sábado, 22 de fevereiro de 2014

Trás-os-Montes ganha mais um sítio classificado, o Cabeço da Mina


O Cabeço da Mina, no concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, acaba de ser classificado Sítio de Interesse Público, num processo com quase duas décadas para reconhecimento do lugar considerado dos mais importantes achados da pré-história portuguesa.

A decisão do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, foi hoje publicada em Dário da República, e realça a importância deste sítio arqueológico que se julga tratar-se de um santuário pré-histórico, datável do Calcolítico, da Idade inicial do Bronze, entre 2000 a 1800 antes de Cristo.

O Cabeço da Mina situa-se numa pequena elevação no vale da Ribeira da Vilariça e há várias décadas que tem despertado o interesse dos arqueólogos, tendo-se iniciado em 1997 o processo de pedido de classificação do mesmo.

O fértil Vale da Vilariça, em Trás-os-Montes, é conhecido pela "notável aptidão agrícola propícia ao estabelecimento de populações, desde a época pré-histórica", segundo a descrição que sustenta a classificação deste sítio.

O Cabeço da Mina será um vestígio desta antiga ocupação e os trabalhos arqueológicos que ali têm sido realizados "deram a conhecer um importante alinhamento de estelas decoradas, tendencialmente retangulares, que deveriam circundar todo o cabeço ainda não explorado na totalidade".

A decisão de classificação sustenta que "a importância deste sítio, interpretado como espaço de caráter sagrado, se relaciona não só com o tipo de implantação e potencial arqueológico que ainda possui, como com a quantidade relevante destes exemplares, o mais numeroso conjunto proveniente de uma só estação, e um dos mais importantes da Península Ibérica".

A secretário de Estado concluiu que o Cabeço da Mina reúne todos os critérios para ser classificado Sítio de Interesse Público pelo "interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso, a sua importância do ponto de vista da investigação histórica e científica e pelas circunstâncias suscetíveis de acarretarem diminuição ou perda da sua perenidade ou integridade".

Também hoje foi publicado em Diário da República a abertura do processo para a classificação de outro monumento no distrito de Bragança, a Torre do Relógio em Alfândega da Fé.

O procedimento visa a classificação como Imóvel de Interesse Municipal com a categoria de monumento, e parte da iniciativa da Câmara de Alfândega da Fé.

A partir deste momento, o imóvel beneficia de uma zona de proteção especial que impede a concessão de licenças para obras de construção ou para intervenções no bem sem parecer favorável da administração do património cultural competente.

Quem tiver algo a opor a este processo de classificação da Torre do Relógio de Alfândega da Fé pode reclamar ou interpor recurso no prazo de 15 dias, a partir de hoje.


Retirado de www.diariodetrasosmontes.com

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