No dia em que Bragança celebra 550 anos de cidade, por carta de foral de D. Afonso V, dada em Ceuta, a pedido do primo, e segundo duque, D. Fernando I, deixo um último excerto - a parte final - do romance «A Casa de Bragança»:
Inês absorve o seu no meu rosto, resumindo a felicidade daquelas horas irrepetíveis. Titila nos lábios um desejo.
− Olha, papá!
Enfim, um vocativo b...em calhado. Por adequação, ou falta dela, retirara o colar de ouro fino.
− É teu, mamã.
− Não. Passou o tempo.
− O tempo não passa por ti – galanteio.
− É teu, minha filha.
Clotilde seguia a cena como jornalista que era, para refazer a peça, incluindo a prosa do velho Afonso Rodrigues, e a minha, tão precisada de revisão. Só assim, como acabava de se dar com ela, adquiríamos uma identidade. Se eu e homónimo, narradores, nos tornávamos suas personagens, ela sabia bem como eu distinguia jornalismo e literatura, mau grado as relações entre as duas artes. No meio, cuidado com as contingências da História.
Respondo à interjeição:
− Homens bons e boas donas vêm festejar 550 anos de cidade na Domus Municipalis.
Convergiam para aqui mil povos, longe do fato preto, da gravata preta, dos sapatos pretos, da camisa branca de 1964.
Entre Inês e Clotilde, dona Inês à direita, enlaçamo-nos. E, num rompante, eufórico:
− Parabéns, filha, minha nova cidade, pelo teu aniversário!
Todos, em coro:
− Parabéns, Bragança!
Inês absorve o seu no meu rosto, resumindo a felicidade daquelas horas irrepetíveis. Titila nos lábios um desejo.
− Olha, papá!
Enfim, um vocativo b...em calhado. Por adequação, ou falta dela, retirara o colar de ouro fino.
− É teu, mamã.
− Não. Passou o tempo.
− O tempo não passa por ti – galanteio.
− É teu, minha filha.
Clotilde seguia a cena como jornalista que era, para refazer a peça, incluindo a prosa do velho Afonso Rodrigues, e a minha, tão precisada de revisão. Só assim, como acabava de se dar com ela, adquiríamos uma identidade. Se eu e homónimo, narradores, nos tornávamos suas personagens, ela sabia bem como eu distinguia jornalismo e literatura, mau grado as relações entre as duas artes. No meio, cuidado com as contingências da História.
Respondo à interjeição:
− Homens bons e boas donas vêm festejar 550 anos de cidade na Domus Municipalis.
Convergiam para aqui mil povos, longe do fato preto, da gravata preta, dos sapatos pretos, da camisa branca de 1964.
Entre Inês e Clotilde, dona Inês à direita, enlaçamo-nos. E, num rompante, eufórico:
− Parabéns, filha, minha nova cidade, pelo teu aniversário!
Todos, em coro:
− Parabéns, Bragança!
Do romance "A Casa de Bragança", de Ernesto Rodrigues
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