A Câmara de Miranda do Douro, iniciou o processo de
"valorização" da capa de honras mirandesa, uma peça "única"
do vestuário tradicional português e, ainda em uso no Nordeste Transmontano.
O autarca de Miranda do Douro, Artur Nunes refere que
será importante recuperar este património, associando-o também às regiões
espanholas de Aliste e Zamora.
"No dia 21 de março serão convidados portugueses e
espanhóis para desfilar em Miranda do Douro, envergando as respetivas capas de
honras, para se perceber o número de capas existentes e a sua
antiguidade", revelou.
O número de capas de honras mirandesa "é
indeterminado". No entanto, ao longo dos tempos "muitos exemplares
foram feitos" e transitaram de geração em geração, assumindo-se como um
valor familiar de relevante importância.
Um adepto assumido da capa de honra mirandesa é o bispo
da diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro. “É uma honra ter uma capa de
honras", disse o bispo.
"É uma feliz iniciativa do município de Miranda do
Douro, em criar um dia para promover e divulgar a capa de honras",
acrescentou.
Para o investigador António Rodrigues Mourinho, a capa de
honras mirandesa tem origem na região espanhola de Leão.
"A sua origem remontará aos séculos nove ou 10,
portanto medieval, tendo origem na 'capa de chiba', que traduzido do espanhol
para português quer dizer 'capa de cabra'", explicou.
Segundo o estudioso, apesar de se pensar que esta peça
"sui generis" ser de origem "medieval" só há dois documentos
conhecidos [até agora] que referem este tipo de capa e são datados de 1819 e um
outro de 1828.
Outras da teorias defendidas é que a capa de honra
mirandesa poderá ter surgido da capa pluvial de Arperjes, usada nos mosteiros
das Terras de Leão (Espanha).
Retirado
de www.rba.pt
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