Tudo começa com a criação do bicho-da-seda, depois de obter os casulos é preciso retirar o fio, prepará-lo e é no tear que ganha várias formas, desde os napperons às encharpes.
O processo é longo, moroso e requer um trabalho minucioso. Mas o que move estas três mulheres é dar continuidade a uma tradição secular, que ao que reza a história foi introduzida em Freixo de Espada à Cinta pelos missionários que vinham de Macau.
Esta é também uma tradição única no País e na Europa. “É o único sítio na Europa onde se faz a extracção da seda manual”, garante Susana Martins, uma das artesãs que aprendeu esta arte depois de fazer um curso, há cerca de 10 anos.
Susana, de 39 anos, é a artesã mais jovem a segurar esta tradição. Garante que antes da formação não teve contacto com o processo de preparação da seda, mas assegura que conforme foi aprendendo foi-se apaixonando pela arte. Mais tarde até chegou a dar formação a outras pessoas, para que o saber se vá espalhando e a tradição não morra em Freixo de Espada à Cinta.
“Gosto muito de todo o processo da seda, desde a criação, à extracção. Só no tear é que não sei trabalhar”, assegura Susana.
O processo começa com a criação do bicho-da-seda. “Demora muito tempo e é muito trabalhoso. Temos que ir recolher a folha, alimentá-los, limpar os bichos, seleccionar os casulos por tamanhos, depois da criação feita temos que deixar nascer os que queremos para o ano seguinte e depois é que fazemos a extracção do fio”, descreve Susana Martins.
Retirado de www.jornalnordeste.com
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