Projecto musical baseia-se na obra de Giacometti e
redescobre as aldeias de Parada e Gimonde, no concelho de Bragança, recuperando
tradições musicais.
O legado musical do etnomusicólogo francês Michel
Giacometti está na origem do “Lapantim”. Um projecto idealizado por Pedro
Cepeda, depois de ver o programa “Povo que Canta”.
“O episódio era dedicado às aldeias de Parada e
Gimonde e lembrei-me de juntar alguns músicos com quem já tinha trabalhado
noutros projectos, neste caso o Cristiano e o Ruben. Fomos à procura do legado
deixado pelo Giacometti e juntámos outro tipo de recolhas feitas pelos músicos
nos locais. O Cristiano sugeriu que se juntasse uma voz feminina e escolhemos a
Tânia”, contou Pedro Cepeda.
Cristiano Ramos, Ruben Santos e Tânia Pires dão voz
ao Lapantim. Depois da recolha feita na aldeia de Parada foi a vez de Gimonde,
no domingo passado. O Lapantim pretende criar laços com o passado através da
música, dando voz a quem habita nas aldeias, e reinventado sonoridades. A
guitarra eléctrica, o acordeão, a flauta ou o shruti box são os instrumentos
tocados pelos três músicos.
“Para nós, este projecto é um acto de partilha, de
valorização da identidade e da memória do povo transmontano através da música”,
explicou Pedro Cepeda. O primeiro resultado da recolha feita nas aldeias é
mostrado já esta quarta-feira, dia 28 de Fevereiro, no Bar Praça 16, em
Bragança, e é dedicado a Parada. No dia 26 de Março é a vez de Gimonde.
O Lapantim não fica por aqui pois o grupo está a
pensar numa segunda fase em fazer recolhas em outras aldeias transmontanas, por
onde Giacometti passou, como são os casos de Tuizelo, no concelho de Vinhais,
ou S. Martinho de Angueira, em Miranda do Douro.
Giacometti chegou a Portugal em 1959 e viveu em
Bragança, onde estudou o Nordeste Transmontano, gravou músicas tradicionais,
trabalho incluído no programa “Povo que Canta”.
Escrito
por Jornalista: Susana
Madureira
Retirado de www.jornalnordeste.com
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