não é dia de fugas
nem devaneios
é tempo de agir
correr, sentir
o vento no cabelo
a água na testa
o cansaço nas pernas
a pontada no peito
a vontade de ser nada
e olhar
a paisagem que acontece
a solidão que grassa
bela como o castanheiro
vestido de verão
ou inverno
primavera,
outono talvez
num campo descampado
só
nada mais importa
abriu-se aquela porta
a certa
que apenas mostra
a certeza de apenas ser
o que se é
sem rodeios
e o tempo apenas passa
como nuvem que já choveu
Maria Cepeda
Sem comentários:
Enviar um comentário