terça-feira, 20 de março de 2018

PRIMAVERA



Devagar, devagarinho,
Vai chegando a primavera.
Vem muito de mansinho
Quem há muito se espera
Mas vem para ficar
Pois é tempo de semear.
Ventosa e arisca, mas não breve,
como quem marca posição,
trouxe com ela granizo e neve
chuva também, nunca verão.

Sabemo-la benfazeja e florida.
Que abrilhante a nossa natureza
 E que tudo resplandeça de vida.
O verde primaveril estende a sua beleza
Cobrindo, com leve manto, duendes e fadas
Que laboriosamente, colhem flores em braçadas
Para entregar aos meninos e meninas,
Com olhos de sonho, onde se reflete o sol.
Com o seu leve toque de sedas finas
Envolve os mais pequeninos, num enorme lençol.

É primavera! Vem esbaforida e gaiteira
Como tela colorida numa qualquer prateleira
De um quarto de menina ou em qualquer museu.
Parece que o inverno, não quer ir embora não.
Que fazer? Vamos lá! Chegou a hora, pois então?
Agora a casa é dela. Nada se pode fazer.
Faz a mala, vai andando. Agasalha-te que está frio.
O calor tarda a chegar. Fecha o quarto que foi teu.
Deixa a primavera entrar, não vá o campo ficar vazio.
Também o outono se foi quando o inverno chegou
De luvas e cachecol, de sobretudo e galochas.
E logo fez frio e vento e chuva e levemente nevou
E toda a bicharada: formigas, abelhas, lesmas, carochas…
Foi dormir aconchegada na sua fofa caminha
Que isso de andar ao relento, não tem piada nenhuma.
E ela vem fria, agora. Amanhã… amanhã é um novo dia!


MARIA CEPEDA (poema e fotos)

Sem comentários:

Enviar um comentário