E porque não sonhar, sonhar sempre, que tudo pode ser melhor mesmo sem o ser?
Como quando a vida acontece porque sim, porque não pode deixar de acontecer?
Quero viver e reviver as minhas origens, as minhas vivências, as minhas lembranças...
Não sei porque se foge da vida que nos cabe viver, se acabamos por vivê-la mesmo que andemos às voltas por inóspitas paragens reais e imaginárias.
Não sei porque me queixo quando algo corre mal e sofro como se não houvesse amanhã.
Claro que é primavera e há flores e chilreio de pequenos pássaros e ninhos a abarrotar de ovinhos coloridos, tão lindos.
Claro que há morte e vida. Choro e riso. Dor e bem estar. Tristeza e alegria. Ódio e amor...
Claro que o amor palpita em tantos corações como pessoas existem em todo o mundo...
Sei que nada depende de nós, mesmo aquilo que de nós depende.
Anseio que tudo seja bom e conforme os meus desejos, sejam eles quais forem. Mas eu só tenho desejos bons, que os maus não cabem no meu cérebro.
Sou tão pessoa, tão gente, tão ser humano como qualquer um e como um qualquer entendo que sei o que faço.
Será que sei?
Saberei mesmo o que sou e quero?
Conseguirei discernir o que é efetivamente melhor para mim e para os outros?
Saberei tornar-me solidária para quem realmente necessita de solidariedade?
Conseguirei amar como a mim mesma aqueles que não se conseguem amar?
Serei 25 de Abril neste abril quase quente, quase ensolarado, quase frio, quase nublado, quase sol radioso, quase chuva que cai miudinha e gera melancolia em quem tem tempo para a alimentar?
Mara Cepeda
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