A falta de fiscalização é um incentivo à caça clandestina
na região. A constatação é de Álvaro Barreira, membro da Federação das
Associações de Caçadores Transmontanas e Durienses, que também é caçador. Álvaro
Barreira defende a criação de uma estrutura do Estado só para a caça e o
investimento no sector. O dirigente associativo lembra os tempos em que o
Governo investia neste sector na região e diz mesmo que só com fiscalização é
possível travar a caça clandestina.“Bragança tinha uma delegação da caça, que
já chegou a ter 86 guardas. Neste momento, há um descontrole total, porque não
há ninguém que faça nada. Estava no posto de vigia de Deilão e ouvimos 11
tiros, caça furtiva. Neste momento não há fomento e o furtivismo está
perfeitamente à vontade para poder praticar o furtivismo sem riscos”, salienta
o membro da Federação. Para Álvaro Barreira, a prova de que o sector
vai mal é a diminuição do número de caçadores, que nos últimos anos caiu para
metade.“A caça atravessa uma situação caótica e a prova de que vai mal é o
número de caçadores que tiram licença que é cada vez menor. Em 2008/2009
tiraram licença 152 mil caçadores, quando já chegou a haver 300 mil caçadores,
em 2009/2010 de 152 veio para 145 mil e tenho indicações de que no ano passado
o número de licenças anda nas 120 mil, isto a nível nacional. Neste momento, o
número de caçadores licenciados é menos de 50 por cento do que havia há muitos
anos”, realça o responsável.O dirigente da Federação das Associações de
Caçadores denuncia, ainda, o caos em que se encontra a Zona de Caça Nacional da
Lombada, em Bragança, onde se caça de forma desordenada.“Vejamos o caso da Zona
de Caça Nacional da Lombada, que nos dá uma noção perfeita do caos que existe
neste momento. A Lombada já teve sete guardas residentes, três vigilantes que
faziam campos de alimentação e uma brigada em Bragança, e neste momento não
existe nada. E a Zona de Caça Nacional que podia realmente proporcionar um
rendimento às populações, neste momento está num caos”, salienta o caçador.
Escrito por Brigantia
Retirado de www.brigantia.pt
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