Um
conjunto de jovens voluntários europeus plantou cerca de cinco mil árvores
autóctones na área sul do Parque Natural do Douro Internacional, para minimizar
os efeitos "nefastos" dos incêndios, disse hoje à Lusa fonte ligada à
iniciativa.
Os trabalhos de plantação das árvores estão
inseridos no projeto transfronteiriço "Life Rupis" e vão prolongar-se
até 2019.
"A zona sul do PNDI foi muito atingida pelos
incêndios do último verão e com a plantação destas cinco mil árvores está-se a
contribuir para minimizar os danos causados nos habitats deste território
protegido", explicou o coordenador do projeto "Life Rupis",
Joaquim Teodósio.
O projeto, que tem em vista a conservação do
britango e da águia perdigueira, é uma iniciativa coordenada pela Sociedade Portuguesa
para o Estudo das Aves e tem como parceiros a Associação Transumância e
Natureza, a Palombar, a GNR/SEPNA, a Fundación Patrimonio Natural de Castilla y
León, a Vulture Conservation Foundation, o Instituto da Conservação da Natureza
e Florestas e a Junta de Castilla y León.
As plantações agora efetuadas foram geridas pela
Associação de Transumância e Natureza (ATN) em zonas que foram
"muito" atingidas pelos incêndios do verão passado.
"Aproveitando-se as poucas chuvas que caíram em
novembro e dezembro e com um trabalho intensivo, apoiada por voluntários da
Associação Plantar uma Arvore e pela Mossy Earth, plantou 900 lódãos, 900
carvalhos-cerquinhos, cerca de 2000 sobreiros, 600 azinheiras, mais de mil
freixos, 54 zimbros, 50 medronheiros, 72 zambujeiros e 22
abrunheiros-bravos", indicou o coordenador do projeto.
As plantações foram distribuídas por propriedades
geridas pela Associação Transumâncias, a da Ribeira do Mosteiro e Vale dos
Corvos no concelho de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, e em
Vale das Loiras, em Almofala, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, distrito
da Guarda.
"Estas plantações são tanto mais importantes
como vão contribuir para a recuperação de áreas que arderam no verão de
2017", vincou.
Além disso, têm sido feitos acordos com
proprietários e zonas de caça locais, com distribuição de semente para
recuperação do coberto vegetal herbáceo. Estas medidas estão incluídas no
projeto transfronteiriço "Life Rupis" e destinam-se a beneficiar as
populações de espécies-presa da águia-perdigueira, em particular o coelho-bravo
e a perdiz.
O projeto "Life Rupis" é financiado pelo
programa LIFE e pela Rede Natura 2000.
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