se virmos bem
não somos coisa alguma
nem breve brisa
na orla indefinida do mar
que amo
crer que sou algo
ou alguém
confirmaria a incapacidade
latente
de acreditar que posso
sempre
com margens indistintas
como o mar
insistir
em cantar as lágrimas
de quem nele adormeceu
e acreditou
que havia de o atravessar
atravessei-o
uma e outra vez
sem saber se o mar
algum dia me dirá
o que eu quero saber
Maria Cepeda
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