Trata-se de um projecto que começou a ser delineado há alguns anos, com o intuito de homenagear todos aqueles que procuravam no “trelo” um complemento ao magro rendimento que se tirava da terra.
O presidente da União de Freguesias de Moimenta/Montouto, Duarte Pires, fala deste investimento com paixão, pois ao longo da vida esteve nos dois lados da barricada. Nos tempos de juventude passou café para o outro lado da fronteira, sem sonhar que, anos depois, vestiria a farda da GNR. “Inicialmente íamos erguer um busto em memória dos contrabandistas, mas uma candidatura ao PRODER permitiu avançar com um projecto mais ambicioso”, recorda o autarca.
O Museu do Contrabando foi instalado num local central da aldeia e, além de documentários em vídeo, vai contar com informação multimédia, bem como com figuras do contrabandista, dos militares da Guarda Fiscal e da sua congénere espanhola. “Não teremos nenhum com farda antiga dos ‘carabineros’, mas teremos da Guardia Civil”, explica Duarte Pires.
Pavilhão multisusos
Concretizada esta ambição, as atenções do executivo da Freguesia, que agora integra um elemento de Montouto, viram-se para a construção de um pavilhão multiusos com condições para albergar a Feira Franca da Moimenta. “Só o dinheiro que pouparíamos no aluguer das três tendas para a feira já justificava o pavilhão”, sustenta o presidente da União de Freguesias, embora reconheça que os tempos não estão de feição a grandes investimentos.
Outros dos projectos em mente é a requalificação da zona de lazer da Feijoeira e a criação de saneamento nos Casares.
Quanto ao certame, que decorre nos dias 26 e 27 de Abril, o prato forte são os concursos de raças autóctones, as jornadas gastronómicas nas tasquinhas, a venda de artesanato e produtos da terra, a exposição de máquinas agrícolas e a longa feira que dezenas de tendeiros montam ao longo da estrada nacional. Isto para não falar do já célebre passeio BTT “Rota do Contrabando Ibérico”, que atrairá à Moimenta um bom número de amantes da modalidade.
Tudo isto a par do franco convívio entre portugueses e espanhóis, porque por estas zonas da raia são todos “nuestros hermanos”.
Retirado de www.jornalnordeste.com
Sem comentários:
Enviar um comentário