedores roubados. A Santa Casa da Misericórdia de
Vinhais já investiu cerca de 80 mil euros na requalificação do espaço nos
tempos mais recentes.
O
responsável da instituição espera agora que dentro de 3 a 4 meses seja possível
abrir finalmente a unidade. Mas antes ainda vai ser preciso comprar
equipamentos, o que só será possível com apoio, devido à situação financeira da
instituição. “Vamos ter de pedir ajuda, a santa casa há 10 anos tinha uma
situação financeira bastante boa, só que a unidade deu cabo dos nossos
orçamentos. Nós tivemos de fazer um empréstimo bancário para pagar a dívida de
750 mil euros ao empreiteiro, desde há quatro anos já pagámos 250 mil euros,
tem sido bastante difícil gerir esta situação porque pagamos 5 mil euros todos
os meses”, salientou.
As
obras que transformaram, em 2009, o antigo Centro de Saúde de Vinhais numa
Unidade de Cuidados Continuados custaram cerca de 1,5 milhões de euros. Um
investimento que deverá nos próximos meses entrar em funcionamento, com a
atribuição de financiamento a 20 camas na modalidade de cuidados de longa duração,
o que se traduzirá num apoio que deve ascender a quase 922 mil euros, ao longo
de três anos.
Completar
a oferta já instalada
Com
o alargamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados, também as unidades
integrada nas Santas Casas da Misericórdia de Bragança e de Mirandela, que vão
poder disponibilizar as vagas não utilizadas desde a inauguração daquelas
unidades em 2014. No caso da Unidade de Cuidados Continuados de Bragança, foram
assinados já sexta-feira os contratos para o financiamento de 15 camas. “Esta
unidade foi dimensionada para 60 camas, quando ficou concluída o governo da
altura apenas protocolou com a instituição 40 camas, ficaram 20 camas
instaladas, mas sem ocupação. É evidente que com todo o prejuízo financeiro da
instituição e também das pessoas do concelho que ficaram privadas de 20 vagas
que poderia ocupar em caso de necessidade”, salientou o provedor da Santa Casa
da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves.
O
provedor garante que está tudo pronto para que a nova ala entre em
funcionamento já a partir da próxima semana e acredita que, a par das restantes
vagas atribuídas ao distrito, estas camas vão ajudar a dar resposta à elevada
procura nesta área. “Temos manifestação de vontade de utentes que estão noutras
unidades, alguns que estão noutras unidades e alguns que ainda estão no
hospital e até em casa, com mais de 90 dias”, referiu. A ampliação do serviço
vai implicar a criação de mais 12 postos de trabalho. Eleutério Alves estima
que já esta semana será possível receber pacientes na modalidade de média
duração no espaço até agora fechado.
E
por Mirandela vão ser recebidas mais 12 camas, na UCC integrada no edifício do
hospital privado “Terra Quente” que tem 43 vagas e tinha apenas acordos para 30
dessas camas (20 de longa duração e 10 de média).
Esta
decisão acaba com o problema que se arrastava desde há mais de 3 anos e que
resultava em prejuízos mensais a rondar os 8 mil euros para a administração da
Santa Casa. No total, a ARS Norte e o Instituto de Segurança Social vão
financiar, anualmente, em cerca de 386 mil euros as 12 camas da UCC de
Mirandela.
Foram
ainda atribuídas 18 camas à Unidade Local de Saúde do Nordeste na modalidade de
unidade de convalescença, o que perfaz um total de 65 novos acordos de
cooperação para o distrito de Bragança.
Escrito
por: Jornalista Olga
Telo Cordeiro
Retirado de www.jornalnordeste.com
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