Vai
chegando a primavera.
Vem
muito de mansinho
Quem
há muito se espera
Mas
vem para ficar
Pois
é tempo de semear.
Ventosa
e arisca, mas não breve,
como
quem marca posição,
trouxe
com ela granizo e neve
chuva
também, nunca verão.
Sabemo-la
benfazeja e florida.
Que
abrilhante a nossa natureza
E que tudo resplandeça de vida.
O
verde primaveril estende a sua beleza
Cobrindo,
com leve manto, duendes e fadas
Que
laboriosamente, colhem flores em braçadas
Para
entregar aos meninos e meninas,
Com
olhos de sonho, onde se reflete o sol.
Com
o seu leve toque de sedas finas
Envolve
os mais pequeninos, num enorme lençol.
Como
tela colorida numa qualquer prateleira
De
um quarto de menina ou em qualquer museu.
Parece
que o inverno, não quer ir embora não.
Que
fazer? Vamos lá! Chegou a hora, pois então?
Agora
a casa é dela. Nada se pode fazer.
Faz
a mala, vai andando. Agasalha-te que está frio.
O
calor tarda a chegar. Fecha o quarto que foi teu.
Deixa
a primavera entrar, não vá o campo ficar vazio.
Também
o outono se foi quando o inverno chegou
De
luvas e cachecol, de sobretudo e galochas.
E
logo fez frio e vento e chuva e levemente nevou
E
toda a bicharada: formigas, abelhas, lesmas, carochas…
Foi
dormir aconchegada na sua fofa caminha
Que
isso de andar ao relento, não tem piada nenhuma.
E
ela vem fria, agora. Amanhã… amanhã é um novo dia!
MARIA CEPEDA (poema e fotos)
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